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Gestão de pessoas

Golpe do falso emprego: como proteger sua empresa e seus candidatos

Entenda esse golpe, os riscos para a marca e como o RH pode agir para prevenir fraudes e garantir segurança no recrutamento.

Criado em

Atualizado em

por Cecilia Alberigi

Leia em 10 minutos

Em um mercado de trabalho cada vez mais digitalizado e competitivo, o cuidado com a segurança dos processos seletivos se tornou essencial. Nos últimos anos, o golpe do falso emprego cresceu de forma alarmante no Brasil, enganando milhares de candidatos em busca de uma oportunidade e colocando em risco a reputação de empresas sérias.

Essa prática criminosa, que explora o sonho do trabalho formal, exige atenção redobrada de profissionais de Recursos Humanos (RH), gestores de recrutamento e líderes de Departamento Pessoal.

Neste guia completo, você vai entender como funciona o golpe, conhecer casos reais, descobrir os impactos dessa fraude para empresas e candidatos e, principalmente, aprender como adotar práticas de segurança no recrutamento para prevenir fraudes em processos seletivos e proteger a jornada do candidato.

O que é o golpe do falso emprego?

O golpe do falso emprego é uma fraude que se aproveita da vulnerabilidade de profissionais que buscam recolocação no mercado.

Nesse esquema, golpistas se passam por recrutadores ou representantes de empresas conhecidas para oferecer falsas vagas de trabalho. Com a promessa de contratação rápida, eles atraem vítimas que acabam fornecendo informações pessoais, realizando pagamentos indevidos ou até entregando documentos sensíveis.

Como o golpe funciona na prática?

Os golpistas costumam criar anúncios de vagas falsas em sites de emprego ou redes sociais. Em muitos casos, clonam perfis de empresas legítimas ou até falsificam domínios de e-mail para se passarem por recrutadores verdadeiros. Também costumam usar fontes de recrutamento externo.

Assim que um candidato demonstra interesse, o fraudador faz contato, geralmente via WhatsApp ou e-mail, solicitando dados como CPF, RG, comprovante de residência e até dados bancários.

Em algumas versões do golpe, os criminosos cobram uma “taxa de inscrição” ou exigem que o candidato pague por um curso obrigatório de qualificação, prometendo que, após esse pagamento, a vaga será garantida. Essa prática é ilegal: nenhuma empresa séria cobra valores para participar de um processo seletivo.

Além disso, há golpes em que criminosos coletam documentos para cometer fraudes de identidade, como abertura de contas bancárias e solicitação de empréstimos em nome das vítimas. Em todos os casos, o prejuízo para o candidato é grande e a credibilidade da empresa envolvida, mesmo que não tenha relação direta com a fraude, pode ficar abalada.

Em alguns casos, os criminosos chegam a enviar contratos falsos para dar aparência de legitimidade, induzindo a vítima a acreditar que foi efetivamente contratada.

Casos comuns no Brasil

No Brasil, não é raro encontrar relatos de candidatos que perderam dinheiro e dados pessoais em golpes de falso emprego. Em 2023, por exemplo, a Polícia Civil de Goiás já investigou quadrilhas especializadas em criar perfis falsos em redes sociais que imitavam grandes empresas ou que prometiam ganhos fáceis.

Em alguns casos, até entrevistas falsas por vídeo eram realizadas para dar credibilidade à fraude. Hoje em dia, o golpe mais comum é o envio de ofertas de emprego via redes sociais, especialmente LinkedIn, Facebook e WhatsApp.

Exemplo de Golpe do falso emprego (Fonte: Governo de Goiás)

Nessas abordagens, principalmente em plataformas digitais, os criminosos exploram a ansiedade dos candidatos com promessas de salários acima da média, horários flexíveis e contratação imediata. Quando a vítima percebe o golpe, muitas vezes já compartilhou informações sigilosas ou efetuou pagamentos que dificilmente serão recuperados.

Quais são os impactos para empresas e candidatos?

Embora o golpe do falso emprego tenha como alvo principal o candidato, os prejuízos também recaem sobre as empresas cujos nomes são usados de forma fraudulenta. Por isso, entender esses impactos é essencial para qualquer profissional de RH ou gestor responsável pela reputação da marca empregadora.

