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Gestão de pessoas

SGI (Sistema de Gestão Integrada): o que é, benefícios e como implementar na sua empresa

Entenda como o SGI ajuda empresas a unificar processos e promover eficiência, redução de custos e conformidade.

Criado em

Atualizado em

por Cecilia Alberigi

Leia em 11 minutos

Em um ambiente corporativo cada vez mais dinâmico e regulado, empresas precisam encontrar maneiras eficientes de gerir suas operações, garantindo não apenas a qualidade dos produtos e serviços, mas também o compromisso com a sustentabilidade, a segurança dos colaboradores e a conformidade legal. Nesse contexto, surge como solução o SGI.

O chamado Sistema de Gestão Integrada aparece como uma solução estratégica que permite a unificação de diferentes sistemas de gestão em uma única estrutura. Ele vai além de um mero conjunto de processos porque representa uma mudança cultural e de comportamento organizacional.

Essa mudança promove eficiência, redução de custos, aumento da produtividade e fortalecimento da reputação da empresa no mercado. E, dentro do contexto de RH, o SGI também se destaca como uma ferramenta poderosa para garantir ambientes de trabalho mais seguros, saudáveis, sustentáveis e produtivos.

Neste guia completo, você entenderá o que é SGI, suas normas, benefícios, desafios e como implementá-lo na prática. Confira agora!

O que é SGI?

O SGI, sigla para Sistema de Gestão Integrada, é uma metodologia que permite que uma organização integre diferentes sistemas de gestão como qualidade, meio ambiente, saúde ocupacional e segurança do trabalho, tudo em uma única plataforma de controle e monitoramento.

Na prática, os principais objetivos do SGI são:

  • Otimizar processos e evitar redundâncias entre diferentes sistemas;
  • Reduzir custos operacionais e de certificação;
  • Melhorar a conformidade com requisitos legais e regulatórios;
  • Promover a sustentabilidade e responsabilidade corporativa;
  • Aumentar a satisfação de clientes, colaboradores e partes interessadas.

Origem e evolução do SGI

O conceito de gestão integrada surgiu da necessidade de empresas que, ao longo do tempo, passaram a aderir a múltiplas certificações ISO, como ISO 9001 (Gestão da Qualidade), ISO 14001 (Gestão do Meio Ambiente) e ISO 45001 (Saúde e Segurança ocupacional). Manter esses sistemas separadamente gerava:

  • Retrabalho dos profissionais;
  • Altos custos operacionais;
  • Dificuldades de alinhamento entre áreas da mesma empresa.

Então o SGI nasceu como uma resposta a esse desafio, permitindo que as organizações unificassem os requisitos, processos, controles e auditorias, otimizando tempo, recursos e garantindo maior eficácia nos resultados.

Ao longo do tempo, os sistemas evoluíram e integraram também o ISO 50001 (Gestão de Energia) e o ISO 27001 (Segurança da Informação).

Diferença entre Sistema de Gestão Integrado e Sistema de Gestão Combinado

Embora pareçam semelhantes, os conceitos de sistema de gestão integrado e sistema de gestão combinado são diferentes:

  • Sistema de Gestão Combinado: É quando uma empresa possui diversos sistemas de gestão operando de forma paralela, mas não necessariamente integrados. Ou seja, existem processos, documentações e auditorias separados para cada tema (qualidade, meio ambiente, segurança, etc);
  • Sistema de Gestão Integrado (SGI): Nesse modelo, os diferentes sistemas de gestão são fundidos em uma única estrutura organizacional. Compartilham processos, indicadores, documentos e ciclos de melhoria contínua. O foco é eliminar redundâncias e promover uma visão completa da empresa.

A diferença essencial está no grau de unificação. Enquanto o combinado mantém divisões operacionais, o integrado promove uma gestão unificada, mais eficiente e alinhada estrategicamente.

Normas mais comuns em SGIs

O SGI normalmente é estruturado com base nas normas internacionais mais reconhecidas, especialmente da série ISO. As principais são:

  • ISO 9001 – Gestão da Qualidade: Define critérios para garantir a qualidade dos processos, produtos e serviços, visando a satisfação do cliente e a melhoria contínua;
  • ISO 14001 – Gestão Ambiental: Estabelece práticas para controlar os impactos ambientais das atividades da empresa, promover a sustentabilidade e cumprir obrigações legais;
  • ISO 45001 – Gestão de Saúde e Segurança Ocupacional: Foca na proteção dos colaboradores, na gestão de riscos ocupacionais e na criação de ambientes de trabalho seguros e saudáveis.

Outras normas que podem fazer parte do SGI, dependendo do setor e da estratégia da empresa, são:

  • ISO 27001 – Segurança da Informação
  • ISO 50001 – Gestão de Energia
  • SA 8000 – Responsabilidade Social
  • ISO 37001 – Gestão Antissuborno

O SGI precisa estar alinhado a standards de gestão como ISO?

