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Entenda como a implementação de cuidados relativos à saúde ocupacional torna o ambiente de trabalho mais seguro e produtivo
A saúde ocupacional é um campo da medicina que envolve várias áreas dedicadas a promover e manter a saúde, segurança e bem-estar dos trabalhadores em seu ambiente de trabalho, seja no espaço da empresa, seja em home office. Isso envolve identificar e controlar os riscos, prevenir acidentes e doenças e promover práticas saudáveis, além de reabilitar pessoas afetadas por condições de saúde relacionadas ao trabalho.
Você já deve ter se deparado com cenas em filmes ou séries que mostravam cartazes dizendo “estamos há X dias sem acidentes de trabalho”, não é? Na vida real, isso também acontece — e quanto maior o tempo sem acidentes, melhor é o programa de saúde ocupacional de uma organização.
E não se engane, pois não são apenas em fábricas ou montadoras que devemos prezar pela saúde ocupacional. Por mais que seus colaboradores fiquem em um ambiente controlado e aparentemente seguro, como um escritório com ar condicionado e cadeiras confortáveis, o risco ainda existe.
Até porque, com o aumento de horas, demandas e pressões no ambiente de trabalho, os riscos têm ido além da questão física e passaram a impactar também a saúde mental. Por isso, é fundamental garantir condições adequadas para proteger a saúde dos trabalhadores e prevenir doenças e lesões relacionadas às atividades laborais.
Pensando nisso, criamos este artigo para servir como um verdadeiro guia sobre cuidados com a saúde ocupacional. Vem com a gente e saiba tudo de importante sobre o assunto.
A saúde ocupacional é um conceito ligado à medicina que busca promover e manter o bem-estar físico, mental e social dos trabalhadores no próprio ambiente de trabalho. Trata-se de uma área multidisciplinar que combina conhecimentos das áreas de saúde, segurança no trabalho, ergonomia, psicologia ocupacional, medicina do trabalho e outras disciplinas relacionadas.
É superimportante para proteger os trabalhadores de riscos ocupacionais, prevenir doenças e lesões relacionadas ao trabalho, além de promover condições seguras e saudáveis, que ajudam não só na produtividade dos funcionários, mas também a mantê-los satisfeitos na empresa.
As atividades de saúde ocupacional podem incluir avaliações de riscos ergonômicos, psicossociais e ambientais, exames médicos periódicos, treinamento de segurança no trabalho, planejamento de emergência, programas de prevenção de acidentes, gerenciamento de estresse no trabalho, promoção da atividade física e da saúde mental, entre outras.
Qual é o maior bem da sua empresa? Você acertou se respondeu que são os funcionários. Mantê-los seguros e saudáveis é essencial para que possam executar bem suas tarefas diárias, sentirem-se motivados e permanecerem na empresa.
Assim, a saúde ocupacional é extremamente importante, pois visa promover e manter a saúde e o bem-estar de todas as pessoas, protegendo-as de riscos ocupacionais e garantindo condições de trabalho seguras e saudáveis.
Outro fator que torna a saúde ocupacional muito importante para toda empresa é o fato de que existe uma legislação específica para isso. A Lei nº 6.514 foi criada para garantir direitos ligados à segurança e à medicina do trabalho.
Dentre os pontos mais importantes, destacamos os seguintes trechos:
“Art . 157 – Cabe às empresas:
I – cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho;
II – instruir os empregados, através de ordens de serviço, quanto às precauções a tomar no sentido de evitar acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais;
III – adotar as medidas que lhes sejam determinadas pelo órgão regional competente;
IV – facilitar o exercício da fiscalização pela autoridade competente.
Art . 158 – Cabe aos empregados:
I – observar as normas de segurança e medicina do trabalho, inclusive as instruções de que trata o item II do artigo anterior;
Il – colaborar com a empresa na aplicação dos dispositivos deste Capítulo.”
Na verdade, os dois conceitos se complementam. Enquanto a saúde ocupacional se preocupa com a execução prévia das tarefas e o durante delas, a saúde do trabalhador está presente para certificar que o funcionário que adoeceu ou se machucou durante a função de trabalho receba o tratamento adequado, além de todas as garantias para que volte a trabalhar em perfeitas condições físicas e mentais.
Vale salientar ainda que a saúde do trabalhador é um campo mais amplo que se concentra nos aspectos físicos, mentais e sociais relacionados ao trabalho. Ela se preocupa com o bem-estar geral dos trabalhadores em todas as ocupações e setores. Já a saúde ocupacional mapeia os riscos que o trabalho envolve e age especificamente sobre eles.
Como dissemos, a saúde ocupacional mapeia e visa prevenir riscos no ambiente de trabalho e na execução das tarefas típicas de uma empresa e setor, já a saúde organizacional envolve aspectos de cultura e clima organizacional.
Na verdade, a saúde organizacional refere-se ao bem-estar geral da organização como um todo, incluindo a saúde e o desempenho dos seus funcionários. Ela envolve a implementação de políticas e práticas que promovam um ambiente de trabalho saudável e produtivo, incentivando a satisfação dos funcionários, o engajamento, a motivação e a qualidade de vida no trabalho.
