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Conheça os principais obstáculos que as mulheres enfrentam e como as empresas podem dar passos mais firmes rumo à equidade de gênero.
A liderança feminina está ganhando cada vez mais espaço no mundo corporativo, e isso reflete um movimento importante: a busca por mais igualdade de gênero e diversidade no trabalho.
Embora as mulheres venham conquistando reconhecimento e abrindo caminho em diversas áreas, ainda enfrentam barreiras que precisam ser derrubadas.
Estereótipos de gênero, desigualdade salarial e a baixa representatividade são só alguns dos desafios que estão no radar.
Neste artigo, vamos bater um papo sobre o impacto da liderança feminina, os principais obstáculos que as mulheres enfrentam e como as empresas podem dar passos mais firmes rumo à equidade de gênero.
Vamos lá?
A liderança feminina é essencial para construir organizações mais equilibradas e sustentáveis, impulsionando o desenvolvimento em todos os sentidos.
Prova disso é o relatório “Women in Business and Management: The Business Case for Change”, que entrevistou cerca de 13.000 empresas em 70 países.
Ele revelou que mais de 57% dos participantes concordaram que iniciativas voltadas para a diversidade de gênero impactam positivamente os resultados empresariais.
Entre as empresas que monitoraram a diversidade de gênero em suas lideranças, quase 75% relataram um aumento nos lucros, variando de 5% a 20%, sendo que a maioria observou um crescimento entre 10% e 15%. Isso é muito expressivo!
Em nível nacional, o relatório apontou que o crescimento do emprego feminino está positivamente associado ao crescimento do PIB.
Outro estudo da McKinsey sobre diversidade na América Latina revelou que as empresas com pelo menos uma mulher no time executivo são mais lucrativas. Essas companhias têm 50% mais chance de aumentar a rentabilidade e 22% de crescer a média da margem Ebitda.
O estudo analisou 700 empresas de capital aberto em países como Brasil, Chile e Argentina, e mostrou que, entre 2014 e 2018, 64% das companhias com mulheres em cargos executivos aumentaram a margem Ebitda, contra 43% das que não tinham.
Além do impacto da liderança feminina no aspecto econômico, apontamos outros motivos para diminuir a desigualdade de gênero e promover a diversidade na empresa:
Além disso, a presença de mulheres em cargos de liderança serve como inspiração e motivação para outras mulheres, mostrando que é possível alcançar o sucesso em um ambiente ainda predominantemente masculino.
Em uma pesquisa recente, 50% dos colaboradores avaliaram suas CEOs como excelentes gestoras, enquanto apenas 43% deram essa avaliação aos CEOs homens. A confiança nas líderes femininas também é maior, com 79% dos funcionários confiando totalmente em suas CEOs.
E por que será que chegamos a esses números?
Por causa das características da liderança feminina. O estilo de liderar de uma mulher é único e eficaz graças a uma série de competências que ela traz ao ambiente corporativo.
Entre as mais destacadas estão a empatia e a colaboração:
Todas as características da liderança feminina citadas favorecem outra soft skill muito valorizada no mercado de trabalho atual: a habilidade de comunicação, que facilita a resolução de conflitos e a tomada de decisões.
Essas qualidades não apenas beneficiam o ambiente de trabalho, mas também contribuem para a inovação e a resiliência das empresas.
Ao valorizar e fomentar essas características, as organizações podem criar uma cultura inclusiva e diversificada, impulsionando seu sucesso a longo prazo.
E mesmo diante de tantos benefícios, nós vemos desafios muito expressivos enfrentados por mulheres líderes no ambiente corporativo.
As mulheres em cargos de liderança enfrentam diversos obstáculos no ambiente corporativo. Entre os mais comuns estão a desigualdade salarial, os estereótipos de gênero e a falta de representatividade.
Esses desafios não apenas dificultam o crescimento profissional das mulheres, mas também impactam a diversidade e a inovação nas empresas.
A desigualdade salarial é um dos grandes obstáculos que as mulheres enfrentam no caminho para a liderança.
Mesmo com as mesmas qualificações e ocupando os mesmos cargos, as mulheres, em média, ganham menos que os homens. Essa desigualdade não só desvaloriza o talento feminino, mas também desanima muitas profissionais a perseguirem posições de destaque.
Para você ter uma ideia, o IBGE mostrou que, em 2022, as mulheres no Brasil recebiam, em média, apenas 78,8% do salário dos homens na mesma função.
Em alguns setores, como transporte e armazenagem, a diferença é ainda mais absurda: mulheres líderes ganham só 51,2% do que seus colegas homens.
Para virar esse jogo, as empresas precisam dar o exemplo e promover uma cultura inclusiva, adotando políticas de transparência salarial e garantindo igualdade de oportunidades para todos. Porque talento não tem gênero, né?
