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Cultura organizacional

Coffee Badging: a nova tendência do trabalho híbrido e seu impacto no RH

Explore o conceito de coffee badging, tendência no trabalho híbrido, além dos seus desafios e como o RH pode se adaptar.

Criado em

Atualizado em

por Izabela Linke

Leia em 8 minutos

Com o avanço do trabalho híbrido e remoto, novas tendências têm surgido para equilibrar a flexibilidade com a necessidade de conexão e engajamento no ambiente de trabalho. Uma dessas tendências é o Coffee Badging, que está ganhando popularidade, especialmente entre a Geração Z.

Este fenômeno reflete as mudanças nas expectativas dos colaboradores em relação ao local de trabalho e a maneira como eles interagem com seus colegas e a empresa. O conceito envolve o uso do espaço físico do escritório de forma estratégica por parte dos colaboradores, sem abrir mão dos benefícios do trabalho remoto.

Vamos explorar aqui esse conceito de coffee badging, suas origens, desafios e como o RH pode se adaptar a esta nova tendência. É fundamental entender como essas mudanças impactam a cultura organizacional e quais estratégias podem ser implementadas para lidar com esse fenômeno, promovendo um ambiente de trabalho mais produtivo e engajador.

O que é o coffee badging?

O “coffee badging”, que pode ser traduzido como “selo do café” mas que na prática é o “momento do cafezinho”, é uma prática adotada por colaboradores que optam por frequentar o escritório de forma ocasional, geralmente para marcar presença ou conversar com colegas no momento que as empresas voltaram ao trabalho híbrido.

Na prática, esse termo faz referência ao ato de “bater o ponto” no escritório somente para atividades que agregam valor social, como tomar um café com colegas. Com isso os profissionais ganham uma espécie de selo de presença mas voltam para suas casas e continuam trabalhando virtualmente.

Diferente do modelo tradicional de trabalho, onde a presença diária no escritório era uma expectativa padrão, o coffee badging representa uma abordagem mais flexível e seletiva. Os colaboradores escolhem os dias em que comparecem ao escritório com base na nova exigência de presença.

Acontece que a pesquisa da Infojobs com o Grupo Top RH, feita em 2023, mostra dados que reforçam um ponto muito importante: o trabalho remoto permite que todos mantenham o equilíbrio entre as demandas do trabalho e as necessidades pessoais, aumentando a satisfação e produtividade sem esgotamento no dia a dia.

Segundo a pesquisa:

  • 85% dos profissionais dizem que trocariam de emprego caso a posição permitisse mais dias de home office;
  • 58,3% dos profissionais se sentem menos produtivos ao final de um dia de trabalho presencial;
  • 64,4% dos entrevistados disseram que a qualidade de vida piorou ao voltar para o escritório.

Por que essa tendência se destaca entre a Geração Z?

Essa prática é especialmente atraente para a Geração Z, que valoriza a flexibilidade e a autonomia. Para eles, a presença no escritório deve ser motivada por oportunidades de aprendizado, networking e colaboração criativa, em vez de uma rotina de trabalho rígida.

À medida que a Geração Z se torna uma parcela significativa da força de trabalho, suas preferências e hábitos influenciam diretamente as práticas de RH. Esta geração valoriza a qualidade de vida no trabalho e foca no equilíbrio entre vida pessoal e profissional, priorizando experiências que lhes permitam autonomia e flexibilidade.

O coffee badging surge como uma resposta a essas demandas, propondo um modelo onde a presença no escritório é ocasional e socialmente motivada, ao invés de obrigatória e rotineira.

Para esse perfil de profissionais, a ideia é aproveitar o melhor dos dois mundos: a liberdade do trabalho remoto e as interações pessoais enriquecedoras do ambiente de escritório.

Como e por que surgiu essa tendência?

A tendência do coffee badging surgiu como uma resposta às mudanças provocadas pela pandemia de COVID-19, que acelerou a adoção do trabalho remoto e forçou as empresas a reavaliarem suas práticas de trabalho tradicionais.

Durante esse período, os colaboradores experimentaram os benefícios do home office, como flexibilidade de horário, economia de tempo e custos de deslocamento, e maior equilíbrio entre vida pessoal e profissional.

Esses benefícios já são fundamentais para muitos trabalhadores, especialmente para a Geração Z, que começou a questionar a necessidade de estar fisicamente presente no escritório todos os dias.

Além disso, com o avanço das tecnologias de comunicação e colaboração digital, ficou mais fácil e eficiente trabalhar remotamente sem comprometer a produtividade:

  • Plataformas como Zoom, Microsoft Teams e Slack permitiram que as equipes mantivessem a comunicação e o alinhamento, independentemente de sua localização física;
  • Isso levou muitos colaboradores a reconsiderarem a importância do espaço físico do escritório, optando por utilizá-lo de forma mais estratégica e ocasional;
  • A alta adesão ao coffee badging reflete um desejo crescente de moldar experiências de trabalho mais personalizadas e centradas no colaborador.

