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Benefícios corporativos

“O investimento em saúde mental no ambiente de trabalho pode trazer muitos retornos, inclusive no faturamento”, aponta Erica Maia, da Conexa Saúde

Nesta entrevista para o blog da Caju, a gerente de Saúde Mental da Conexa fala sobre o que as empresas precisam fazer de mais essencial para promover um ambiente saudável aos seus colaboradores

Criado em

Atualizado em

por Eduarda Ferreira

Leia em 11 minutos

Sua empresa incentiva os colaboradores a cuidarem da saúde mental? Esse pode parecer um assunto batido, mas a atenção com a saúde dos funcionários é urgente e deve ser uma das prioridades para as organizações brasileiras. Um estudo divulgado pela International Stress Management Association revelou que, no Brasil, nos últimos dez anos, o estresse e outros sintomas de esgotamento emocional foram responsáveis por um aumento de 140% nos gastos trabalhistas.

Em contrapartida, a pesquisa Global Learner Survey também revelou que 92% dos brasileiros acreditam que os benefícios de saúde mental e bem-estar são importantes. Segundo os respondentes, esses benefícios são partes essenciais na tomada de decisão sobre se devem ou não procurar um novo emprego.

Na Caju, contamos com uma solução completa para auxiliar as empresas nos cuidados com a saúde física e mental dos colaboradores. De forma prática, o pacote de benefícios do Caju Mais é uma oferta em parceria com empresas referência do mercado, entre elas, a Conexa, maior plataforma independente de saúde digital do Brasil, que oferece atendimento médico e psicológico via telessaúde.

Para entender melhor sobre o assunto de saúde mental e seus impactos no dia a dia das organizações, convidamos Erica Maia, médica psiquiatra e gerente de Saúde Mental da Conexa para um papo. Na entrevista, ela explica a importância desses cuidados, os retornos que as empresas podem ter com esse investimento em benefícios de saúde mental e o que de mais urgente precisa ser feito pelos RHs e as organizações sobre o assunto. 

“As empresas que não olham para esta questão e não se comprometem com os cuidados da saúde mental dos seus colaboradores estão perdendo muito, inclusive dinheiro, e por vezes nem entendem que esse é o problema”, avalia a psiquiatra. 

Erica, para começar, quais pontos você destaca na importância do investimento em ações de promoção de saúde mental no ambiente de trabalho?

Para começar, podemos dividir entre duas perspectivas: da empresa e do colaborador. Na perspectiva da empresa, esse investimento é essencial quando pensamos em indicadores ocupacionais, como índices de turnover, rotatividade dos funcionários, números de afastamentos por questões de saúde, retenção de talentos e afins, todos esses indicadores são profundamente impactados por essas ações de promoção da saúde. 

Já para o colaborador, acredito que isso afeta muito o vínculo que ele desenvolve com a empresa e com a marca para qual ele trabalha. Atualmente se fala muito sobre como os próprios colaboradores são essenciais na promoção da marca. Ou seja, se aquela pessoa sente orgulho da empresa em que trabalha, se está em um ambiente saudável e seguro para desempenhar a sua função, se ela está feliz, ela vai ser a maior promotora da empresa. E eu acho que isso é uma coisa que a gente tem que almejar, enquanto empresa, é quase um encantamento do colaborador. 

A gente entende que, na realidade, a maioria dos colaboradores sofrem com o excesso de trabalho. Às vezes a pessoa sente que não recebe uma remuneração justa, fora a instabilidade do mercado com tantos casos de demissão em massa nos últimos tempos. O cenário, no geral, não é super positivo, e, em contrapartida, para a imensa maioria das pessoas o trabalho está associado à sobrevivência. 

Então, imagina o impacto que tudo que acontece nesse ambiente gera nessas pessoas. E o benefício de apoio à saúde mental entra como uma boia, um suporte, para garantir um ambiente ideal para empresa e colaboradores tenham os melhores resultados possíveis e construam um ambiente de trabalho saudável. 

Erica Maia, Gerente de Saúde Mental da Conexa

Quais são os impactos esperados com o auxílio de soluções como as da Conexa e de Caju Mais no dia a dia das organizações?

