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O problema que afeta profissionais de alta performance pode estar mais perto do que você imagina. Saiba como prevenir o Burn On!
Nos últimos anos, a saúde mental ganhou protagonismo no debate corporativo. Empresas passaram a reconhecer que o bem-estar emocional dos colaboradores é parte essencial de uma cultura organizacional saudável e produtiva. Nesse cenário, síndromes ligadas ao estresse ocupacional, como o Burn On, são amplamente discutidas.
Essa é uma nova condição que vem chamando a atenção dos especialistas e dos setores de Recursos Humanos. Enquanto o burnout, conhecido a mais tempo, é caracterizado por um colapso físico e emocional, levando à exaustão extrema e, muitas vezes, ao afastamento do trabalho, o Burn On é mais silencioso e traiçoeiro.
Neste guia, vamos explorar a fundo o que é a Síndrome de Burn On, seus sintomas e causas, como ela se diferencia da síndrome de burnout, além de estratégias para identificação, tratamento e prevenção no ambiente corporativo.
Use este guia completo para apoiar líderes e profissionais de RH na criação de ambientes de trabalho mais saudáveis e emocionalmente equilibrados, promovendo uma cultura de cuidado genuíno com as pessoas.
A síndrome de Burn On é uma forma crônica e silenciosa de esgotamento emocional, em que o indivíduo continua desempenhando suas funções, muitas vezes de forma exemplar, mesmo estando profundamente esgotado.
Esse termo foi popularizado pelo psiquiatra alemão Timo Schiele e pela psicoterapeuta Bert te Wildt, que perceberam um padrão recorrente em pacientes que apresentavam sintomas de exaustão severa sem deixarem de trabalhar ou entregar resultados.
Na prática, muitos profissionais com Burn On são vistos como exemplos de dedicação, comprometimento e resiliência. No entanto, por trás dessa fachada produtiva, existe um custo emocional alto, que pode se agravar com o tempo e gerar consequências severas para a saúde física e mental.
A identificação da síndrome de Burn On pode ser desafiadora, especialmente porque os indivíduos afetados raramente expressam sinais externos de sofrimento. Eles mantêm a rotina de trabalho, evitam demonstrar vulnerabilidade e muitas vezes sequer reconhecem o próprio desgaste.
No entanto, existem sintomas característicos que podem ajudar na detecção da condição. Confira a lista dos 7 principais:
Mesmo com sono adequado e sem excesso de demandas pontuais, a pessoa se sente constantemente cansada, esgotada e sem energia. A sensação de fadiga é permanente e pode ser um dos principais indicativos de que há uma síndrome silenciosa causando esse estado.
O indivíduo vive em um estado de alerta contínuo, como se estivesse sempre à beira de uma nova entrega ou desafio. Isso impede o relaxamento e o descanso mental.
Com o modelo de trabalho remoto, isso pode ser identificado com o perfil de pessoas que ficam de olho em notificações em aplicativos de trabalho e contas de e-mail, sentindo sempre a necessidade de responder independente do horário.
Mesmo fora do expediente, há uma preocupação constante com as tarefas, responsabilidades e metas. A mente permanece ocupada com assuntos profissionais durante boa parte do tempo livre.
Pessoas com Burn On tendem a querer controlar todos os aspectos do trabalho, assumem mais responsabilidades do que deveriam e têm uma busca constante por excelência, mesmo às custas da saúde.
Apesar de entregarem resultados, essas pessoas não sentem prazer genuíno pelo que fazem. O trabalho deixa de ser fonte de propósito na rotina e passa a ser uma obrigação mecânica, feita apenas por obrigação.
Com o passar do tempo, o esgotamento emocional se reflete em mudanças de comportamento: aumento da irritabilidade, impaciência, dificuldades nos relacionamentos interpessoais e tendência ao isolamento.
Distúrbios do sono, dores de cabeça, tensão muscular, problemas gástricos e alterações no apetite são comuns em pessoas com Burn On. Reconhecer esse e os outros sinais é o primeiro passo para o diagnóstico e a intervenção precoce, evitando que o quadro evolua para algo mais grave.
A síndrome de Burn On não tem uma única causa, mas sim um conjunto de fatores que, combinados, aumentam significativamente o risco de desenvolvimento da condição.
Entre as principais causas estão essas 5 que listamos a seguir:
Ambientes corporativos que valorizam apenas resultados, metas e produtividade, sem espaço para vulnerabilidade, pausas ou equilíbrio, tendem a alimentar o Burn On. A pressão constante para performar pode se transformar em exaustão.
Com a popularização do trabalho com equipes remotas e da hiperconectividade, muitos profissionais têm dificuldade em estabelecer limites claros entre trabalho e vida pessoal. Essa fusão prolonga o tempo de exposição ao estresse e impede o descanso necessário.
Indivíduos com tendências ao perfeccionismo, autocobrança excessiva e necessidade de aprovação são mais propensos ao Burn On, pois raramente se permitem falhar ou descansar.
A ausência de validação, feedback contínuo, escuta ativa e reconhecimento pelo esforço emocional também contribui para o desgaste prolongado, mesmo que existam recompensas materiais ou financeiras.
Em muitas empresas, ainda há estigmas associados a demonstrações de cansaço, sofrimento emocional ou necessidade de ajuda. Isso leva profissionais a esconderem seus sintomas, o que só agrava o quadro.
