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Leis trabalhistas

Contrato de trabalho por prazo determinado: o que é e como funciona

O contrato de trabalho por prazo determinado pode trazer flexibilidade ou riscos, dependendo da aplicação. Entenda seus direitos e boas práticas para usar esse modelo com segurança jurídica.

Criado em

Atualizado em

por Cecilia Alberigi

Leia em 10 minutos

O contrato de trabalho por prazo determinado pode ser um aliado estratégico ou uma baita dor de cabeça, dependendo de como é usado. 

Para empresas, a dúvida é clássica: até onde posso contratar sem virar vínculo permanente? Para colaboradores, a pergunta é outra: meus direitos estão garantidos neste modelo?

Se você quer evitar problemas, fique atento(a): rescisões mal feitas, erros no banco de horas, confusões entre contrato temporário e contrato por tempo determinado… tudo isso abre espaço para passivos trabalhistas e desgaste nas relações.

Por outro lado, quando bem aplicado, esse modelo traz benefícios reais: flexibilidade para empresas, proteção para colaboradores e um formato que atende demandas específicas sem perder segurança jurídica.

Neste guia, você vai descobrir como ele funciona, quais são seus limites e como usá-lo sem tropeçar na lei.

O que é um contrato de trabalho por prazo determinado

O contrato de trabalho por prazo determinado é um modelo de vínculo formal previsto na CLT, em que empregador e empregado já sabem, desde o início, quando a relação vai começar e quando vai terminar. 

Diferente do contrato tradicional por prazo indeterminado, ele tem data certa para acabar, seja pelo fim de um projeto específico, pela sazonalidade de uma atividade ou até pela substituição de outro colaborador.

Seu conceito, previsto no artigo 443, §1º, traz expressamente o vínculo empregatício temporário. Veja:

Art. 443. § 1º – Considera-se como de prazo determinado o contrato de trabalho cuja vigência dependa de termo prefixado ou da execução de serviços especificados ou ainda da realização de certo acontecimento suscetível de previsão aproximada.

Até por isso, muita gente confunde esse formato com o contrato temporário, mas são coisas distintas. 

O contrato por tempo determinado é assinado diretamente entre empresa e trabalhador, enquanto o contrato temporário envolve uma empresa intermediadora de mão de obra e está regulamentado na Lei nº 6.019/74

Apesar da semelhança no nome, a lógica e as regras são diferentes. Veja:

O contrato com prazo determinado é útil para dar flexibilidade às empresas sem perder a segurança jurídica. Para os colaboradores, representa uma chance de adquirir experiência, ampliar o currículo e, em alguns casos, até conquistar efetivação. 

Em resumo: é uma ferramenta prática para atender necessidades pontuais de trabalho sem abrir mão da formalidade legal.

Leia também: Jornada de trabalho: conceito, legislação e como acompanhar

Regras e exigências legais do contrato por tempo determinado

O contrato de trabalho por prazo determinado é regulamentado pela CLT (artigos 443 a 451) e tem algumas regras bem definidas que empregadores e colaboradores precisam conhecer para evitar problemas.

A primeira delas é a duração máxima: esse tipo de contrato não pode ultrapassar 2 anos (art. 445 da CLT). Além disso, só é permitida uma prorrogação dentro desse período. 

Se a empresa ultrapassar esses limites, o contrato automaticamente passa a ser considerado por prazo indeterminado, com todos os direitos correspondentes (art. 451 da CLT).

Mas afinal, em quais casos a lei permite esse modelo? Três situações principais:

Art. 443, § 2º – O contrato por prazo determinado só será válido em se tratando: 

a) de serviço cuja natureza ou transitoriedade justifique a predeterminação do prazo;

b) de atividades empresariais de caráter transitório;

c) de contrato de experiência. 

Outro ponto importante é a formalização: o contrato precisa ser feito por escrito (apesar de não ser uma exigência legal) e detalhar datas de início e término, além de condições de trabalho. A falta de clareza pode gerar riscos jurídicos para a empresa.

