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Benefícios corporativos

Como criar uma estratégia de remuneração e benefícios competitiva?

A estratégia de remuneração e benefícios é o plano que descreve como a empresa recompensa seus colaboradores e como se posiciona em relação ao mercado.

Criado em

Atualizado em

por Izabela Linke

Leia em 9 minutos

Não é segredo que os profissionais esperam receber um salário justo pelo seu trabalho. Mas agora, mais do que nunca, apenas o salário competitivo não é mais suficiente. Para atrair os melhores talentos, é preciso oferecer um pacote de remuneração completo.

Nesse cenário, cabe ao RH garantir que a empresa atenda às expectativas dos colaboradores sem gerar um rombo no orçamento do negócio — e é para isso que serve a estratégia de remuneração e benefícios.

Mas, se você não sabe por onde começar, não se preocupe! Neste artigo, vamos explicar tudo o que você precisa saber sobre a remuneração total e como criar uma estratégia alinhada aos objetivos da empresa. Confira!

Qual a diferença entre remuneração e benefícios?

A remuneração é todo o valor oferecido ao trabalhador pelo seu trabalho. Isso inclui, por exemplo, salário, comissão, benefícios e quaisquer outras formas de pagamento ou recompensa (financeiras ou não) que estejam previstas no contrato de trabalho.

Já os benefícios corporativos são as vantagens adicionais que um funcionário recebe além do salário. Algumas são obrigatórias, como o vale-transporte e o 13º salário, e outras são opcionais, como o vale-alimentação e o plano de saúde, que servem para melhorar o pacote de remuneração dos colaboradores.

O que a CLT determina sobre remuneração e benefícios?

Como vimos, alguns benefícios são tidos como obrigatórios pela CLT. Por isso, antes de montar uma estratégia de remuneração e benefícios, é preciso estar atento ao que está previsto na legislação para garantir que a empresa não seja alvo de multas ou processos.

As leis trabalhistas determinam, por exemplo, que, além do salário, também estão incluídos na remuneração do empregado as gorjetas recebidas, os bônus legais, as comissões, as horas extras, o adicional noturno, a insalubridade, a periculosidade, entre outros.

“Art. 457 – Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos legais, além do salário devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas que receber. 

§ 1o Integram o salário a importância fixa estipulada, as gratificações legais e as comissões pagas pelo empregador.”

Já os benefícios na CLT são previstos por diversos artigos, especialmente os artigos 457, 458 e 468. No entanto, existe uma previsão importante no artigo 457 que vale o destaque: a lista de benefícios que não são considerados parte da remuneração. São eles:

  • Auxílio-alimentação;
  • Diárias para viagem;
  • Ajudas de custo de qualquer valor;
  • Prêmios (como assiduidade e quinquênios);
  • Abonos.

Ou seja, esses benefícios especificamente não se incorporam ao contrato de trabalho e não podem servir de base para cálculo de encargos trabalhistas e previdenciários, como férias,13º salário, FGTS e cálculo da rescisão.

Leia também: Como a Reforma Trabalhista no Brasil afetou os benefícios corporativos?

Qual a importância de se ter um programa de remuneração e benefícios?

O plano de remuneração e benefícios de uma empresa existe para valorizar e reconhecer o seu capital humano. Ou seja, os profissionais que são responsáveis por atingir as metas e trazer retorno financeiro positivo para o negócio.

No dia-a-dia, esse impacto pode ser sentido de forma direta em algumas métricas. Veja quais são elas:

Atração de talentos

Em um mercado competitivo, em que os melhores profissionais são disputados pelas empresas, ter uma estratégia de remuneração e benefícios atrativa pode ser um grande diferencial na hora de conquistar um candidato.

Além de bons salários, benefícios como plano de saúde, auxílio-alimentação e, principalmente, flexibilidade no trabalho, como home office ou jornada híbrida, estão entre os mais desejados pelos profissionais na hora de encontrar um novo emprego.

Retenção de colaboradores

O salário e remuneração também são o principal motivo que levam os colaboradores a buscarem outras oportunidades. Por isso, além de atrair, essa também é uma estratégia fundamental para reter bons profissionais.

De acordo com um levantamento conduzido pela Robert Half, por exemplo, 49% das pessoas entrevistadas gostariam de mudar de emprego e, para 37% desse total, o motivo é a busca por melhores salários.

Engajamento das equipes

Quando os colaboradores percebem que são valorizados e recebem uma recompensa justa pelo seu trabalho, existem mais chances de que eles se tornem mais produtivos e engajados com os objetivos da empresa.

Bonificações por resultado, como a PLR (Participação nos Lucros e Resultados), são uma das estratégias de remuneração e benefícios mais utilizadas pelos empregadores para melhorar o desempenho e o comprometimento das equipes.

Leia também: Como implementar a bonificação por resultados?

