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Gestão de pessoas

Como fazer uma carta de apresentação: Guia completo

Muito além da formalidade: confira orientações práticas para criar, avaliar e usar esse recurso como um diferencial estratégico no seu processo seletivo.

Criado em

Atualizado em

por Cecilia Alberigi

Leia em 12 minutos

Se você atua no RH, já viu isso acontecer: um currículo tecnicamente bom que não diz nada sobre a motivação, o fit cultural ou o diferencial do candidato. 

E quando o processo exige agilidade, tempo para interpretar entrelinhas é luxo. 

É por isso que a carta de apresentação profissional voltou a ter tanto peso.

Ela oferece contexto, intenção e humanidade, três coisas que um currículo sozinho raramente entrega. 

Para além de preencher formalidades, uma carta bem feita pode acelerar triagens, qualificar o funil e enriquecer o processo decisório. 

Neste guia, reunimos tudo o que você precisa saber sobre o tema, até mesmo para orientar candidatos, estruturar boas práticas e transformar esse recurso em vantagem competitiva para seu processo seletivo.

O que é uma carta de apresentação?

A carta de apresentação profissional é um documento complementar ao currículo que tem como objetivo introduzir o candidato de forma mais pessoal e contextualizada. 

Ela serve para destacar quem é a pessoa, por que ela está interessada na vaga e como suas habilidades podem contribuir com a empresa.

Diferente do currículo, que foca em dados objetivos e cronológicos, a carta é o espaço para mostrar motivação, contar brevemente a trajetória e se conectar com a cultura da organização.

Ela pode ser usada para diversas finalidades: uma carta de apresentação para primeiro emprego, estágio, mudança de carreira ou até para freelancers que precisam se vender bem em poucas linhas.

Mesmo sendo curta (geralmente de 3 a 5 parágrafos), o documento tem grande peso no processo seletivo. 

Afinal, é ali que se começa a construir uma primeira impressão (e ela precisa ser memorável!).

Importância da carta de apresentação na busca por emprego

Por mais que muitos candidatos ignorem esse passo, uma carta de apresentação impactante é um diferencial poderoso na busca por emprego. 

Em tempos de alta concorrência, enviar só o currículo pode não ser o suficiente para chamar atenção dos recrutadores.

Uma carta bem escrita:

  • Mostra interesse genuíno pela vaga;
  • Destaca habilidades que não cabem no currículo;
  • Ajuda a conectar a história do candidato com os valores e desafios da empresa;
  • Chama a atenção dos recrutadores e pode ser o que separa um candidato de um “não” automático;
  • Demonstra organização, boa comunicação escrita e pró-atividade, qualidades que qualquer gestor valoriza.

Seja para um cargo tradicional ou uma carta de apresentação para profissionais freelancers, esse documento segue sendo uma ferramenta estratégica para abrir portas, humanizar o perfil e aumentar as chances de avançar no processo seletivo.

Estrutura de uma carta de apresentação

A estrutura da carta de apresentação deve ser clara e objetiva para facilitar a leitura, mostrar organização e profissionalismo. 

Cada parte da carta tem um papel específico e, juntas, constroem uma narrativa convincente sobre o candidato.

A seguir, entenda o que não pode faltar:

1. Cabeçalho

O cabeçalho é a parte mais “formal” do documento e serve para apresentar as informações de contato do candidato e da empresa.

Ela deve conter nome completo, telefone, e-mail profissional e link para o LinkedIn ou portfólio do candidato. 

Abaixo disso, data e dados da empresa: nome, cargo da pessoa responsável (se souber), nome da organização e endereço.

Caso a carta seja enviada por e-mail, é possível adaptar o cabeçalho para o corpo da mensagem, mantendo o tom formal.

2. Saudação

A saudação ideal equilibra profissionalismo e cordialidade

Sempre que possível, deve ser personalizada: “Prezada Ana”, “Olá, Marcos” ou “Prezado(a) responsável pela vaga de [cargo]” funcionam bem.

É interessante evitar termos genéricos como “A quem interessar possa”, que soam impessoais. A personalização já mostra esforço e interesse, dois pontos muito valorizados.

Essa etapa pode parecer pequena, mas na prática é a primeira linha lida pelo recrutador e ela dita o tom do documento de apresentação.

Se a vaga foi divulgada sem nome de contato, vale uma saudação neutra, como “Olá, equipe de recrutamento da [nome da empresa]”.

3. Introdução

Uma carta de apresentação que se destaca tem introdução curta, direta e impactante. 

É o momento de prender a atenção do leitor e mostrar, em poucas linhas, por que ela merece ser lida até o final.

O candidato deve dizer quem é, a qual vaga está pleiteando e de onde surgiu seu interesse (a empresa, o setor, um valor em comum, etc.).