Os estereótipos de gênero ainda são um dos maiores desafios da liderança feminina. Muitas vezes, as mulheres são vistas como menos capazes ou menos preparadas para ocupar posições de liderança no trabalho – e tudo isso, pasme, simplesmente por serem mulheres.
Esses preconceitos aparecem de várias formas, desde a falta de confiança em mulheres líderes até a resistência em aceitar estilos de gestão diferentes dos tradicionais.
O resultado? Menos oportunidades para as mulheres e mais desigualdade no ambiente de trabalho.
Outro estudo, desta vez do Fórum Econômico Mundial sobre igualdade de gênero no mercado de trabalho, traz dados globais fornecidos pelo LinkedIn, abrangendo 163 países, que revelam a baixa representatividade feminina em cargos de liderança.
Embora as mulheres representem 41,9% da força de trabalho em 2023, sua participação em cargos de liderança sênior (diretora, vice-presidente ou gerência de primeiro nível) é quase 10 pontos percentuais menor, alcançando 32,2%.
Apesar de a proporção de mulheres contratadas para posições de liderança ter aumentado constantemente cerca de 1% ao ano nos últimos oito anos, essa tendência foi revertida em 2023, retornando aos níveis de 2021.
Para mudar essa realidade, precisamos desconstruir esses preconceitos e abraçar a diversidade de estilos de liderança. Não se trata somente de promover o empoderamento feminino. As mulheres têm competências incríveis e qualidades únicas que só enriquecem os cargos de liderança.
Valorizar isso não é apenas justo, é essencial para um ambiente de trabalho mais equilibrado e inovador.
O estudo do Fórum Econômico Mundial nos aponta também para outra realidade preocupante que reforça os estereótipos de gênero: a baixa presença de mulheres em determinados setores.
Nos mercados de trabalho do futuro, empregos na área de STEM (cargos nos campos de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática) são geralmente bem remunerados e têm expectativas de crescimento tanto em importância quanto em abrangência.
No entanto, os dados do LinkedIn indicam que as mulheres continuam sub-representadas na força de trabalho STEM, compondo apenas 29,2% do total.
Na área de inteligência artificial, a disponibilidade de talentos cresceu consideravelmente, sextuplicando entre 2016 e 2022, mas a porcentagem de mulheres trabalhando em IA atualmente é de cerca de 30%, apenas 4 pontos percentuais a mais do que em 2016.
Se é assim com mulheres que representam a maior parte da força de trabalho em uma empresa, o que dirá com as lideranças, certo?
Isso se conecta diretamente a outro desafio da liderança feminina: a falta de representatividade.
A representatividade feminina em cargos de liderança ainda é baixa, o que cria um círculo vicioso de pouca visibilidade e oportunidade para outras mulheres.
Afinal, se uma profissional não possui um modelo feminino em posição de poder, o que a inspira e a motiva a perseguir essas posições?
Em 2023, conforme pesquisa da FIA Business School, as mulheres ocupavam 38% dos cargos de liderança no Brasil, mantendo a mesma proporção do ano anterior.
No entanto, a participação feminina na alta liderança (C-Level) caiu para 28%, uma redução de cinco pontos percentuais em relação a 2022.
Aumentar a representatividade feminina não é apenas uma questão de justiça social, mas também de estratégia empresarial.
Empresas que combatem a desigualdade de gênero e promovem uma cultura inclusiva, com diversidade no trabalho, tendem a ser mais inovadoras e competitivas.
Na Caju, por exemplo, 55% do time é de mulheres; elas também ocupam 54% dos cargos de liderança. Vamos por mais!
Agora imagine que sua empresa está bastante incomodada por não ter tantas mulheres em cargos de liderança ou por notar que elas não estão crescendo como deveriam e gostariam.
Como promover o desenvolvimento profissional feminino neste caso? Como superar os desafios enfrentados por mulheres líderes?
Os desafios que mencionamos jogam contra o desenvolvimento profissional feminino de forma geral. Não se trata apenas de buscar a igualdade salarial (mas sim, isso é fundamental) e a diversidade no trabalho.
É preciso adotar estratégias que promovem, de fato, um ambiente que favorece a escalada de mulheres até o topo. Destacamos duas delas a seguir:
Os programas de mentoria para mulheres são uma ferramenta poderosa para o desenvolvimento profissional dessa força de trabalho.
Ao serem orientadas por líderes experientes, as mulheres podem adquirir habilidades valiosas, receber conselhos sobre como navegar no ambiente corporativo e aumentar sua confiança, mesmo em um contexto de desigualdade de gênero.
A mentoria também proporciona um espaço seguro para discutir desafios e encontrar soluções, além de ajudar a construir uma rede de contatos, o que pode abrir portas para novas oportunidades de carreira.
