Receba um pedaço da Caju toda semana.

Inscreva-se na nossa newsletter e receba as principais novidades que o profissional de RH precisa saber para se destacar no mercado.

Leis trabalhistas

Cota PCD: entenda a importância da inclusão de pessoas com deficiência nas empresas

A Lei de Cotas PCD ainda desperta dúvidas nas empresas. Este artigo explica como se adequar à legislação, evitar riscos e transformar a inclusão em uma vantagem competitiva para o negócio.

Criado em

Atualizado em

por Cecilia Alberigi

Leia em 11 minutos

A cota PCD ainda gera muitas dúvidas dentro das empresas: é só burocracia ou realmente faz diferença? 

Para gestores de RH e líderes, o dilema é claro: como se adequar à lei sem transformar o processo em uma corrida contra o relógio? 

Para colaboradores e sociedade, a questão é ainda maior: como garantir a inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho de forma real?

Ignorar o tema pode custar caro: multas pesadas, passivos trabalhistas e, talvez pior, a perda de credibilidade em tempos em que diversidade é pauta estratégica.

Por outro lado, empresas que enxergam a Lei de Cotas PCD como uma oportunidade colhem frutos poderosos: inovação, engajamento e uma cultura organizacional mais justa.

Neste guia, você vai entender como funciona a lei, quais são suas obrigações e como transformar a inclusão em vantagem competitiva.

O que é a cota PCD?

A cota PCD é uma obrigação legal prevista na Lei de Cotas (Lei 8.213/91, art. 93), que determina que empresas com mais de 100 funcionários devem reservar uma parte de suas vagas para pessoas com deficiência. 

Mais do que uma exigência jurídica, é uma ferramenta essencial de diversidade e inclusão no mercado de trabalho.

Seu objetivo é garantir que a inclusão de pessoas com deficiência não fique apenas no discurso, mas seja uma prática efetiva. 

Isso contribui para quebrar barreiras históricas, aumentar a participação de profissionais PCD em diferentes setores e estimular uma cultura organizacional mais diversa e justa.

Em resumo, a cota prevista em lei é um mecanismo de transformação social: obriga empresas a se adequarem, mas, ao mesmo tempo, abre portas para talentos que podem agregar valor humano e profissional ao negócio.

Definição da Lei de Cotas PCD: porcentagem de profissionais e tamanho das empresas

A Lei de Cotas PCD define que empresas privadas e públicas com 100 ou mais colaboradores devem destinar entre 2% e 5% de suas vagas para pessoas com deficiência ou reabilitadas pelo INSS. Veja:

Art. 93. A empresa com 100 (cem) ou mais empregados está obrigada a preencher de 2% (dois por cento) a 5% (cinco por cento) dos seus cargos com beneficiários reabilitados ou pessoas portadoras de deficiência, habilitadas, na seguinte proporção:

        I – até 200 empregados……………………………………………………………………………….2%;

        II – de 201 a 500…………………………………………………………………………………………3%;

        III – de 501 a 1.000……………………………………………………………………………………..4%;

        IV – de 1.001 em diante. ……………………………………………………………………………..5%.

Essa obrigatoriedade vale para todos os setores da economia, sem exceção. 

E fique atento(a) porque esses cálculos devem ser feitos sobre o número total de funcionários registrados no CNPJ, sem “atalhos”, ok?

Isso significa que não adianta excluir temporários, terceirizados ou estagiários para diminuir o percentual: a lei é clara. 

Afinal, a intenção da lei não é apenas “cumprir tabela”, mas promover de fato a inclusão no mercado de trabalho PCD, criando oportunidades reais e reduzindo desigualdades históricas.

Para se ter uma ideia, em 2023, havia cerca de 545 mil trabalhadores PCD no mercado de trabalho brasileiro, um número ainda baixo em relação ao total estimado de 18,6 milhões de pessoas com deficiência no país.

Esses dados mostram que apesar da lei estar ativa há décadas, a inclusão das pessoas com deficiência no mercado de trabalho ainda é muito abaixo do ideal, e muitas empresas não cumprem a cota exigida por lei.

Empresas e cota PCD: obrigatoriedade

Quando o assunto são empresas e cota PCD, tenha em mente que a inclusão não é opcional: é uma exigência prevista na legislação trabalhista brasileira. 

Todas as empresas com 100 ou mais empregados devem reservar um percentual de vagas para pessoas com deficiência ou reabilitadas pelo INSS. 

Essa obrigação existe para garantir que a inclusão de pessoas com deficiência aconteça de forma concreta no mercado de trabalho, equilibrando oportunidades e estimulando a diversidade nas empresas.

Na prática, cabe ao RH e à gestão de pessoas assegurar que essas vagas estejam preenchidas corretamente. 