Embora não seja obrigatório, o alinhamento a normas como ISO é altamente recomendado e, muitas vezes, essencial. Isso porque essas normas são reconhecidas mundialmente, oferecem metodologias consolidadas, facilitam a obtenção de certificações e garantem que os processos atendam às melhores práticas globais.

É por isso que existem alguns setores que se beneficiam muito do SGI, como por exemplo:

  • Indústrias (manufatura, automotiva, química): Possuem requisitos rigorosos de qualidade, segurança e meio ambiente;
  • Construção Civil: Possuem normas de segurança (NRs) e gestão de riscos;
  • Serviços e Tecnologia: Olham para o ISO 9001 (qualidade) e ISO 27001 (segurança da informação);
  • Saúde e Alimentação: Precisam focar no ISO 13485 (dispositivos médicos) e FSSC 22000 (segurança de alimentos);
  • Energia e Utilitários: Dependem do ISO 50001 (gestão de energia) e ISO 14001 (ambiental).

No contexto brasileiro, especialmente no que se refere a saúde, segurança e meio ambiente, estar alinhado às normas internacionais também auxilia no cumprimento das legislações nacionais, como os direitos trabalhistas da CLT, as Normas Regulamentadoras (NRs) e leis ambientais.

Quando buscar a implementação de um SGI?

A decisão de implementar um SGI geralmente surge de alguns sinais claros dentro da organização e no geral deve ser baseada nas necessidades estratégicas, operacionais e regulatórias da organização.

Alguns indicadores mostram qual o momento ideal e os principais motivadores são:

  • Crescimento da empresa que exige mais controle sobre processos;
  • Adoção de múltiplas certificações, que passam a demandar gestão centralizada;
  • Aumento dos custos operacionais por causa de retrabalhos e processos redundantes;
  • Ocorrência de não conformidades recorrentes;
  • Demandas de mercado, clientes ou stakeholders por práticas sustentáveis, seguras e de qualidade;
  • Necessidade de fortalecer a cultura interna da empresa, especialmente em temas de segurança, compliance e sustentabilidade.

Para o RH, a busca pelo SGI também pode ser motivada pela necessidade de garantir ambientes de trabalho mais seguros, reduzir acidentes, melhorar o clima organizacional e assegurar o bem-estar dos colaboradores.

Quais os benefícios de implementar o SGI?

A implementação de um SGI traz benefícios estratégicos, operacionais e culturais para as empresas. Entre os principais estão:

Redução de custos operacionais

Ao eliminar redundâncias, integrar processos e otimizar recursos, o SGI permite uma gestão mais enxuta. Isso reflete diretamente em:

  • Menos retrabalho;
  • Redução no tempo gasto com auditorias separadas;
  • Menor consumo de papel e recursos físicos (com digitalização de processos);
  • Otimização de mão de obra;
  • Redução de passivos trabalhistas, ambientais e de segurança.

Centralização das informações

Com o SGI, todas as informações dos diferentes sistemas (qualidade, meio ambiente, segurança, saúde ocupacional) ficam em um único local. Isso gera:

  • Maior transparência na gestão;
  • Facilidade de acesso a dados e indicadores;
  • Melhor tomada de decisão baseada em informações integradas;
  • Aumento da rastreabilidade e controle.

Eficiência e padronização nos processos

O SGI promove eficiência operacional a partir de:

  • Padronização de procedimentos em toda a organização;
  • Melhoria na comunicação entre setores;
  • Processos mais claros, organizados e eficientes;
  • Redução de erros operacionais;
  • Aumento da produtividade.

No RH, essa padronização também impacta diretamente os processos de onboarding, treinamentos de segurança, programas de qualidade de vida, além da gestão de clima e cultura organizacional.

Como implementar um SGI na empresa?

A implementação de um SGI deve seguir uma metodologia estruturada, dividida em 4 etapas principais:

1. Planejamento

O grande objetivo dessa primeira etapa é fazer um diagnóstico inicial, ou seja, identificar sistemas existentes e lacunas, e depois desenhar os próximos passos.

Isso é feito a partir de:

  • Análise de cenário: Avaliar quais sistemas de gestão já existem na empresa;
  • Diagnóstico de gaps: Identificar lacunas em relação às normas desejadas;
  • Definição de objetivos: Quais resultados a empresa quer alcançar com o SGI;
  • Engajamento da liderança: Fundamental para garantir recursos e apoio organizacional.

2. Preparação

Na segunda etapa, é preciso definir o escopo, preparar quais normas serão integradas e contar com o engajamento da liderança, garantindo o apoio da alta direção.

De forma detalhada, isso pode ser alcançado a partir da:

  • Criação de um comitê gestor: Representantes das áreas envolvidas (qualidade, meio ambiente, segurança, RH);
  • Desenvolvimento de políticas integradas: Políticas que contemplem os pilares do SGI;
  • Capacitação: Treinamento de colaboradores, especialmente das lideranças e do RH;
  • Mapeamento de processos: Desenho dos processos existentes e definição de quais serão integrados.

3. Implantação

Agora é o momento de implantar o sistema, sem deixar de lado a preparação de uma documentação unificada, com manuais, procedimentos e registros integrados.