Danos à reputação da marca empregadora

A imagem de uma empresa confiável é um dos maiores ativos para atrair talentos. Quando o nome da marca é usado em golpes de emprego, mesmo que sem envolvimento direto, sua reputação pode ser seriamente prejudicada. Nesse caso, todo o trabalho de Employer Branding é prejudicado.

Notícias negativas se espalham rapidamente, principalmente em grupos de emprego e redes sociais, fazendo com que outros candidatos passem a desconfiar da legitimidade de vagas verdadeiras.

Essa situação pode impactar diretamente o sucesso de futuras contratações e a competitividade da empresa no mercado, já que profissionais qualificados podem evitar candidatar-se por medo de cair em fraudes.

Riscos para a segurança de dados

Quando criminosos se passam por recrutadores, há risco de vazamento de informações sensíveis tanto dos candidatos quanto da própria empresa.

Em casos mais sofisticados, golpistas conseguem usar logotipos, assinaturas de e-mail e até documentos clonados para parecer legítimos. Se não houver uma estratégia robusta de RH e cibersegurança, dados corporativos podem ser comprometidos e usados em outras fraudes.

Desconfiança dos candidatos

Fraudes frequentes geram um clima de desconfiança geral. Muitos candidatos passam a desconfiar até mesmo de processos reais, dificultando a comunicação com recrutadores de verdade.

Isso compromete a experiência do candidato e pode aumentar a taxa de desistências em etapas importantes da seleção. No fim, isso pode até resultar em prejuízo financeiro para as empresa, já que todas investem tempo, dinheiro e mais recursos no processo de recrutamento e seleção.

Prejuízo à experiência do candidato

A experiência do candidato é um dos pilares de uma estratégia de recrutamento bem-sucedida. Quando ele se sente inseguro ou enganado, tende a compartilhar sua frustração em redes sociais e plataformas de avaliação, como Glassdoor e Reclame Aqui

Assim, além do impacto direto na reputação, a empresa perde uma oportunidade valiosa de fortalecer sua marca empregadora.

Como evitar o golpe do falso emprego na sua empresa?

Prevenir o golpe do falso emprego exige uma combinação de ações práticas, comunicação transparente e capacitação da equipe.

A seguir, listamos as 6 principais medidas que você pode considerar como essenciais para executar com o objetivo de garantir a segurança no recrutamento.

1. Divulgue vagas apenas em canais oficiais

A primeira regra para evitar fraudes é centralizar a divulgação de vagas em canais oficiais da empresa, como:

  • Site corporativo;
  • Página de carreiras;
  • Perfis verificados em redes sociais;
  • Plataformas de recrutamento reconhecidas.

Oriente os candidatos a sempre confirmarem as informações nesses canais antes de prosseguir com qualquer etapa do processo.

Além disso, garanta que os anúncios tenham informações claras sobre a vaga, como cargo, requisitos, benefícios e contatos oficiais. Evite publicar vagas de trabalho com descrições vagas (no sentido de serem vazias, que não fornecem informações suficientes para que um candidato entenda claramente as responsabilidades, requisitos e contexto da posição).

As vagas com descrições de cargos genéricos, que podem ser facilmente imitadas, são as preferidas dos golpistas.

2. Comunique com clareza o processo seletivo

Deixe claro para os candidatos quais são as etapas reais do seu processo seletivo. Informe se há entrevistas presenciais ou virtuais, quem fará contato, de qual domínio de e-mail virão as comunicações e se existe ou não algum tipo de teste ou treinamento. Reforce que sua empresa nunca cobra taxas para seleção ou contratação.

Essa comunicação pode ser feita por meio de FAQs na página de carreiras, e-mails de boas-vindas a novos candidatos ou mensagens automáticas nas plataformas de recrutamento.

3. Mantenha a página de carreiras atualizada

Uma página de carreiras completa, atualizada e de fácil navegação é um dos principais instrumentos de prevenção contra golpes. Ela deve conter:

  • Todas as vagas abertas;
  • Informações detalhadas sobre a cultura organizacional da empresa;
  • Políticas de seleção;
  • Alertas visíveis sobre golpes comuns.

Inclua avisos como: “A [nome da empresa] não cobra nenhum valor em qualquer etapa do processo seletivo” ou “Desconfie de mensagens de recrutamento fora dos nossos canais oficiais”. Eles ajudam a deixar os candidatos alertas sobre esse tipo de risco existente no mercado.