Isso envolve desde um processo seletivo inclusivo até a adaptação do ambiente de trabalho. 

O descumprimento das obrigações da Lei de Cotas PCD pode trazer consequências sérias, que vão de multas pesadas a ações judiciais.

Quem se enquadra na cota

A lei inclui diferentes tipos de deficiência reconhecidas pelo Ministério da Saúde e pela legislação:

  • Deficiência física;
  • Deficiência visual;
  • Deficiência múltipla;
  • Deficiência auditiva;
  • Deficiência intelectual;
  • Pessoas reabilitadas pelo INSS após acidentes ou doenças.

Ou seja, o público é bastante amplo. 

É importante que as empresas entendam essas classificações, evitando restringir contratações a um único perfil. 

Desse modo, além de cumprir as obrigações legais da cota PCD, a organização promove uma inclusão mais diversa, trazendo diferentes perspectivas e experiências para o ambiente corporativo.

Leia também: Dia do Orgulho Autista: promovendo a inclusão no mercado de trabalho

Penalidades por não cumprimento da lei

O não cumprimento das obrigações legais da cota PCD pode sair muito caro para as empresas. 

A fiscalização é feita pelo Ministério do Trabalho e Emprego, e o descumprimento resulta em multas que variam conforme o número de vagas não preenchidas. 

Cada vaga em aberto pode gerar multa de até R$ 321 mil, valor atualizado anualmente.

Além das penalidades financeiras, há também riscos de processos trabalhistas e até de danos à reputação da empresa

Em tempos em que diversidade e inclusão estão cada vez mais valorizadas pelo mercado, não cumprir as obrigações pode prejudicar a imagem da marca e dificultar a atração de talentos.

Ou seja: a lei garante inclusão, mas também cobra caro de quem insiste em ficar de fora.

Neste ponto, você já deve estar pensando em como contratar PCD, certo? Vamos fortalecer essa necessidade destacando os benefícios dessa inclusão.

Benefícios da inclusão de PCD

Cumprir a cota de pessoas com deficiência não deve ser visto apenas como “obrigação legal”. 

Quando as empresas entendem o real valor da inclusão, percebem que os ganhos vão muito além de evitar multas. 

A inclusão de pessoas com deficiência fortalece a cultura organizacional, melhora o clima interno e gera impactos positivos que refletem em toda a sociedade.

Para a empresa

Fazer parte do mercado de trabalho PCD traz ganhos concretos para as empresas. 

Além de cumprir a lei, há o desenvolvimento de ambiente de trabalho mais diverso, criativo e colaborativo

A diversidade de perspectivas, como você já sabe, estimula a cultura de inovação e melhora a capacidade de resolver problemas.

E tem outros benefícios da inclusão PCD para a empresa:

  • Maior engajamento e motivação dos colaboradores;
  • Reforço da imagem institucional como marca inclusiva;
  • Vantagem competitiva em processos de ESG e responsabilidade social.

Leia também: O que significa vaga afirmativa e qual a sua importância?

Para os colaboradores

A presença de colegas com deficiência amplia a consciência e a empatia dentro da equipe. 

Colaboradores aprendem a conviver com diferentes realidades e desenvolvem maior sensibilidade social. Isso gera um ambiente de trabalho mais humano e colaborativo.

Além disso, a inclusão de pessoas com deficiência estimula práticas de gestão mais modernas, como flexibilização de rotinas, acessibilidade tecnológica e adaptação de espaços. 

Isso beneficia não só os profissionais PCD, mas todos os colaboradores. Afinal, quando o ambiente é pensado para ser inclusivo, todo mundo trabalha melhor.

Para a sociedade

A contratação de pessoas com deficiência fortalece o mercado de trabalho PCD, gera renda e combate preconceitos históricos. 

Empresas que cumprem essa cota contribuem para reduzir desigualdades, tornando o ambiente corporativo um reflexo mais justo da sociedade.

Além disso, os benefícios da inclusão de pessoas com deficiência ultrapassam os muros da empresa: famílias são impactadas positivamente, comunidades ganham referências de inclusão e o país evolui em termos de diversidade e cidadania.

Em resumo: quando a empresa abre suas portas, a sociedade inteira colhe os frutos.

Como contratar PCD e se adequar à cota?

Muitas empresas ainda encaram a cota para pessoas com deficiência como um desafio. 

Mas, na prática, ela pode ser um caminho para modernizar processos de RH e criar uma cultura inclusiva mais forte. 

Adequar-se à lei não significa apenas saber como contratar PCD para “cumprir tabela”, mas repensar desde o recrutamento até a gestão diária, garantindo que a inclusão de pessoas com deficiência seja real e sustentável.

