Feedforward: o que é, qual é a importância e como aplicar?

Certamente você já ouviu falar em feedback. Mas e feedforward, você sabe o que é?

O papel do feedback nas empresas não deve ser subestimado. Essa ferramenta, hoje em dia bastante comum em todos os tipos de negócio, permite que os colaboradores saibam se seu desempenho está alinhado com as expectativas da organização. Sem ele, os funcionários podem se sentir perdidos ou pouco motivados. 

Porém, além do feedback, existem outras ferramentas complementares de desenvolvimento que podem ser utilizadas. Uma delas é o feedforward.

Esse conceito, desenvolvido pelo educador e coach de negócios Marshall Goldsmith, serve para criar um ambiente de trabalho mais positivo para o futuro, auxiliando os funcionários a superarem barreiras que impedem seu crescimento profissional. 

No artigo de hoje, descubra o que é feedforward, quais são seus benefícios para as empresas, o que o difere do feedback e como aplicá-lo à gestão de talentos. Confira!

O que é feedforward?

O feedforward é uma variação do tradicional feedback que consiste em, após uma análise de comportamento, compreender quais habilidades profissionais um colaborador precisa desenvolver. O termo pode ser trazido com olhar para frente ou adiante. 

O objetivo é simples: acelerar o desenvolvimento dos colaboradores, estimulando-os a aprimorarem competências. As lideranças olham adiante e buscam aspectos que os colaboradores devem desenvolver para que, no futuro, consigam lidar com os desafios da empresa e do mercado, obtendo a melhor performance possível. 

Qual é a diferença entre feedforward e feedback?

Antes de seguir adiante com as características do feedforward, é interessante entender o que o diferencia do feedback. 

O feedback é uma técnica bastante utilizada nas empresas, consistindo em dar um retorno sobre as competências dos funcionários, sugerindo melhorias. A ideia é que as lideranças realizem avaliações periódicas, que forneçam respostas pontuais e objetivas sobre a postura dos colaboradores. 

Com base nos feedbacks, os gestores conseguem traçar planos de desenvolvimento para que a equipe siga se aperfeiçoando.

O feedforward, por sua vez, não se baseia em ações passadas, e sim futuras, levantando habilidades técnicas e emocionais que a equipe precisa desenvolver. Com isso, é possível que a equipe alcance um desempenho ainda melhor.

Veja um exemplo prático de aplicação do feedforward

Para entender como o feedforward funciona na prática, vamos pensar em um exemplo.

Imagine uma empresa que vende um software de relacionamento com os clientes. Uma das vendedoras acabou de chegar à equipe comercial. Suas ligações de contato com os clientes estão sendo gravadas para que ela, em conjunto com a liderança, analise as conversas mais tarde.

Durante a abordagem, ela apresentou as funcionalidades do produto, mostrando conhecimento da solução de CRM oferecida pelo negócio. Mas se esqueceu de um detalhe importante: escutar ativamente o potencial cliente para entender suas necessidades e, então, adaptar seu discurso de acordo com elas.

Na conversa posterior, caso adote a abordagem do feedback, a liderança pode começar elogiando o conhecimento que a vendedora tem sobre o produto. Em seguida, traz um retorno construtivo, falando que é importante ouvir o cliente antes de fazer o pitch. Por fim, apresenta sugestões de como a profissional pode melhorar sua escuta ativa, quais perguntas fazer e como adequar seu discurso.

Na abordagem do feedforward, por sua vez, a liderança pergunta à vendedora como ela acha que poderia ter sido mais bem-sucedida na reunião. Com isso, abre espaço para a autorreflexão.

Além disso, ao longo do encontro, reforça a importância de ouvir os potenciais clientes e traz outras habilidades que podem ajudar nesse tipo de situação no futuro, como paciência e empatia.

Qual a importância do feedforward para as empresas?

Falamos com frequência aqui no blog da Caju sobre como a retenção de talentos é importante, uma vez que evita gastos constantes com processos seletivos. 

Para manter os talentos satisfeitos, um dos pilares é desenvolvê-los de maneira contínua. E é aí que entra o feedforward. Combinando a estratégia com outras iniciativas de desenvolvimento é possível obter benefícios como:

• Melhoria do bem-estar dos funcionários
• Bom clima organizacional
• Ganho de produtividade
• Engajamento
• Consolidação da marca empregadora
• Autoconhecimento
• Desenvolvimento constante
• Atração de talentos

Além disso, iniciativas como o feedforward podem se refletir até mesmo na satisfação dos clientes, uma vez que colaboradores mais motivados também trabalham melhor no atendimento aos consumidores.

Como aplicar o feedforward na gestão de talentos?

Agora você já conhece o que é e qual é a importância do feedforward. Vamos, então, falar sobre como aplicar a estratégia na prática.

1. Converse com os colaboradores

Parece óbvio, mas é fundamental conversar com os colaboradores para entender o que eles querem ser no futuro. O foco não é nas ações do passado, em apontar erros.

Faça perguntas como:

• “Como você se vê daqui a X anos?”
• “O que você acredita que precisa fazer para chegar lá?”
• “Quais comportamentos você acredita que deve aprimorar ou mudar?”
• “Por onde você imagina que deve começar as mudanças?”
• “Como será o seu futuro se esses objetivos forem colocados em prática?”

Questões como essas ajudam o profissional a refletir sobre seus objetivos e potencialidades. 

Testes de personalidade como o DISC podem ajudar também, nos casos em que os colaboradores não têm clareza sobre quais são suas características pessoais.

Com isso, é possível refletir sobre o presente e pensar nas habilidades necessárias para chegar onde se quer chegar. 

2. Oriente o processo

O líder, com sua expertise em desenvolvimento de pessoas, pode ajudar o colaborador, orientando o processo. Primeiro, por meio da escuta ativa. Depois, incentivando as mudanças e ajudando-o a olhar para a frente e a avançar.

A ideia não é impor suas convicções, mas sim trazer sugestões e lapidar os objetivos dos funcionários. Aqui, cabem, inclusive, sugestões de leituras, cursos, conteúdos e outros que os colaboradores podem fazer para evoluir, sempre considerando as metas de cada um.

3. Crie um plano de ação

Com base em tudo o que foi discutido, é possível criar um plano de ação que coloque as ideias em prática. É necessário considerar os objetivos traçados e definir etapas a serem cumpridas para haver uma evolução gradual.

É possível agendar outros encontros para acompanhar o progresso dos colaboradores, deixando mais claro as metas a cumprir. 

4. Use o feedforward em conjunto com o feedback

Trouxemos as diferenças entre feedforward e feedback, mas isso não quer dizer que as duas abordagens são excludentes. Pelo contrário, elas podem, na verdade, serem usadas em conjunto. 

O feedback é bastante útil no dia a dia. Essa oportunidade, inclusive, pode servir de base para o feedforward, dando início a uma autorreflexão. A ideia é aplicar o feedforward após o feedback, pensando em mudanças que podem ser feitas e definindo objetivos. 

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