Frases genéricas como “Estou me candidatando porque preciso de emprego” devem ser trocadas por “Como profissional da área de marketing digital, me interessei pela vaga ao perceber o alinhamento com meu perfil analítico e criativo”.

Essa primeira parte deve provocar curiosidade e estabelecer conexão. 

4. Corpo da carta

Aqui é o momento do candidato brilhar. No corpo do documento, ele deve mostrar por que é a pessoa certa para a vaga.

O foco deve estar nas experiências mais relevantes, resultados alcançados e competências que têm relação direta com o cargo. Exemplos concretos são bem-vindos.

É preciso responder, por exemplo: “Como posso ajudar essa empresa com o que sei fazer de melhor?” ou “Qual foi meu maior resultado recente e como ele se conecta com essa oportunidade?”

Se for uma carta de apresentação para primeiro emprego, destaque projetos acadêmicos, trabalhos voluntários ou atividades extracurriculares. O importante é mostrar preparo para o desafio.

5. Conclusão e despedida

A conclusão deve retomar brevemente o interesse na vaga, agradecer pela leitura e mostrar disposição para uma conversa.

O candidato pode dizer, por exemplo: “Agradeço pela atenção e fico à disposição para uma entrevista, onde poderei detalhar como posso contribuir com a equipe.”

Encerrar de forma genérica ou passiva não passa segurança nem reforça a motivação.

Uma despedida cordial como “Atenciosamente”, “Cordialmente” ou, em contextos mais descontraídos, “Um abraço”, seguida do nome do candidato basta.

Dicas para personalizar sua carta de apresentação profissional

Um modelo de carta de apresentação para emprego tem grandes chances de acabar direto na lixeira. Agora, uma carta feita sob medida? Essa sim vai chamar a atenção do seu setor. 

A personalização mostra que o candidato se deu ao trabalho de entender a vaga, a empresa e como pode contribuir.

É esse cuidado que faz o recrutador pensar: “essa pessoa realmente quer estar aqui”. Se você precisa dar dicas para os candidatos, considere as seguintes:

  • Adapte o tom ao perfil da empresa: mais formal para instituições tradicionais; mais leve para startups e empresas criativas;
  • Destaque conquistas relevantes para a função: foque em experiências que tenham relação direta com o desafio da vaga;
  • Evite copiar e colar modelos prontos: modelos são referência, não receita. Adapte a estrutura, mas escreva com a sua voz.
  • Use palavras-chave da vaga: reforce termos usados na descrição do cargo. Isso mostra alinhamento e pode até ajudar nos sistemas de triagem automática.
  • Pesquise sobre a empresa e o cargo: entenda a cultura, os valores e os projetos recentes. Isso vai te ajudar a conectar sua trajetória com o que a empresa busca.

Leia também: Recrutamento e seleção: 10 dicas para selecionar bons colaboradores

Como fazer uma carta de apresentação para o primeiro emprego?

Candidatos em início de carreira geralmente têm poucas (ou nenhuma) experiências formais para apresentar. 

Nesses casos, a carta se torna ainda mais importante para transmitir motivação, maturidade e alinhamento com a vaga.

O RH pode orientar esses profissionais a valorizarem experiências alternativas, como projetos acadêmicos, trabalhos voluntários, cursos extracurriculares ou até competências desenvolvidas em outras áreas da vida.

Abaixo, apontamos dicas valiosas para que o candidato crie o documento de forma eficaz (e que o RH deve valorizar ao receber):

  • Mostre que você está aberto(a) ao aprendizado: empresas valorizam quem tem iniciativa e sede de aprender;
  • Fale sobre motivação e interesse pela área: explicação sobre os motivos da escolha pela profissão e o que atrai o candidato na vaga;
  • Mantenha um tom confiante, mas humilde: você ainda está começando e tudo bem! O importante é mostrar seu valor com autenticidade;
  • Foque em habilidades comportamentais: pontualidade, organização, boa comunicação e trabalho em equipe são grandes diferenciais;
  • Destaque experiências informais ou acadêmicas: trabalhos voluntários, projetos da escola/faculdade e cursos extracurriculares contam muito.

Esse tipo de carta costuma revelar muito sobre o perfil e a maturidade emocional do candidato. Por isso, merece atenção especial no processo seletivo.

Modelos de cartas de apresentação profissional

Existem diferentes exemplos de carta de apresentação, e escolher o formato certo depende muito do perfil profissional, da vaga desejada e do estilo da empresa. 

O importante para o candidato é adaptá-lo ao momento da carreira, e nunca apenas copiar e colar.

