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Conheça a licença menstrual, uma proposta criada para diminuir os desconfortos de quem sofre com sintomas severos da menstruação.
Já ouviu falar no termo “licença menstrual”? Esse é um assunto que tem ganhado importância em alguns debates do mercado de trabalho e se transformou em um projeto de lei no Brasil.
A menstruação é um fenômeno natural que ocorre na maioria das pessoas com útero, podendo acarretar uma variedade de sintomas, como dor, náusea, fadiga e outros desconfortos. Em determinadas situações, esses sintomas podem ser tão intensos a ponto de prejudicar a capacidade de trabalho e o cotidiano de quem menstrua.
Com o propósito de assegurar que todas as pessoas possam desempenhar suas atividades laborais e viver com dignidade durante o período menstrual, alguns países têm adotado a chamada licença menstrual.
Neste texto, vamos explicar como esse benefício funciona, como ele afeta o trabalho das pessoas com útero e o que diz a legislação brasileira sobre o assunto.
A licença menstrual é uma proposta que busca oferecer uma licença remunerada para quem enfrenta desconforto significativo durante o período menstrual.
A ideia por trás disso é reconhecer e acomodar as necessidades físicas e emocionais que as pessoas com útero enfrentam durante esse período.
O funcionamento da licença menstrual varia de acordo com as propostas e políticas de cada lugar. Em alguns casos, pode ser oferecido um número específico de dias de licença remunerada por mês para pessoas que sofrem de dores menstruais intensas.
O período menstrual pode afetar o trabalho de diversas maneiras devido aos sintomas físicos e emocionais que muitas pessoas experimentam durante esse período. Alguns dos impactos incluem:
É importante reconhecer e respeitar as necessidades das pessoas com útero durante o período menstrual, e é por isso que algumas empresas já implementam políticas como a licença menstrual, para oferecer suporte a quem enfrenta sintomas significativos.
A lei da dignidade menstrual existe no Brasil desde março de 2021 e estabelece o Programa de Proteção e Promoção da Saúde Menstrual, que oferece absorventes higiênicos para os indivíduos que se encontram em situação de vulnerabilidade social.
Essa lei tem um papel crucial ao garantir que todas as pessoas, independentemente da posição social ou situação econômica, tenham acesso a itens essenciais e cuidados indispensáveis para preservar a saúde e a dignidade durante o ciclo menstrual.
Além disso, a legislação contempla a implementação de campanhas de conscientização sobre a menstruação e iniciativas educacionais voltadas para a saúde menstrual.
Uma conquista importante para a igualdade de gênero e a saúde das pessoas com útero, a lei da dignidade menstrual contribui para redução de uma série de questões associadas à menstruação. Veja as principais, a seguir.
A distribuição gratuita de absorventes femininos visa mitigar a pobreza menstrual, impedindo a falta de acesso a produtos adequados. Essa medida previne problemas de saúde e desafios sociais, como evasão escolar e ausência no trabalho.
Iniciativas de conscientização e educação sobre saúde menstrual buscam reduzir o estigma associado à menstruação, combatendo sentimentos de vergonha e isolamento que podem impactar a saúde mental e o bem-estar das pessoas que menstruam.
A Lei da Dignidade Menstrual assegura acesso universal a produtos e cuidados essenciais durante o ciclo menstrual, promovendo uma melhoria na qualidade de vida para todas as pessoas, independentemente de sua posição social ou econômica.
Hoje, no Brasil, não existe uma legislação específica que estipule a concessão de licença menstrual remunerada para as pessoas que menstruam.
No entanto, encontra-se em fase de análise na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei 1249/22, que prevê a garantia de três dias consecutivos de licença mensal para todas aquelas que demonstrem sintomas graves relacionados ao ciclo.
Caso seja aprovada, a licença não deve gerar nenhum impacto no salário ou em outros benefícios de quem a requisitar, sendo tratada como um direito para amenizar os sintomas negativos da menstruação.
Como vimos, não existe ainda uma licença menstrual na lei brasileira, mas o Projeto de Lei 1249/22 ainda está em tramitação no Congresso Nacional.
Caso o projeto seja aprovado, a licença menstrual será disponibilizada a todas as pessoas que menstruam, independentemente de sua identidade de gênero, por três dias consecutivos.
Para solicitar essa licença, de acordo com o texto da proposta, será necessária a apresentação de um atestado médico que comprove a gravidade dos sintomas associados ao ciclo menstrual.
O principal objetivo, de acordo com a deputada Jandira Feghali, autora da proposta, é garantir um alívio a essas pessoas que enfrentam sintomas graves que prejudicam a rotina. Cerca de 15% das mulheres experimentam esse nível de sintomas.
Enquanto isso, as pessoas que menstruam podem contar com o Programa de Proteção e Promoção da Saúde Menstrual, que oferece cuidados e itens essenciais para quem está em situação de vulnerabilidade e precisa lidar com a menstruação.
Além disso, algumas empresas adotam a licença menstrual de forma independente e proativa, dentro de seu pacote de benefícios para funcionários, mesmo sem a lei ter sido aprovada.
Atualmente, a licença menstrual é uma prática adotada oficialmente por alguns poucos países, além de estar em discussão em mais alguns outros.
As leis mais antigas sobre menstruação são de 1922, da União Soviética. Confira, a seguir, em quais países esse benefício é oferecido atualmente.
O Japão foi um dos primeiros países a implementar a licença menstrual, sendo adotada já em 1947.
A lei oferece dois dias de licença por mês para todas as trabalhadoras. Apesar disso, a lei não exige que as mulheres sejam remuneradas durante esse período.
Poucos anos depois do Japão, em 1953, a Coreia do Sul instituiu a licença menstrual. No país asiático a licença tem duração de dois dias por mês para todas as mulheres que trabalham e o salário não pode ser descontado.
Em 2003, a Indonésia incorporou a licença menstrual a sua legislação, concedendo dois dias por mês a todas as mulheres trabalhadoras.
Por lá, esses dias são contados no total de licenças que uma pessoa pode tirar por ano, por motivos de saúde.
No país africano a licença menstrual foi criada em 2015 e garante apenas um dia de pausa remunerada para todas as mulheres que possuem um emprego. Na Zâmbia, esse dia é conhecido como “dia das mães”.
Em 2017, a ilha de Taiwan adotou a licença menstrual, proporcionando três dias por mês para todas as mulheres que exercem atividades profissionais.
Esses dias são extras e não considerados nos 30 dias que as pessoas podem ter de licença por motivos de saúde.
Em fevereiro de 2023, a Espanha se destacou como o primeiro país europeu a implementar a licença menstrual. Essa licença de três dias por mês é concedida a todas as mulheres que enfrentam cólicas menstruais severas.
Além do Brasil, a licença menstrual chegou a ser discutida e proposta na Itália, em 2017. A tentativa de implementar a lei gerou um debate sobre o assunto em toda a Europa, mas acabou não sendo aprovada no país.
A licença menstrual traz vários benefícios tanto para as pessoas com útero, quanto para a sociedade em geral. Confira:
Em resumo, a licença menstrual contribui para a promoção de ambientes de trabalho mais equitativos, saudáveis e compreensivos em relação às necessidades de todos os colaboradores.
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Jornalista, redatora e revisora que adora ouvir e contar histórias. Cuidando do marketing de conteúdo da Caju, tem como missão levar informação de valor para a área de gestão de pessoas e contribuir para um mercado cada vez mais inovador e humano.
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