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Despesas corporativas

Custos fixos e variáveis: qual é a diferença e como calcular cada um?

Custos fixos e variáveis são diferentes tipos de despesas de uma empresa. Entenda a diferença entre eles e saiba como calcular cada um.

Criado em

Atualizado em

por Eduarda Ferreira

Leia em 8 minutos

Custos fixos e variáveis são diferentes tipos de despesas que uma empresa pode ter durante determinado período. Saber o que caracteriza cada um deles é fundamental para garantir a lucratividade do negócio em períodos de sazonalidade.

Isso porque a diferença entre custos fixos e variáveis está diretamente relacionada ao volume de vendas. Por isso, identificar e classificar os tipos de custo é essencial para uma boa saúde financeira da empresa ao longo do tempo.

Se você ainda não sabe a diferença entre os termos ou precisa de ajuda para identificar e calcular os custos fixos e variáveis do seu negócio, continue a leitura! Neste post, listamos tudo o que você precisa saber sobre o assunto.

O que são custos fixos?

Os custos fixos de uma empresa são gastos que permanecem constantes, variando pouco ou nada a cada mês, independentemente de aumentos ou quedas na produção ou no volume de vendas.

Esse tipo de custo chamamos de gastos recorrentes. Ou seja, são gastos fixos com os quais o negócio precisa arcar para garantir o seu funcionamento básico. Mesmo que a empresa tenha uma queda temporária nas vendas, por exemplo, ainda é preciso arcar com esses custos para manter sua estrutura operacional.

A forma mais simples de determinar se o custo é fixo ou variável é se perguntar: “se eu produzir mais ou menos, esse valor pode aumentar ou diminuir?”. Se a resposta for não, significa que é um custo fixo.

Exemplos de custos fixos

A lista de custos fixos pode variar de acordo com o setor de atuação e as características específicas de cada negócio. No geral, alguns exemplos de gastos fixos comuns da maioria das empresas são:

  • aluguel de escritório e/ou depósito;
  • salários e encargos trabalhistas;
  • vale-alimentação, refeição e outros benefícios;
  • serviços como água, luz e internet;
  • todos os tipos de seguros;
  • taxas de contas bancárias;
  • serviços de contabilidade e jurídicos;
  • serviços de limpeza;
  • softwares, licenças e plataformas pagas;
  • manutenção periódica de equipamentos.

O que são custos variáveis? 

Os custos variáveis de uma empresa são os gastos que variam mês a mês de acordo com a produção do negócio. Ao contrário dos custos fixos, os gastos variáveis variam proporcionalmente à produção ou às vendas. 

Ou seja, se a empresa vender mais, os custos variáveis também serão maiores. Se vender menos, eles serão menores.

Em uma pequena empresa de marmitas, por exemplo, os gastos variáveis incluem os materiais utilizados para produzir cada refeição, desde os ingredientes, até embalagens e consumo do gás de cozinha.

Nesse caso, quanto mais marmitas forem vendidas, mais ingredientes, mais embalagens e mais gás serão utilizados. Dessa forma, os custos com esses materiais também serão proporcionalmente maiores. 

→ Leia também: O que é remuneração variável?

Exemplos de custos variáveis

Assim como acontece com os custos fixos, a lista de custos variáveis de uma empresa também pode mudar de acordo com o setor do mercado. Na maioria dos casos, esses gastos estão relacionados à matéria-prima ou produção do ativo principal da empresa

Alguns exemplos de custos variáveis são:

  • matéria-prima de produtos;
  • energia elétrica e água (caso a produção dependa disso);
  • hora extra de funcionários;
  • comissões de vendas;
  • custos com logística e entrega;
  • embalagens;
  • taxas de meios de pagamento;
  • impostos;
  • brindes;
  • viagens corporativas.

Como classificar os custos em fixos ou variáveis? 

A principal diferença entre custo fixo e variável é que o custo fixo é constante, enquanto o custo variável pode oscilar de acordo com a atividade da empresa. Se as vendas crescem, por exemplo, o custo variável cresce; o fixo, não.

Existem duas maneiras simples de classificar custos em fixos ou variáveis: análise do comportamento do custo de acordo com as vendas ou decomposição do custo em partes fixas e variáveis.

A primeira abordagem é uma análise direta de como o custo varia (ou não) de acordo com as atividades. Custos fixos permanecem constantes, enquanto os custos variáveis oscilam proporcionalmente à atividade.

Outra maneira é fazer a decomposição do custo. Essa opção é especialmente útil para custos híbridos, também conhecidos como custos semifixos ou custos mistos. Nesses casos, o custo possui uma componente fixa (que não se altera pela quantidade de vendas) e uma componente variável (que se ajuda de acordo com o volume de produtos vendidos).

Um exemplo de custo híbrido são as taxas de meios de pagamento. Uma determinada operadora de cartão, por exemplo, pode cobrar uma taxa mensal X para receber até R$10.000,00 em transações durante o mês e uma tarifa extra Y a cada R$100,00 cobrados depois de ultrapassar esse valor.