Dessa maneira, ela abrange diversos pontos, como cultura organizacional, clima, liderança, gestão de talentos, equilíbrio entre vida pessoal e profissional, desenvolvimento de carreira, entre outros.
Por exemplo, uma empresa que não tem uma boa saúde organizacional pode ter colaboradores pouco produtivos, desmotivados e com problemas em bater metas e inovar, mas ainda assim com plena saúde física e mental.
Porém, assim como a saúde ocupacional, a organizacional pode impactar taxas de absenteísmo e turnover no médio e longo prazos.
Trata-se da Norma Regulamentadora 07, ou NR-07, que passou a existir com a Portaria SSST nº 24, de 29 de dezembro de 1994.
Com isso, foi determinada a obrigatoriedade de elaboração e implementação de um Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), com o objetivo de promoção e preservação da saúde dos trabalhadores.
A NR-07 foi fundamental porque possibilitou o acompanhamento da saúde dos trabalhadores de forma frequente, sem o caráter de iniciativas isoladas de realização de exames médicos, por exemplo.
Ou seja, a saúde ocupacional passou a constituir um programa planejado e integrado, que considera os riscos à saúde dos trabalhadores nos ambientes de trabalho específicos.
O serviço de saúde ocupacional é um conjunto de atividades voltadas para a promoção e preservação da saúde dos trabalhadores dentro do ambiente de trabalho, cujo objetivo principal é garantir a segurança, bem-estar e qualidade de vida dos funcionários, além de prevenir doenças e acidentes relacionados ao trabalho.
Em geral, esse serviço é oferecido por profissionais da área da saúde, como médicos do trabalho, enfermeiros ocupacionais e técnicos em segurança do trabalho.
Eles trabalham em colaboração com as empresas para identificar e avaliar os riscos à saúde e à segurança no local, implementar medidas de prevenção e fornecer orientações para o cuidado da saúde dos funcionários.
Existem diversas áreas do serviço de saúde ocupacional, muito pelo fato de que cada trabalho tem suas particularidades.
Pilotos de avião, por exemplo, passam por treinamentos e exames muito específicos de sua área (até questão de sobrevivência tem), já um desenvolvedor precisa de diferentes cuidados para que sua saúde ocupacional seja plenamente estabelecida.
Por isso, as áreas variam bastante. Mas podemos citar os profissionais mais comuns, que são:
Para que a saúde ocupacional se concretize, é preciso considerar os seguintes aspectos:
Prevenir é sempre o melhor remédio, concorda? Por isso, a abordagem preventiva é a mais comum na saúde ocupacional. Seu objetivo é evitar que os colaboradores sofram acidentes de trabalho e desenvolvam doenças ocupacionais.
Por essa razão, a empresa deve adotar medidas como treinamentos, capacitações e campanhas de conscientização sobre segurança e saúde no trabalho.
Além disso, a abordagem preventiva inclui a adoção de medidas ergonômicas, como o uso de equipamentos de proteção individual (EPIs) adequados, a adequação do mobiliário e a organização do ambiente de trabalho — para que os riscos à saúde dos colaboradores sejam, de fato, reduzidos.
Por exemplo, considerando o trabalho remoto, vale a pena oferecer um auxílio home office para que as pessoas possam comprar cadeiras adequadas e acessórios, como suporte de notebook, criando um ambiente de trabalho mais ergonômico.
Ou mesmo ações de baixo custo, como criar momentos compartilhados de alongamento ou ginástica laboral a distância (em uma call com toda a empresa), distribuir guias para ter uma postura adequada, entre outras.
A abordagem curativa é voltada para o tratamento de doenças e lesões ocupacionais que já foram desenvolvidas pelos colaboradores.
Aqui, são oferecidos tratamentos médicos e fisioterápicos para recuperar a saúde dos trabalhadores e permitir que eles retornem às suas atividades profissionais.
Para implementar a abordagem curativa, é necessário que a empresa tenha um serviço médico especializado e uma equipe de profissionais capacitados para oferecer os tratamentos necessários.
A abordagem educativa conscientiza os colaboradores sobre a importância da saúde ocupacional e os incentiva a adotar hábitos saudáveis em seu dia a dia.
É necessário informar os colaboradores quanto aos possíveis riscos ocupacionais e as respectivas medidas preventivas para evitar doenças e lesões no trabalho.
A abordagem educativa também inclui a promoção de hábitos saudáveis, como a prática regular de atividades físicas, alimentação equilibrada, terapia com psicólogos e controle do estresse.
Existem várias doenças ocupacionais que ocorrem devido a condições e exposições no ambiente de trabalho. Alguns dos tipos mais comuns de doenças ocupacionais são:
Também conhecidas como LER (Lesões por Esforços Repetitivos) ou DORT (Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho). Essas lesões afetam os músculos, tendões, articulações e nervos, resultando em tendinite, bursite, tenossinovite e síndrome do túnel do carpo.