Processos internos e recrutamento inclusivo

O primeiro passo para atender às obrigações legais é estruturar processos internos consistentes. Isso inclui revisar descrições de vagas para eliminar barreiras, adaptar etapas seletivas e garantir acessibilidade digital e física.

Boas práticas incluem:

  • Treinar gestores para conduzir entrevistas de forma inclusiva;
  • Adaptar ferramentas e plataformas de RH para acessibilidade;
  • Criar campanhas de divulgação direcionadas ao mercado de trabalho PCD.

Essas ações tornam o recrutamento mais justo e aumentam as chances de atrair talentos qualificados. 

Afinal, na hora de aprender como contratar PCD, você irá muito além de preencher um requisito legal: é sobre abrir portas e valorizar competências.

Parcerias e consultorias especializadas

Nem sempre as empresas conseguem estruturar sozinhas um processo de inclusão completo. Por isso, contar com parcerias e consultorias especializadas pode ser o diferencial

Existem ONGs, entidades de classe e empresas focadas em acessibilidade que ajudam a identificar candidatos, adaptar processos e capacitar equipes.

Essas parcerias apoiam desde a seleção até a integração do colaborador, garantindo que a cota para pessoas com deficiência seja cumprida de forma responsável. 

Além disso, especialistas ajudam a desconstruir preconceitos e mostrar os reais benefícios da inclusão PCD para todos os envolvidos.

Assim, em vez de enxergar a lei como um peso, a empresa passa a vê-la como oportunidade de crescimento, inovação e fortalecimento da sua cultura organizacional.

Mitos e verdades sobre a cota PCD

A cota PCD ainda é cercada de mal-entendidos. 

Muitas empresas acreditam que cumpri-la é complicado, caro ou inviável, mas na prática boa parte dessas percepções vem de mitos que precisam ser derrubados. Vamos separar o que é verdade e o que é pura confusão:

Mito 1: É impossível encontrar profissionais qualificados.
Falso. O mercado de trabalho PCD tem profissionais preparados em diversas áreas. O problema está mais na falta de processos inclusivos de recrutamento do que na ausência de talentos.

Mito 2: Cumprir a cota para pessoas com deficiência gera custos altos.
Falso. Muitas adaptações necessárias são simples e acessíveis. Além disso, os benefícios da inclusão superam em muito os custos iniciais, trazendo ganhos de engajamento, inovação e imagem positiva.

Mito 3: Pessoas com deficiência só podem ocupar funções operacionais.
Falso. Essa ideia é ultrapassada e discriminatória. Existem PCD atuando como líderes, analistas, desenvolvedores e em cargos estratégicos. Limitar funções é desperdiçar talento.

Mito 4: A lei é apenas uma formalidade.
Falso. As obrigações legais são fiscalizadas, e multas por descumprimento podem ser pesadas. Mais do que isso, a lei é uma ferramenta real de inclusão social.

Verdade: A Lei de Cotas PCD foi criada para abrir portas e garantir equidade no ambiente corporativo. 

Quando as empresas a cumprem de forma consciente, todos ganham: colaboradores, gestores e sociedade.

Em resumo: a cota não é um fardo, mas uma oportunidade de evolução e de criar um ambiente de trabalho mais justo e diverso.

Cota PCD é inclusão que transforma

A cota PCD vai muito além de uma obrigação legal: ela é um instrumento de transformação no mercado de trabalho. 

Ao garantir espaço para a inclusão de pessoas com deficiência, a lei equilibra oportunidades, combate preconceitos e fortalece a diversidade dentro das empresas.

Para gestores de RH e empresários, enxergar a lei como aliada, e não como peso, é o primeiro passo. O cumprimento das regras traz benefícios concretos: equipes mais diversas, imagem institucional fortalecida e engajamento real dos colaboradores.

E para deixar tudo mais fácil, a Caju oferece soluções de Gestão de Pessoas que simplificam processos de contratação, benefícios e integração. Porque inclusão não deve ser burocracia, mas sim parte natural da cultura corporativa.

Que tal ampliar o pensamento no tema e descobrir o que é e como começar com os treinamentos em diversidade e inclusão?

Conheça a Caju

Preencha o formulário de interesse abaixo.

Entraremos em contato com as melhores soluções para sua empresa.

Compartilhe nas redes sociais

Cecilia Alberigi

Sou jornalista, publicitária e viajante nas horas vagas. Na Caju, minha missão é transformar textos complexos em conteúdos claros, acessíveis e que façam sentido para quem me lê. Acredito que a flexibilidade é fundamental em todos os aspectos da vida, por isso valorizo a liberdade de adaptação, tanto no trabalho quanto no cotidiano.

Ver todos os posts dessa autoria

Receba um pedaço da Caju toda semana.

Inscreva-se na nossa newsletter e receba as principais novidades que o profissional de RH precisa saber para se destacar no mercado.