→ Leia também: Como fazer a gestão de despesas corporativas?

O que são custos diretos e indiretos?

Outra possibilidade de classificação dos custos de uma empresa, além de custos fixos e variáveis, é a definição de custos diretos e indiretos

Os custos diretos são aqueles que têm relação direta com o produto. Ou seja, podem ser atribuídos diretamente a esse ativo. Exemplos de custo direto são a matéria-prima ou salário e remuneração dos colaboradores envolvidos na produção dessa mercadoria, por exemplo.

Já os custos indiretos, também chamados de custos compartilhados, apesar de serem importantes para o funcionamento da empresa, não têm relação direta com o produto final. Eles não podem ser atribuídos a um produto ou atividade específica, já que beneficiam vários setores. Alguns exemplos de custo indireto são aluguel e energia elétrica.

Identificar esse tipo de gasto também é essencial para uma gestão financeira eficiente. Isso porque essa classificação ajuda a trazer uma visão mais clara do impacto financeiro de cada um desses elementos. Dessa forma, é possível tomar decisões mais informadas e estratégicas para otimizar os gastos de uma empresa.

Qual a diferença entre custo e despesa?

Custos e despesas são conceitos relacionados à saída de caixa, mas existem diferenças entre eles. O custo está relacionado direta ou indiretamente ao produto ou serviço principal da empresa, já a despesa está relacionada à manutenção geral do negócio.

Os custos (diretos ou indiretos) englobam todos os gastos que a empresa tem para produzir determinado produto, como a matéria-prima, o tempo dos profissionais envolvidos e todos os recursos utilizados nesse processo.

Já as despesas são gastos estruturais, ou seja, gastos para manter a empresa em funcionamento. Alguns exemplos de despesas podem se interligar com os custos fixos e variáveis, como gastos com eletricidade, água e internet. Outros exemplos são os salários da equipe administrativa, gastos com material de escritório e com marketing.

Os custos são necessários do início ao fim, pois são essenciais para produzir o ativo que gera lucro para o negócio. Já as despesas podem ser administradas de forma estratégica, eliminando gastos desnecessários para gerar economia na gestão de caixa.

Como identificar custos fixos e variáveis na sua empresa?

O primeiro passo para identificar custos fixos e variáveis de uma empresa é fazer um levantamento de todos os gastos da organização em um determinado período de tempo, como 6 meses ou um ano.

Esses dados podem ser visualizados de forma mais simples a partir de uma planilha de custos fixos e variáveis. Nesse caso, é importante também realizar o levantamento de informações relacionadas à produção ou faturamento neste mesmo período. 

Depois de organizados os dados, observe se os valores de saída para cada item tendem a permanecer constantes independente do volume de vendas (custos fixos) ou se variam proporcionalmente ao nível de atividade da empresa (custos variáveis).

Essa também é uma forma simples de identificar padrões e tendências de custo ao longo do tempo. Assim, é possível identificar sazonalidades importantes para a empresa e planejar a gestão financeira para esses momentos.

Como calcular os custos fixos e variáveis? 

O cálculo de custos fixos e variáveis é sempre realizado a partir do número de produtos vendidos. A fórmula básica é Custo fixo ou variável unitário = custo fixo ou variável total / total de vendas.

Exemplo: imagine que o custo variável total de uma empresa em um determinado mês foi de R$1.000,00 e que, nesse mesmo período, foram vendidos 100 produtos. Nesse caso, a fórmula para calcular o custo variável unitário é:

  • X (Custo variável unitário) = 1.000 (custo variável total) / 100 (total de produtos vendidos)

Ou seja:

  • X = 1.000 / 100
  • X = 10 
  • O custo variável unitário de cada produto é de R$10,00.

Já para calcular o custo fixo unitário, basta dividir o custo fixo total pelo número total de vendas. Imagine, neste mesmo exemplo, que o custo fixo total da empresa foi de R$2.000,00. Nesse caso, a fórmula para calcular o custo fixo unitário é:

  • X (Custo fixo unitário) = 2.000 (custo fixo total) / 100 (total de produtos vendidos)

Ou seja:

  • X = 2.000 / 100
  • X = 20 
  • O custo fixo unitário de cada produto é de R$20,00.

Dessa forma, o custo total de cada produto representa o custo variável unitário mais o custo fixo variável.

  • Custo total = custo variável unitário + custo fixo unitário
  • Custo total = 10 + 20
  • Custo total = 30
  • O custo total de cada produto é de R$30,00.

Ainda ficou com alguma dúvida sobre custos fixos e variáveis? Aproveite para ler outros conteúdos no blog da Caju e ver tudo o que precisa saber sobre despesas corporativas, remuneração, benefícios e muito mais.

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Eduarda Ferreira

Marketing

Jornalista em formação, atua na produção de conteúdo da Caju. Como redatora do blog, tem o propósito de unir seus interesses por comunicação e tecnologia e educar o mercado de gestão de pessoas.

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