Resumindo: o contrato por tempo determinado é uma ferramenta útil, mas cheia de regras. Segui-las é essencial para evitar multas, ações trabalhistas e a caracterização de vínculo empregatício permanente.

Limitações e cuidados para empregadores

O contrato de trabalho por prazo determinado pode ser ótimo para dar flexibilidade, mas também é um terreno cheio de armadilhas se usado de forma errada. 

A primeira limitação é clara: ele não pode virar uma “gambiarra” para mascarar uma relação de emprego permanente. 

Se o RH insiste em renovar contratos além do limite legal ou usa esse formato sem justificativa válida, o risco é transformar o vínculo em contrato por prazo indeterminado na marra. 

E aí vêm os problemas: pagamento de verbas adicionais, multas e até processos trabalhistas. 

O recado é simples: use este contrato com responsabilidade. Ele é feito para projetos pontuais, atividades sazonais ou substituições, e não para driblar a legislação.

Transparência e formalidade são as melhores proteções para a empresa.

Direitos do colaborador

Apesar de ter prazo para acabar, o trabalhador não fica sem proteção: existem direitos do contrato por prazo determinado. 

Quem é contratado nesse modelo tem praticamente os mesmos direitos de um vínculo permanente. Isso inclui:

  • FGTS;
  • 13º salário;
  • Horas extras;
  • Adicionais legais;
  • Descanso semanal remunerado;
  • Férias proporcionais acrescidas de ⅓.

O que muda é a forma de desligamento

Se o contrato termina no prazo previsto, não há aviso prévio, mas o colaborador recebe todas as verbas proporcionais. 

Já na rescisão do contrato por prazo determinado antes da data final, a regra é diferente: a empresa pode ter que pagar indenização ao empregado ou, em alguns casos, o trabalhador pode indenizar o empregador.

Em resumo: é um modelo de vínculo empregatício temporário (que não se confunde com o chamado contrato temporário), mas o colaborador continua protegido pela CLT e deve receber seus direitos de forma justa.

Vantagens e desvantagens

O contrato de trabalho por prazo determinado pode ser uma ótima saída tanto para empresas quanto para colaboradores. 

Ele dá flexibilidade, organiza custos e garante segurança jurídica, mas também tem algumas limitações que precisam ser consideradas.

Para empresas, as vantagens incluem:

  • Substituir colaboradores afastados de forma legal e temporária;
  • Controlar melhor os custos, já que a duração é definida de início;
  • Contratar para demandas pontuais (projetos, picos de produção, sazonais).

A desvantagem é o limite de duração (até 2 anos, com apenas uma prorrogação) e o risco de transformar o vínculo em contrato indeterminado se as regras não forem seguidas.

Por isso, é fundamental que o RH tenha total controle da situação e faça uma boa gestão da jornada de trabalho ao longo do tempo, certo?

Já para os colaboradores, as vantagens são bem interessantes.

Eles podem usufruir de direitos do contrato por prazo determinado, com a garantia de quase todos os direitos trabalhistas (férias, 13º, FGTS). 

Além disso, é uma boa oportunidade de ganhar experiência ou abrir portas para efetivação, e também uma chance de atuar em novos setores ou funções.

Por outro lado, não há estabilidade no longo prazo, devido ao tempo limite, e não há aviso prévio nem multa de 40% do FGTS no término natural.

Ou seja: é um modelo válido, mas que só funciona bem quando empresas e colaboradores entendem claramente suas condições.

Contrato por prazo determinado na prática

Na teoria, o contrato por prazo determinado parece simples: começa em uma data, termina em outra e pronto. Mas, na prática, ele ganha contornos interessantes e pode ser aplicado em diferentes cenários dentro das empresas.

Um exemplo comum é o setor varejista, que costuma reforçar o time durante as festas de fim de ano. 