Para a Geração Z, que valoriza experiências significativas, essa opção oferece uma solução ideal. Do lado das empresas, ao permitir que os colaboradores escolham quando e por que frequentar o escritório, a tendência ajuda a promover um ambiente de trabalho que prioriza o bem-estar e a produtividade, ao mesmo tempo que facilita interações pessoais valiosas.

Quais são os desafios do coffee badging para as empresas?

Apesar das vantagens para os colaboradores, o coffee badging apresenta alguns desafios significativos para as empresas. Um dos principais é a gestão da presença física dos colaboradores no escritório, mas não é a única:

Subutilização do espaço físico

Com a ausência de uma rotina de trabalho fixa, pode ser difícil prever a ocupação dos espaços e garantir que haja recursos adequados para atender a todos. Isso pode levar a uma subutilização do espaço físico, com custos desnecessários associados à manutenção de grandes escritórios que não são utilizados plenamente.

Manutenção da cultura organizacional

Outro desafio importante é a manutenção da cultura organizacional e do espírito de equipe. O trabalho remoto e a frequência ocasional de apenas algumas pessoas no escritório podem dificultar a criação de laços e a transmissão dos valores e objetivos da empresa.

Para superar esses desafios, as empresas precisam repensar suas abordagens de gestão de espaço e cultura. É necessário desenvolver estratégias que integrem o trabalho remoto e presencial de maneira harmoniosa, promovendo a inclusão e o engajamento dos colaboradores, independentemente de sua localização.

Investir em tecnologias que facilitem a colaboração virtual e criar políticas que incentivem a presença física nos momentos estratégicos são medidas essenciais para enfrentar os desafios do coffee badging.

Como o RH pode agir a respeito do coffee badging?

O papel do RH é crucial na adaptação das empresas ao coffee badging. Confira as 3 principais ações práticas que os profissionais da área podem executar:

1. Ajustar as políticas de trabalho

Primeiramente, o RH deve revisar e ajustar as políticas de trabalho para acomodar a flexibilidade desejada pelos colaboradores, garantindo que as expectativas de presença no escritório sejam claras e alinhadas com as necessidades do negócio.

Isso pode incluir a implementação de políticas híbridas formais, que definam claramente os critérios e oportunidades para o trabalho remoto e presencial.

O sucesso no cenário de trabalho híbrido dependerá da capacidade das empresas de equilibrar as necessidades dos colaboradores com os objetivos organizacionais, criando um ambiente de trabalho que seja tanto flexível quanto colaborativo.

2. Investir em tecnologias de colaboração

Além disso, o RH deve investir em tecnologia e infraestrutura que suportam tanto o trabalho remoto quanto as atividades presenciais. Isso inclui:

  • Plataformas de colaboração online;
  • Ferramentas de agendamento de espaço de trabalho;
  • Soluções que facilitem a comunicação e o compartilhamento de informações entre equipes distribuídas em ambientes diferentes. 

Ao criar um ambiente de trabalho conectado e eficiente, o RH pode assegurar que os colaboradores permaneçam produtivos e engajados, independentemente de sua localização.

3. Promover a cultura interna da organização

O RH também desempenha um papel fundamental na promoção de uma cultura que valorize a flexibilidade e o bem-estar dos colaboradores. Isso envolve a organização de eventos sociais e oportunidades de networking que incentivem a interação, tanto virtualmente quanto presencialmente.

A equipe pode ainda promover programas de bem-estar e desenvolvimento profissional que ajudem os colaboradores a se sentirem valorizados e apoiados em suas jornadas de carreira, reforçando o compromisso da empresa com o equilíbrio do lado pessoal e profissional.

Olhe para o coffee badging com atenção!

Percebeu como o coffee badging representa uma mudança significativa na maneira como as empresas e colaboradores abordam o ambiente de trabalho no contexto do modelo híbrido?

Esta tendência, impulsionada em grande parte pela Geração Z, reflete a crescente demanda por flexibilidade, autonomia e experiências de trabalho mais personalizadas.

À medida que o trabalho remoto se torna uma norma, o coffee badging oferece uma solução que combina o melhor dos dois mundos: a liberdade do home office com os benefícios sociais e profissionais das interações presenciais. Então olhe para esse tema como um importante feedback compartilhado pelo seu time.

Ao adotar as práticas indicadas aqui, as empresas podem não apenas enfrentar os desafios associados ao coffee badging, mas também aproveitar as oportunidades que ele oferece. Leia também nosso artigo sobre Flexibilidade no trabalho: veja como maximizar a produtividade e satisfação dos profissionais!

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Izabela Linke

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Jornalista, redatora e revisora que adora ouvir e contar histórias. Cuidando do marketing de conteúdo da Caju, tem como missão levar informação de valor para a área de gestão de pessoas e contribuir para um mercado cada vez mais inovador e humano.

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