Então toda empresa deve seguir esses passos durante esta etapa:

  • Revisão de documentos: Manual de gestão, procedimentos, instruções de trabalho e formulários;
  • Adequação de processos: Alinhamento dos processos às exigências das normas;
  • Digitalização: Uso de sistemas e plataformas para controle integrado;
  • Realização de auditorias internas: Verificar aderência antes da certificação.

4. Monitoramento e Avaliação

Por fim, após a implantação, é hora de focar no monitoramento e auditoria. Isso passa por verificar conformidade e eficácia com o objetivo de promover a melhoria contínua a partir de ajustes baseados em indicadores (KPIs).

Nesta etapa final olhe para:

  • Acompanhamento de indicadores: Desempenho de qualidade, meio ambiente, segurança e saúde;
  • Auditorias periódicas: Tanto internas como também externas, contando com empresas especializadas;
  • Revisão pela alta direção: Análise dos resultados, riscos, oportunidades e definição de melhorias;
  • Ciclo de melhoria contínua: PDCA (Planejar, Executar, Checar, Agir) aplicado ao SGI.

Desafios da implementação do SGI

Apesar dos benefícios, a implementação do SGI traz alguns desafios significativos. Abaixo estão os principais obstáculos e como superá-los:

Resistência à mudança

Barreiras culturais, especialmente em empresas com processos muito tradicionais, podem gerar resistência à mudança. Colaboradores e gestores podem resistir a novas práticas, especialmente se já estiverem acostumados a sistemas isolados.

Possíveis soluções são:

  • Envolver a alta liderança desde o início;
  • Realizar treinamentos e comunicar os benefícios do SGI;
  • Criar um comitê de gestão da mudança.

Falta de engajamento da liderança

Sem o comprometimento dos líderes e da direção, o SGI pode virar um projeto burocrático, ou seja, o projeto pode perder força.

Possíveis soluções são:

  • Vincular o SGI aos objetivos estratégicos da empresa;
  • Reconhecer e premiar equipes que adotam as mudanças;
  • Promover workshops e discussões sobre resultados.

Integração de processos complexos

Harmonizar requisitos de diferentes normas (ISO 9001, ISO 14001, ISO 45001) pode gerar conflitos. Empresas com sistemas desorganizados podem ter dificuldade em consolidar procedimentos. Isso exige mapeamento e redesenho de processos.

Nesse caso, os caminhos de solução são:

  • Mapear processos comuns (como documentação e auditorias);
  • Usar uma estrutura de documentos unificada (manual único do SGI);
  • Priorizar normas mais críticas para o negócio.

Custos iniciais

Implementar um SGI exige investimento em consultorias, treinamentos e tecnologias. Para superar esse tipo de desafio, é preciso:

  • Fazer um plano de implementação faseado;
  • Buscar financiamento ou incentivos governamentais;
  • Automatizar processos com softwares de gestão.

Exemplos de sucesso na implementação do SGI

Muitas empresas no Brasil já colhem os frutos de um SGI bem implementado. Alguns exemplos incluem:

  • Natura: Mantém um SGI robusto que integra gestão ambiental, social, de segurança e qualidade, sendo referência global em sustentabilidade e bem-estar dos colaboradores;
  • Ambev: A empresa implementou um SGI que integra qualidade, segurança do trabalho, sustentabilidade e eficiência operacional, com resultados expressivos na redução de acidentes e impactos ambientais;
  • Petrobras: Utiliza um SGI para gerir riscos operacionais, ambientais e de segurança, promovendo uma cultura organizacional voltada à segurança e à excelência.

Esses exemplos mostram que, independentemente do porte ou segmento, é possível implementar um SGI de forma bem-sucedida.

Agora você sabe tudo que precisa sobre o SGI!

Percebeu como o Sistema de Gestão Integrada não é apenas uma ferramenta operacional? Ele representa uma nova forma de pensar e gerir organizações. Sua implementação promove eficiência, sustentabilidade, segurança e qualidade, além de reforçar a cultura de melhoria contínua.

Para o RH, o SGI é um aliado estratégico, pois impacta diretamente na gestão de pessoas, no clima organizacional, na redução de riscos ocupacionais e na construção de ambientes mais seguros e saudáveis.

Empresas que adotam o SGI estão mais preparadas para enfrentar os desafios do mercado, atender às exigências dos clientes, cumprir com a legislação e construir uma reputação sólida e sustentável.Se a sua empresa ainda não trabalha com um SGI, este é o momento de repensar processos, integrar setores e dar um passo estratégico rumo à excelência organizacional. Por isso, leia também o guia sobre “Psicologia organizacional: a importância dessa área nas empresas”!

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Cecilia Alberigi

Sou jornalista, publicitária e viajante nas horas vagas. Na Caju, minha missão é transformar textos complexos em conteúdos claros, acessíveis e que façam sentido para quem me lê. Acredito que a flexibilidade é fundamental em todos os aspectos da vida, por isso valorizo a liberdade de adaptação, tanto no trabalho quanto no cotidiano.

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