4. Oriente e capacite seu time de recrutamento

Profissionais de RH e recrutadores são a linha de frente na prevenção de fraudes. Por isso, é fundamental investir na capacitação da equipe para identificar sinais de golpes, orientar candidatos que relatem abordagens suspeitas e agir rapidamente em caso de incidentes.

Crie protocolos internos para registrar tentativas de fraude e padronize a forma de responder a candidatos vítimas de golpes. Isso demonstra comprometimento com a segurança e fortalece a imagem da empresa como parceira na proteção do candidato.

5. Use plataformas confiáveis com autenticação e segurança

Ao adotar softwares e plataformas de recrutamento, escolha parceiros que ofereçam recursos de autenticação, criptografia e verificação de dados. Ferramentas que integram processos, documentos e comunicação em ambiente seguro são uma barreira importante contra ações de fraudadores.

Além disso, configure e-mails corporativos com domínios próprios e orientações claras de como o candidato pode verificar a autenticidade dos contatos recebidos.

6. Integre a comunicação de benefícios ao processo seletivo

Uma estratégia eficaz para combater fraudes e fortalecer a confiança dos candidatos é informar sobre benefícios corporativos desde a divulgação da vaga. Por isso, inclua no anúncio informações sobre saúde, vale-alimentação, PLR e outros diferenciais, confirmando a autenticidade da oportunidade.

Além disso:

  • Utilize plataformas seguras para gestão de benefícios: contar com ferramentas como a Caju Benefícios centralizam a administração com segurança, evitando solicitações suspeitas de dados;
  • Destaque a política de benefícios nas etapas do recrutamento: isso assegura transparência e reduz espaço para golpes.

Empresas que apostam em soluções modernas de gestão de benefícios, como vale-alimentação, saúde e bem-estar, mostram aos candidatos que se preocupam com cada etapa da jornada do colaborador, do primeiro contato seguro na hora da contratação até a retenção dos melhores talentos.

O papel do RH na prevenção de fraudes

A prevenção de fraudes como o golpe do falso emprego começa pela construção de processos seletivos transparentes, consistentes e seguros. O RH atua como guardião da experiência do candidato, zelando para que cada etapa da jornada seja clara e confiável.

Empresas com políticas de compliance bem definidas, práticas de governança de dados e alinhamento entre times de recrutamento, jurídico e tecnologia têm mais recursos para reagir rapidamente a tentativas de fraude.

Além disso, cabe ao RH manter canais de comunicação abertos e acessíveis para que candidatos possam tirar dúvidas ou relatar abordagens suspeitas. Essa postura proativa gera confiança e mostra que a empresa valoriza a segurança de todos os envolvidos no processo seletivo.

Por isso, podemos traduzir em dois tópicos principais a participação dos profissionais dessa área:

  • Garantir processos transparentes: os candidatos devem ter acesso fácil a informações sobre a empresa e as vagas. O RH deve prezar pela comunicação clara para reduzir a chance de golpes se passarem pela organização;
  • Manter uma atuação proativa como guardião da experiência do candidato: cabe ao time monitorar se o nome da empresa está sendo usado indevidamente em golpes, além de denunciar perfis e anúncios falsos nas plataformas onde forem identificados.

Lembre-se também que oferecer benefícios corporativos bem estruturados e geridos com transparência reforça a credibilidade da empresa, tornando a jornada do colaborador ainda mais segura desde o recrutamento até a retenção.

Agora você já sabe tudo que precisa sobre o golpe do falso emprego e os passos para evitá-lo

Percebeu como o golpe do falso emprego é uma ameaça real que exige atenção constante dos profissionais de RH? Esse golpe é sim um problema grave, mas pode ser combatido com prevenção de fraudes em recrutamento, transparência e educação.

Ao proteger seus processos, sua marca empregadora e seus candidatos, sua empresa mostra responsabilidade social, fortalece a reputação e contribui para um mercado de trabalho mais seguro e justo.

No fim, a segurança no recrutamento deve ser uma prioridade, e o RH tem um papel essencial nessa jornada. É por isso que recomendamos também o guia completo sobre “Segurança no RH: como prevenir fraudes e proteger a empresa”!

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Cecilia Alberigi

Sou jornalista, publicitária e viajante nas horas vagas. Na Caju, minha missão é transformar textos complexos em conteúdos claros, acessíveis e que façam sentido para quem me lê. Acredito que a flexibilidade é fundamental em todos os aspectos da vida, por isso valorizo a liberdade de adaptação, tanto no trabalho quanto no cotidiano.

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