Um experimento publicado no site da Harvard Business Review mostrou que as empresas com programas de mentoria obrigatória têm mais chances de aumentar a retenção de funcionários e a receita da empresa.
Já no estudo publicado na Forbes, entre as empresas reconhecidas como ótimos lugares para trabalhar, 51% implementaram programas estruturados para o desenvolvimento profissional das mulheres, com foco na equidade salarial e na ascensão a cargos de liderança.
Portanto, implementar programas de mentoria para mulheres é uma estratégia crucial para promover a liderança feminina e apoiar o desenvolvimento profissional.
Uma cultura organizacional inclusiva é a base para promover a diversidade e a inclusão na liderança. Isso significa implementar práticas que garantam igualdade de oportunidades, como equiparação salarial, flexibilidade de horários e políticas rigorosas contra assédio.
Mais do que regras, é essencial criar um ambiente onde todos se sintam respeitados e valorizados, independentemente de gênero. Que tal um comitê de diversidade para apoiar nesta prática?
Empresas com culturas inclusivas colhem os frutos: colaboradores mais engajados e maior capacidade de inovação. Ações como treinamentos de diversidade, grupos de afinidade e eventos de networking são excelentes formas de fortalecer essa cultura.
Outro ponto crucial é enfrentar as barreiras que impactam mais as mulheres, como a exigência de disponibilidade constante, que muitas vezes entra em conflito com responsabilidades domésticas e familiares.
Para equilibrar vida pessoal e profissional, tanto para homens quanto para mulheres, as empresas podem pensar em investir em políticas como horários flexíveis e licenças parentais mais inclusivas.
Criar uma cultura inclusiva não é só justo, é estratégico para o sucesso e a sustentabilidade no longo prazo.
E para finalizar, que tal se inspirar em alguns exemplos de líderes mulheres?
A liderança feminina no Brasil tem produzido exemplos inspiradores que mostram o impacto positivo que mulheres podem ter em diversas áreas. Aqui estão quatro mulheres brasileiras que se destacaram em posições de liderança:
Luiza Trajano é a presidente do Magazine Luiza, uma das maiores redes de varejo do Brasil. Sob sua liderança, a empresa cresceu exponencialmente, transformando-se em um dos maiores grupos de comércio eletrônico do país.
Além disso, Luiza é uma defensora da inclusão feminina e lidera o grupo Mulheres do Brasil, que promove a educação, o empreendedorismo e a inclusão feminina.
Cristina Junqueira é cofundadora do Nubank, uma das startups financeiras mais bem-sucedidas do Brasil. Sob sua liderança, o Nubank revolucionou o setor bancário, oferecendo serviços inovadores e acessíveis.
Ela é frequentemente listada entre as mulheres mais poderosas do Brasil e continua a impulsionar o crescimento e a expansão do Nubank.
Alessandra Orofino é ativista política, co-fundadora da ONG Meu Rio, e diretora-executiva da Rede Nossas. Ela tem sido uma voz ativa na defesa dos direitos humanos e da justiça social no Brasil.
Durante a pandemia de COVID-19, Alessandra liderou uma coalizão de organizações que pressionou o governo a implementar o Auxílio Emergencial, um benefício destinado a trabalhadores informais e de baixa renda.
Essas mulheres são exemplos inspiradores de como a liderança feminina pode transformar e melhorar a sociedade. Elas mostram que, com determinação e visão, é possível superar barreiras e alcançar o sucesso em diversas áreas.
A liderança feminina é uma peça-chave para criar um ambiente corporativo mais justo, inovador e competitivo.
Ao longo deste artigo, discutimos a relevância dessa liderança, os desafios que as mulheres enfrentam – como desigualdade salarial, estereótipos de gênero e baixa representatividade – e as características únicas que elas trazem, como empatia e colaboração.
Além disso, abordamos estratégias para superar essas barreiras, como programas de mentoria e a construção de uma cultura organizacional inclusiva.
Exemplos inspiradores, como Luiza Trajano e Cristina Junqueira, mostram o impacto transformador das mulheres no mundo corporativo e na sociedade.
Para avançar, é essencial que as empresas reconheçam o valor da diversidade de gênero, promovendo lideranças femininas e investindo em ambientes mais equitativos.
Afinal, incluir mais mulheres no topo não é só uma questão de justiça, mas também de garantir a sustentabilidade e o sucesso a longo prazo.
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Sou jornalista, publicitária e viajante nas horas vagas. Na Caju, minha missão é transformar textos complexos em conteúdos claros, acessíveis e que façam sentido para quem me lê. Acredito que a flexibilidade é fundamental em todos os aspectos da vida, por isso valorizo a liberdade de adaptação, tanto no trabalho quanto no cotidiano.
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