Outro caso clássico é o da indústria, que contrata equipes extras em períodos de maior demanda. Também é bastante usado para substituição de colaboradores afastados, como no caso de licença-maternidade, férias ou até afastamentos médicos.

Como já falamos, é aqui que muita gente confunde com o contrato de trabalho temporário. Se nessas situações, houver intermediação por uma empresa de trabalho temporário, aí a coisa muda de figura. 

O vínculo empregatício temporário é com a agência, e não diretamente com a empresa contratante.

Isso acontece bastante quando uma empresa que precisa substituir funcionários durante uma greve ou atender a uma demanda emergencial de rápida duração. 

Na prática, a principal lição é: o contrato por prazo determinado é direto entre empresa e empregado, enquanto o contrato temporário envolve uma intermediadora. Ambos atendem demandas pontuais, mas com estruturas jurídicas diferentes.

Perguntas frequentes

É necessário formalizar por escrito?

Sim. Apesar de não existir obrigatoriedade na lei, é importante formalizar por escrito, com datas de início e término claras. Se feito apenas verbalmente, corre-se o risco de ele ser considerado um contrato por prazo indeterminado.

Quais são os direitos do empregado contratado por tempo determinado?

Os direitos do contrato por prazo determinado envolvem quase todos os direitos da CLT: 13º salário, férias proporcionais + 1/3, FGTS, adicionais e horas extras. Mas, no fim do contrato, não há aviso prévio nem multa de 40% do FGTS, salvo rescisão antecipada.

Como funciona o contrato de trabalho por prazo determinado?

Ele é firmado com uma data certa para começar e terminar, podendo ser usado em projetos pontuais, demandas sazonais ou substituições. Tem duração máxima de 2 anos e só pode ser prorrogado uma vez. Ultrapassando isso, passa a ser considerado indeterminado.

Quanto tempo pode durar o contrato por tempo determinado?

Pela CLT, o contrato por tempo determinado pode durar até 2 anos. Dentro desse período, ele pode ser prorrogado apenas uma vez. Se for renovado além do limite ou ultrapassar o prazo máximo, a legislação o transforma automaticamente em um contrato indeterminado.

Posso renovar o contrato indefinidamente?

Não. A lei permite apenas uma prorrogação dentro do limite de 2 anos. Se a empresa insiste em renovar indefinidamente, o contrato se torna automaticamente indeterminado.

O que acontece se o contrato terminar antes do prazo?

Se houver rescisão do contrato por prazo determinado antecipadamente por parte da empresa, ela deverá indenizar o colaborador. Já se o trabalhador pedir para sair antes, pode ser obrigado a indenizar o empregador. 

O que recebo no fim do contrato determinado?

Ao término natural, o colaborador recebe: saldo de salário, férias proporcionais + 1/3, 13º proporcional, saque do FGTS e horas extras, se houver. Não há aviso prévio nem multa de 40% do FGTS, a não ser em rescisões antecipadas sem justa causa pela empresa.

Contrato por prazo determinado: use com inteligência

O contrato de trabalho por prazo determinado é uma ferramenta importante para empresas que precisam lidar com demandas específicas sem abrir mão da formalidade. 

Ele garante segurança jurídica ao empregador e proteção de direitos ao colaborador, desde que as regras previstas na CLT sejam respeitadas.

Vimos que esse modelo funciona bem em situações como projetos com prazo definido, sazonalidades e substituições temporárias. Mas também exige atenção: não pode ser usado de forma ilimitada nem servir como “atalho” para evitar vínculos permanentes.

Para o colaborador, o contrato representa experiência e oportunidade; para a empresa, flexibilidade e planejamento. O segredo é usar com responsabilidade.

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Cecilia Alberigi

Sou jornalista, publicitária e viajante nas horas vagas. Na Caju, minha missão é transformar textos complexos em conteúdos claros, acessíveis e que façam sentido para quem me lê. Acredito que a flexibilidade é fundamental em todos os aspectos da vida, por isso valorizo a liberdade de adaptação, tanto no trabalho quanto no cotidiano.

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