Para evitá-las, uma boa prática da saúde ocupacional é a ginástica laboral e o incentivo ao esporte para fortalecer a musculatura.
Essas doenças são causadas pela exposição a substâncias tóxicas no ambiente de trabalho, como poeira, fumos metálicos, gases e produtos químicos. Exemplos incluem asma ocupacional, pneumoconiose (como a silicose e a asbestose) e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC).
Em ambientes de escritório, mesmo sem substâncias tóxicas, o ar condicionado precisa ser higienizado com frequência.
A exposição a substâncias químicas tóxicas no trabalho pode levar a intoxicações, causando danos aos órgãos e sistemas do corpo. Exemplos incluem envenenamento por chumbo, mercúrio, benzeno e solventes orgânicos.
Quando o ambiente de trabalho faz as pessoas se exporem a níveis elevados de ruído e não há os EPIs necessários, pode haver danos ao sistema auditivo, levando à perda auditiva induzida por ruído (PAIR) ou zumbido.
Condições de trabalho estressantes, como altas demandas, longas jornadas de trabalho, pressão excessiva, assédio ou falta de controle sobre o trabalho, podem levar ao estresse crônico, distúrbios do sono, ansiedade e depressão.
Por isso, olhar com atenção para a cultura e avaliar o clima organizacional de forma recorrente é fundamental. Ter uma frequência de feedbacks e conduzir pesquisas de clima, por exemplo, pode trazer boas pistas de como andam as coisas e o que é preciso mudar.
Certos fatores de risco ocupacional, como exposição a produtos químicos tóxicos, trabalho físico extenuante e estresse crônico, podem contribuir para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, como hipertensão arterial, doença cardíaca isquêmica e acidentes vasculares cerebrais (AVCs).
Além de estimular os colaboradores a terem hábitos mais saudáveis, é interessante que os exames médicos sejam repetidos com certa frequência.
Quando o ambiente de trabalho não é bem sinalizado, as pessoas também podem se acidentar. Como uma escada escorregadia, um chão molhado sem sinalização, uma porta com problemas, entre outros.
Saiba o que é preciso fazer para ter um programa de saúde ocupacional bem-sucedido!
Avalie as necessidades de saúde ocupacional da sua empresa, incluindo riscos presentes, revisão da legislação e regulamentações locais aplicáveis. Vale ainda olhar para como anda a saúde e o bem-estar dos funcionários.
É essencial ter uma equipe responsável pela implementação e coordenação dos programas. Lembrando que o time deve ser composto por profissionais multidisciplinares, como médico do trabalho, engenheiro de segurança, psicólogo etc.
Desenvolva políticas e procedimentos claros relacionados à saúde ocupacional e compartilhe com todos. Isso pode incluir políticas sobre prevenção de acidentes, avaliação de riscos, promoção da saúde e bem-estar, programas de vacinação etc.
Entenda quais são os riscos ocupacionais já existentes na empresa e implemente medidas de controle adequadas, como o fornecimento de equipamentos de proteção individual (EPIs), treinamentos de segurança, entre outras ações.
Desenvolva programas para promover a saúde e o bem-estar dos funcionários. Aqui são bem-vindas campanhas de conscientização, incentivo a exercício físico, orientação nutricional e programas de combate ao estresse.
Estabeleça sistemas de monitoramento e avaliação para acompanhar a eficácia dos programas de saúde ocupacional. Também vale avaliar com regularidade os programas, identificando áreas de melhoria para fazer os ajustes necessários.
Comunique regularmente os programas de saúde ocupacional para os funcionários e forneça treinamentos relevantes. Promova uma cultura de segurança e saúde, incentivando a participação ativa de todos.
Estabeleça parcerias com profissionais de saúde e serviços especializados, conforme necessário. Isso pode incluir médicos, enfermeiros, psicólogos, entre outros, para fornecer suporte e orientação especializada.
O essencial é que, em todo o programa de saúde ocupacional, da elaboração à manutenção, haja o comprometimento e total apoio da alta liderança. É assim que a empresa demonstra compromisso com a saúde e segurança dos funcionários.
Além de proteger os trabalhadores, a saúde ocupacional também traz benefícios para as organizações, como a redução do absenteísmo, aumento da produtividade, melhoria do clima organizacional e cumprimento das normas e regulamentos de segurança e saúde no trabalho.
Na prática, isso permite que uma organização tenha colaboradores mais saudáveis, felizes e motivados. Dessa forma, é natural que queiram permanecer na empresa, diminuindo taxas de turnover e favorecendo a marca empregadora. Além, é claro, de reduzir os riscos trabalhistas.
Deu pra notar que os cuidados com a saúde ocupacional devem ser levados a sério, não é? Aproveite para ler também nosso artigo sobre o Caju Mais: a nossa solução para saúde e bem-estar do seu time.
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Marketing
Jornalista em formação, atua na produção de conteúdo da Caju. Como redatora do blog, tem o propósito de unir seus interesses por comunicação e tecnologia e educar o mercado de gestão de pessoas.
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