FTE (full-time equivalent): entenda como fazer esse cálculo

Full-time equivalent (FTE) é o cálculo feito para indicar a carga de trabalho de um funcionário em relação às horas trabalhadas em tempo integral. É uma métrica bastante usada em recursos humanos, planejamento de pessoal e análise de força de trabalho de um time.

Saber qual é o FTE, ou full-time equivalent, permite que gestores de RH saibam exatamente qual é a capacidade produtiva das pessoas e dos times. Assim, é possível remanejar projetos, entender a necessidade de contratação e definir metas mais realistas.

Mas você sabe como calculá-lo? Neste texto, explicamos tudo sobre o FTE. Vem com a gente!

O que é FTE (full-time equivalent)?

Full-time equivalent (FTE) — ou equivalente em tempo integral, em tradução livre — nada mais é do que um cálculo simples das horas de trabalho dos funcionários. É uma medida utilizada para mensurar a produtividade e o rendimento de um colaborador.

Mesmo que uma pessoa trabalhe 8 horas seguidas no dia (o que não é real), ou conforme prevê seu contrato de trabalho, ninguém é 100% produtivo o tempo todo. Precisamos considerar as pausas naturais da jornada, como para tomar um café ou ir ao banheiro, por exemplo.

Ao calcular e tomar conhecimento do FTE de cada pessoa, o RH e os gestores poderão compreender melhor o que é possível cada funcionário fazer e entregar dentro da sua carga horária.

Qual é a importância do FTE?

O FTE permite saber exatamente a capacidade produtiva das pessoas para que o RH saiba formar times de acordo com as necessidades de entrega e possa contratar (ou terceirizar tarefas) quando for o caso.

Dessa maneira, ninguém fica sobrecarregado e as entregas podem ser feitas com mais tranquilidade e qualidade.

Como fazer o cálculo de FTE?

Para fazer o cálculo de FTE (full-time equivalente), é preciso dividir as horas de trabalho de um colaborador pelo limite de jornada em tempo integral. A fórmula fica assim:

Horas de trabalho de um colaborador ÷ limite de jornada em tempo integral

Vamos imaginar a situação de três profissionais:

• Júlia, a estagiária, trabalha 30 horas semanais.
• Maurício, com contrato CLT, cumpre 40 horas semanais.
• Janaína, a gestora, faz 48 horas na semana.

Aqui, a gente usa o valor médio de 40 horas para o trabalhador em tempo integral e temos os seguintes valores:

• Júlia: 30 ÷ 40 = 0,75 ou 75% de FTE
• Maurício: 40 ÷ 40 = 1 ou 100% de FTE
• Janaína: 48 ÷ 40 = 1,2 ou 120% de FTE

A título de comparação do full-time equivalent com as horas necessárias para terminar uma atividade, é preciso considerar uma perda normal dos minutos para o café, interação com os colegas, pausas para descanso etc.

Você pode estimar esse período em 15%, em média, ou que é mais comum na sua empresa. Na prática, o profissional que tinha FTE de 100% passa a ter 85% com a margem. Quem tem 75% fica com 60% e assim por diante. 

Resumindo, se com 100% são entregues 10 tarefas, um colaborador que tem 85% de FTE consegue fazer 8,5 em média, considerando os períodos de pausa.

Quais são as aplicações do full-time equivalent?

O FTE é essencial para uma empresa em diversos sentidos. Veja quais são eles.

Planejamento de pessoal

O FTE é usado para determinar a quantidade de trabalho realizada por um funcionário em período integral. Isso ajuda as empresas a dimensionar suas equipes e planejarem contratações com base na carga de trabalho estimada.

Orçamentação e planejamento financeiro

As empresas utilizam o FTE para calcular os custos de mão de obra e prever o impacto financeiro de adicionar ou reduzir funcionários. 

Além disso, pode ser compreendido que é mais vantajoso terceirizar algum tipo de serviço para que os colaboradores foquem em outra entrega.

Comparação de produtividade

O FTE pode ser usado para comparar a produtividade entre diferentes equipes, departamentos ou unidades de negócios dentro de uma organização.

Projetos e consultorias

Em projetos e contratos de consultoria, o FTE é frequentemente utilizado para estabelecer o nível de esforço e o custo associado ao trabalho realizado. Ou seja, ele é essencial para calcular o valor do trabalho a ser feito.

Relatórios de desempenho

O FTE pode ser usado para medir o desempenho da equipe ao longo do tempo e avaliar a eficiência das operações, levando, por exemplo, à necessidade de ter treinamentos para produtividade ou mesmo considerar terceirizações de alguns serviços.

Metas do time

O FTE pode, e deve, ser utilizado para que o time possa criar metas compatíveis com a mão de obra e tempo existentes, assim ninguém fica sobrecarregado ou ocioso demais.

Contratos de trabalho

Sabendo do que se espera de cada colaborador, é mais simples criar contratos de trabalho justos e manter uma jornada mais saudável, que não demande tanta hora extra.

O que pode interferir no FTE (full-time equivalent)?

São vários aspectos que interferem, entre eles:

• Horas de trabalho, considerando que existem contratos distintos entre os integrantes da equipe.
• Quando a jornada de trabalho não for padronizada (por exemplo, turnos rotativos ou horários atípicos).
• Feriados e dias de folga, dias não trabalhados, como feriados e licenças, podem reduzir o FTE.
• Absenteísmo, quando os funcionários faltam ao trabalho devido a doenças ou outras razões.
• Projetos temporários, por exemplo, se um funcionário está envolvido em projetos que têm prazos definidos e não fazem parte das suas atividades regulares, pode ser necessário ajustar o FTE.
• Licenças e férias, que podem ser contabilizadas de maneira diferente dependendo da política da empresa e das leis trabalhistas locais.

Bom, agora que você entendeu como fazer o cálculo de FTE e o que mais pode impactá-lo, está na hora de entender como está o FTE dos seus times, certo? Então, mãos à obra!

Ah, e uma dica extra: colaboradores motivados sempre são importantes para cumprir o FTE. Leia nosso artigo Motivação no trabalho: o que é, qual sua importância e veja como manter sua equipe motivada!