É importante que os líderes e times de RH estejam atentos a essas condições organizacionais, pois elas não apenas favorecem o surgimento do Burn On, como também dificultam sua detecção e tratamento.
Embora ambos os termos estejam relacionados à exaustão no trabalho, é fundamental entender que Burn On e Burnout não são sinônimos. Eles representam fases diferentes de um mesmo espectro de esgotamento emocional, com características próprias.
Confira um quadro comparativo:
Aspecto | Burn On | Burnout |
Estado de atividade | O profissional continua produtivo | A produtividade é muito afetada |
Sintomas visíveis | Pouco perceptíveis, mascarados | Evidentes, com forte impacto no dia a dia |
Relacionamento com o trabalho | Persistência em trabalhar, mesmo com sofrimento | Aversão ao trabalho, desconexão total |
Fase da síndrome | Estágio inicial ou intermediário | Estágio final e agudo |
Possibilidade de diagnóstico | Mais difícil de diagnosticar | Mais fácil, com critérios já consolidados |
Interrupção das atividades | Raramente ocorre | Frequentemente leva ao afastamento |
Em resumo, o Burn On é o esgotamento que não para. Além disso, ele se manifesta antes do colapso, quando ainda é possível manter a fachada de que tudo está bem. Já o burnout é o colapso propriamente dito, com prejuízos profundos à vida pessoal e profissional.
O diagnóstico da síndrome de Burn On ainda é desafiador, pois não existe um protocolo clínico amplamente reconhecido como no caso do burnout. No entanto, psicólogos e psiquiatras vêm desenvolvendo critérios baseados em relatos e padrões observados em pacientes.
Já o tratamento do Burn On envolve uma abordagem multifatorial, envolvendo um conjunto de aspectos para conseguir promover o bem-estar.
O diagnóstico é predominantemente clínico, baseado em entrevistas e no histórico do paciente.
O profissional de saúde mental irá investigar a rotina de trabalho, os sintomas emocionais e físicos, os comportamentos relacionados à produtividade e os sentimentos subjetivos do indivíduo. Questionários psicológicos e escalas de avaliação de estresse podem ser utilizados como apoio.
O tratamento do Burn On passa por:
O suporte da empresa e da liderança é essencial durante esse processo, como veremos a seguir.
A prevenção do Burn On exige uma combinação de ações individuais e organizacionais. A seguir, listamos 6 estratégias eficazes que podem ser aplicadas dentro das empresas:
Fomentar uma cultura que valorize o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, onde pausas sejam incentivadas e não punidas, é o primeiro passo para prevenir quadros de esgotamento crônico.
Criar espaços seguros para conversas francas sobre saúde mental, frustrações e dificuldades ajuda a reduzir o estigma e possibilita intervenções mais precoces para os profissionais.
Líderes bem preparados são capazes de identificar sinais de esgotamento nos seus times e agir com empatia. Treinamentos sobre inteligência emocional e escuta ativa devem fazer parte da formação gerencial.
É papel do RH e das lideranças das áreas garantir que as demandas estejam distribuídas de forma justa, respeitando a capacidade e os limites de cada profissional.
Oferecer iniciativas como atendimento psicológico, incentivo à atividade física, acesso à meditação, sessões de mindfulness e políticas de desconexão fora do horário de expediente são medidas altamente eficazes.
Metas inatingíveis, KPIs excessivos e cobranças sem sentido criam ambientes tóxicos. É fundamental revisar esses critérios periodicamente, com foco em qualidade e não apenas em quantidade.
O RH e a liderança têm papel central no enfrentamento do Burn On. Empresas que reconhecem os impactos da saúde mental no desempenho de seus colaboradores e que desenvolvem ações concretas para cuidar das pessoas colhem benefícios tangíveis:
Além de programas e políticas, é preciso cultivar um ambiente de confiança. Os profissionais devem sentir que podem pedir ajuda sem medo de julgamentos, que suas emoções importam e que o bem-estar não é um bônus, mas uma prioridade.
Tudo isso passa por ações simples mas também por políticas estruturadas, como o acesso a psicoterapia e jornadas de trabalho mais humanas.
Promover o bem-estar emocional não é apenas uma obrigação ética, mas sim uma decisão estratégica. Empresas que cuidam de seus colaboradores também estão cuidando da sua longevidade e competitividade no mercado.
Percebeu como a síndrome de Burn On representa um novo desafio para o mundo corporativo? Ela escancara que o esgotamento nem sempre vem acompanhado de queda de performance e que o sofrimento mental pode estar mascarado por uma produtividade aparente.
Ignorar esse fenômeno é fechar os olhos para um problema que compromete não apenas a saúde dos profissionais, mas também a sustentabilidade das organizações. Reconhecer os sinais, entender as causas, tratar com responsabilidade e, acima de tudo, prevenir o Burn On exige uma mudança de cultura.
É hora de reavaliar o que entendemos por “comprometimento” e “alta performance”, resgatando o valor do equilíbrio, da empatia e do cuidado genuíno com as pessoas. Por isso, nossa indicação é acessar agora o conteúdo sobre a “Nova lei de Saúde Mental: guia para empresas e RH”!
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Sou jornalista, publicitária e viajante nas horas vagas. Na Caju, minha missão é transformar textos complexos em conteúdos claros, acessíveis e que façam sentido para quem me lê. Acredito que a flexibilidade é fundamental em todos os aspectos da vida, por isso valorizo a liberdade de adaptação, tanto no trabalho quanto no cotidiano.
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