Abaixo, veja alguns tipos que podem ser utilizados como ponto de partida:

  • Mudança de carreira: foca mais nas habilidades transferíveis e na motivação para a nova área, explicando de forma clara a transição;
  • Simples: direta, objetiva e eficaz, ideal para quem está começando ou para vagas operacionais. Sem rodeios, mas com clareza e personalidade;
  • Moderna e visual: mais comum em áreas criativas ou startups. Pode ter um layout diferenciado, cores suaves e elementos visuais que expressem sua personalidade;
  • Tradicional: ideal para empresas mais formais ou vagas em áreas como administração, direito e finanças. Estrutura clássica, com foco em experiência e qualificações técnicas.

Cada modelo deve refletir quem o candidato é e o que pode oferecer para sua empresa,com autenticidade e propósito.

Existe a possibilidade de começar com modelos prontos e personalizáveis, sabia?

Ferramentas como o Canva e o Adobe Express têm opções gratuitas, intuitivas e bonitas. 

Também vale explorar exemplos prontos em fontes como o LiveCareer ou o Zety, ótimos para se inspirar (mas nunca copiar!).

Ah, e se bater o bloqueio criativo, você pode usar inteligência artificial para gerar rascunhos, revisar sua escrita ou adaptar o tom da carta conforme a vaga. 

Basta usar com consciência e revisar com seu toque pessoal no final.

Leia também: Carta de recomendação: o que é, qual a importância, como fazer e exemplos

Erros comuns a evitar ao escrever uma carta de apresentação para emprego

Mesmo candidatos experientes podem escorregar na hora de escrever um documento de apresentação. 

Às vezes, por pressa. Outras, por achar que é só um “detalhe”. 

Mas a verdade é que alguns deslizes podem custar a chance de uma entrevista.

Aqui estão erros comuns que os candidatos cometem e que você, como RH, pode ajudar a evitar com uma boa comunicação desde o início do processo:

  • Exagerar ou mentir: transparência conta muito. Recrutadores experientes percebem incoerências;
  • Repetir informações do currículo: a carta deve complementar, não duplicar. Traga contexto, motivação e valor pessoal;
  • Usar frases genéricas ou vazias: evite expressões como “sou proativo e trabalho bem em equipe” sem exemplos concretos;
  • Esquecer de revisar erros de português: erros gramaticais tiram a credibilidade e podem ser interpretados como falta de atenção;
  • Copiar modelos prontos sem personalização: usar um exemplo de carta de apresentação pronta como base é válido, mas enviar exatamente o mesmo texto para várias vagas mostra desinteresse.

Evitar esses deslizes já coloca uma carta à frente da maioria — e transmite profissionalismo logo de cara.

FAQ: Perguntas Frequentes sobre Cartas de Apresentação

O que é uma carta de apresentação?

É um documento breve que acompanha o currículo, apresentando quem você é, seu interesse pela vaga e por que é o candidato ideal. Ajuda a humanizar sua candidatura e a destacar sua motivação

Qual a diferença entre carta de apresentação e carta de motivação?

Na prática, os termos são usados como sinônimos: ambos servem para mostrar motivação e justificar por que você é a escolha certa para a vaga

Qual é o tamanho ideal de uma carta de apresentação?

O ideal é manter entre 250 e 400 palavras, ou 3 a 6 parágrafos, para garantir objetividade e manter o interesse do recrutador

Devo sempre enviar uma carta de apresentação?

Sim. Mesmo que não seja obrigatória, a carta mostra interesse genuíno, diferencia você da maioria dos candidatos e pode fazer toda a diferença no processo seletivo

O que escrever em uma carta de apresentação?

Escreva quem você é, o motivo do seu interesse pela vaga, como suas experiências e habilidades se conectam com a empresa e o que você pode contribuir. Seja claro, objetivo e pessoal.

Carta de apresentação: um diferencial que o RH não pode ignorar

Ao longo deste guia, vimos como a carta de apresentação pode ser muito mais do que um documento protocolar. 

Ela é uma ferramenta poderosa para enriquecer o processo seletivo, revelar motivações e identificar o alinhamento entre candidato e cultura organizacional.

Para o RH, incentivar e saber interpretar boas cartas é uma forma de tomar decisões mais humanas e estratégicas, reduzindo ruídos, evitando contratações mal ajustadas e valorizando quem realmente se preparou para a vaga.

Quer melhorar a qualidade dos seus processos desde a triagem? 

Comece promovendo boas práticas de candidatura, com materiais e instruções claras sobre o que você espera de uma carta.

Aproveite e aprenda também como aplicar o feedback no processo seletivo

Afinal, seu setor pode contribuir para o desenvolvimento da carreira mesmo daqueles candidatos que não foram selecionados.

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Cecilia Alberigi

Sou jornalista, publicitária e viajante nas horas vagas. Na Caju, minha missão é transformar textos complexos em conteúdos claros, acessíveis e que façam sentido para quem me lê. Acredito que a flexibilidade é fundamental em todos os aspectos da vida, por isso valorizo a liberdade de adaptação, tanto no trabalho quanto no cotidiano.

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