Aqui na Conexa a gente tem soluções no contexto de saúde mental, tanto voltadas para o próprio RH e gestão, quanto para os pacientes que seriam os colaboradores. Então, oferecemos desde o atendimento assistencial, telepsicologia, telepsiquiatria, telemedicina no geral, nutrição, atendimentos que são realmente a assistência em saúde, à distância, tudo no formato de telessaúde. Mas a gente também tem programas de saúde mental e soluções de serviços e produtos voltados para RH e para as lideranças. 

Em relação à parceria com Caju Mais, a oferta é de uma consulta de telepsicologia pelo Psicologia Viva e uma consulta de telemedicina de pronto atendimento pela Conexa gratuitas por mês para os colaboradores da empresa que contratar o benefício. A Psicologia Viva é uma das nossas empresas, referência em saúde mental e psicoterapia online. 

Dito isso, os resultados que a gente espera são justamente os impactos nos indicadores ocupacionais que já comentei. Ao passo que a empresa faz esse investimento em benefícios voltados para o cuidado com a saúde do colaborador, a tendência é que isso reflita em uma melhora nos números da empresa. Ou seja, diminui o número de atestados e afastamentos, o índice de turnover de colaboradores, melhora a medição de produtividade dentro da empresa. Portanto, podemos dizer que o investimento em saúde mental no ambiente de trabalho pode trazer muitos retornos, inclusive no faturamento. 

Falando em faturamento, quais são os retornos do investimento em saúde mental para as organizações? Esse investimento pode trazer mais receita?

Com certeza! Tem um estudo muito grande da Organização Mundial da Saúde, que vai terminar só em 2030, mas que já aponta uma projeção de que a cada 1 dólar investido em programas de saúde mental, é possível obter o retorno de até 4 dólares em produtividade. Outra pesquisa, da Harvard Business Review, apontou que o ROI (retorno sobre o investimento) da saúde mental dentro das empresas é de cerca de três dólares para toda a equipe e de mais de 6 dólares para os gestores. 

Esses dois são os estudos mais robustos quando a gente fala em taxa de ROI nesse investimento. Então, no geral, a expectativa é que o retorno financeiro seja uma consequência de quando a empresa consegue impactar a saúde dos colaboradores, aumentando o engajamento, a produtividade e o clima organizacional. 

O que acontece é que às vezes as empresas acreditam que o benefício vai resolver o problema sozinho e esquecem que ele é um complemento, mas os esforços precisam partir das lideranças e do RH. Então, se a alta liderança da empresa não consegue entender a saúde mental como prioridade dentro da empresa e focar nesses investimentos para criar uma cultura mesmo, os benefícios podem até resolver os problemas dos colaboradores, mas isso não garante que eles não vão deixar a empresa assim que tiverem acesso a outras oportunidades. Então, é preciso criar essa cultura de promoção de saúde mental e de um ambiente saudável para os colaboradores da empresa para colher esses retornos. 

E, por outro lado, quais são as consequências para as empresas que não olham para a saúde dos seus colaboradores?

As empresas que não olham para esta questão e não se comprometem com os cuidados da saúde dos seus colaboradores estão perdendo muito, inclusive dinheiro, e por vezes nem entendem que esse é o problema. 

Podemos usar como exemplo uma empresa de call center. Tradicionalmente a gente sabe que essas empresas têm um índice de adoecimento muito alto, algumas com índices de turnover de funcionários de mais de 100% em menos de um ano. Imagina, é necessário trocar a empresa inteira em um ano! Então, se a organização não começar a olhar a fundo a causa de toda essa rotatividade, os afastamentos, considerando o contexto de trabalho dos seus colaboradores, ela vai continuar perdendo dinheiro, produtividade, resultados e tudo mais. 

Uma coisa que me chama a atenção no contexto de saúde mental é que parece que as pessoas, no geral gestores e alta liderança, têm medo de ver que é esse o problema. Preferem não prestar atenção, por não saberem lidar com o problema. Hoje em dia é mais simples entender que existem esses problemas que levam à perda de dinheiro, seja por presenteísmo, que é quando o colaborador está indo ao trabalho mas não é nada produtivo. Tudo isso gera impacto financeiro. 

A questão que fica é: será que alta liderança das empresas está pronta e se esforçando para enxergar esses problemas? Essa é a chave para começar a resolver essas questões. 

O investimento em benefícios corporativos para a promoção da saúde mental pode ser um diferencial competitivo na atração de talentos?

Sem dúvidas, a gente vê esse diferencial competitivo por várias razões. Ainda que falte uma conscientização das altas lideranças sobre a importância desses cuidados, hoje em dia já se fala muito sobre o assunto, principalmente nas bases. E os colaboradores entendem com facilidade quando não estão em um lugar saudável, quando não tem qualidade de vida, segurança psicológica etc. Eles são os primeiros a perceber e reconhecer essa situação. 

Então, se a pessoa com alto grau de insatisfação, o que gera muito sofrimento, for trocar de empresa, e a gente sabe que vai, na hora de procurar por outras oportunidades ela vai aplicar para as vagas de empresas que têm esses benefícios de saúde física e mental. E aí quando a gente gosta de alguma coisa, a gente é o maior marqueteiro. Isso funciona na atração e retenção de talentos também. 

Quando o colaborador está em uma empresa que ele considera boa, sendo bem remunerado, com benefícios e um clima organizacional legal ele faz questão de indicar para as pessoas da sua volta. Todo mundo quer um ambiente saudável, quer ser valorizado, até para conseguir entregar o seu melhor resultado. 

Erica, então, o que é mais urgente e os RHs têm que estar fazendo hoje para promover saúde mental aos seus colaboradores? 

Em primeiro lugar, o RH precisa de informação, precisa conhecer os problemas que existem e quais são as suas consequências. Mas para o RH ter recursos para adquirir esses conhecimentos, a alta liderança precisa estar comprometida e comprada com essa causa. Depois, é necessário diagnosticar qual é o problema e onde se quer chegar. Eu, como RH, quero diminuir o número de afastamentos? Quero reter os meus talentos? Qual é a necessidade da empresa? Qual é o cenário com que estou lidando? 

Esse diagnóstico também depende de um conhecimento da população de colaboradores. Qual é o perfil? As idades, o modelo de trabalho, esses dados são fundamentais para partir para a prática e encontrar soluções, uma vez que as pessoas têm necessidades diferentes. E isso não é algo super complexo, muitas vezes pode ser feito aplicando testes de escalas psicológicas na população de colaboradores para traçar esse diagnóstico. 

Só depois do RH saber com  quem está lidando, qual é o cenário e quais soluções que existem para resolver os problemas, é que será possível partir para a ação, para encontrar soluções, benefícios corporativos de saúde mental etc. 

Para finalizar, pensando no futuro, qual é a tendência para os próximos anos em relação aos cuidados com a saúde mental dos colaboradores?

Em primeiro lugar, é ter o pilar saúde mental dentro das empresas. Eu não vejo isso desaparecendo, só crescendo cada vez mais. Recentemente, eu li um estudo da Associação Nacional de Medicina do Trabalho que falava que menos de 20% das empresas no Brasil tem algum benefício de saúde mental para oferecer aos colaboradores. Isso é muito pouco! 

Acredito que a tendência é só aumentar, em função de uma mudança de mentalidade que vem acontecendo, dos gestores cada vez mais entendendo que os colaboradores são pessoas, e todo mundo tem história, sentimento, pensamento, reatividade, todo mundo tá buscando propósito e o trabalho é muito importante.Então, vejo a tendência de aumentar cada vez mais o número de empresas que oferecem benefícios de saúde mental, seja acesso ao atendimento psicológico, psiquiátrico, rodas de conversa, aplicativos de meditação e muitas outras possibilidades que já existem por aí. 

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Eduarda Ferreira

Marketing

Jornalista em formação, atua na produção de conteúdo da Caju. Como redatora do blog, tem o propósito de unir seus interesses por comunicação e tecnologia e educar o mercado de gestão de pessoas.

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