Clima organizacional

O sentimento de valorização criado por uma boa remuneração também cria um senso de reconhecimento e de ligação afetiva entre empregado e empregador, o que contribui significativamente para um clima organizacional mais positivo.

Além disso, uma política de remuneração bem definida garante um ambiente de trabalho justo. Isso porque, nesse caso, os critérios para determinar salários e benefícios são claros e baseados nos pilares de equidade e transparência.

Como desenvolver uma boa estratégia de remuneração e benefícios?

Desenvolver uma estratégia de remuneração e benefícios não é algo fácil, já que envolve uma análise do mercado, da empresa, do orçamento e até mesmo da legislação. Pensando nisso, separamos um passo a passo para te ajudar nesta tarefa. Confira a seguir:

1. Entenda o objetivo

O primeiro passo para desenvolver uma boa estratégia de remuneração é entender como a empresa quer se posicionar no mercado. Aqui, existem três opções possíveis:

  • Liderar o mercado: oferecendo salários e benefícios acima da média para atrair os melhores talentos e se destacar como líder no setor;
  • Acompanhar o mercado: mantendo-se alinhado a política de remuneração das outras empresas de mesmo porte, sem necessariamente ter um diferencial;
  • Ficar atrás do mercado: oferecendo um salário menos competitivo ou um pacote de benefícios menor. É uma alternativa em organizações que precisam fazer redução de custos, por exemplo.

2. Faça um benchmarking

A próxima tarefa é fazer uma pesquisa detalhada do mercado para entender as estratégias de remuneração e benefícios de outras organizações do mesmo setor, da mesma região e, de preferência, do mesmo porte.

Isso porque, se compararmos uma grande startup de São Paulo com uma microempresa de Minas Gerais, ela provavelmente terá um pacote de remuneração e benefícios melhor, mas isso não quer dizer que ela lidera o mercado.

Aqui, pesquisas salariais e sites como o Glassdoor são boas oportunidades para mapear a média salarial da concorrência e entender quais são os benefícios mais oferecidos. Por isso, vale fazer uma pesquisa antes de seguir para a próxima etapa.

Leia também: O que é e como fazer um benchmarking?

3. Avalie a estratégia atual

Sabendo onde a empresa quer chegar e quais são as práticas comuns no mercado, é hora de olhar para dentro e analisar criticamente a estratégia de remuneração e benefícios atual do negócio. Ela está alinhada ao objetivo principal?

Se uma organização quer se posicionar como líder do mercado é preciso ir além dos benefícios obrigatórios previstos pela CLT. Um cartão multibenefícios, por exemplo, é uma forma de personalizar a experiência do colaborador e se tornar mais competitivo.

O mesmo vale se for um momento de reduzir os custos e a empresa precisar se manter um pouco atrás do mercado. Nesse caso, avaliar a estratégia atual ajuda a entender quais benefícios podem ser repensados sem gerar um grande impacto negativo.

4. Faça uma pesquisa interna

Além de olhar para o mercado externo, também é importante também entender as necessidades e expectativas dos funcionários. Afinal, eles serão os grandes impactados e os responsáveis por trazer retorno a esse investimento.

Para isso, você pode fazer pesquisas de clima ou entrevistas individuais para coletar feedbacks dos colaboradores sobre o nível de satisfação em relação à remuneração e aos benefícios atuais, além de sugestões de novas bonificações que poderiam ser implementadas.

Outra dica é usar um formulário anônimo para receber esse tipo de feedback. Isso porque muitos colaboradores podem se sentir mais à vontade para dar uma opinião sincera se souberem que não poderão ser identificados.

5. Considere o orçamento

Em um mundo perfeito, a empresa poderia oferecer todos os benefícios sugeridos pelos colaboradores e praticados pelo mercado. Mas, na realidade, é preciso consultar o plano financeiro e considerar o orçamento disponível.

Avalie quanto a organização pode investir no pacote de remuneração e, de acordo com o objetivo principal do negócio, priorize os benefícios que são mais valorizados pelos funcionários e que têm o maior impacto na atração e retenção de talentos.

Na hora de coletar o feedback, por exemplo, você pode pedir que os colaboradores avaliem o nível de preferência em relação a cada benefício em uma escala de 1 a 5. Assim, é possível avaliar individualmente quais são os preferidos pelos funcionários.

6. Comunique com transparência

Uma vez definida a nova estratégia de remuneração e benefícios, comunique com clareza e transparência a todos os colaboradores. Isso inclui detalhar o que foi adicionado, o que foi eliminado e quais foram os critérios utilizados.

Lembre-se que, uma vez concedido, o benefício passa a fazer parte do contrato de trabalho e não pode ser cancelado. Por isso, avalie bem todas as opções antes de oficializar qualquer mudança em relação à remuneração.
E, se você ainda tem alguma dúvida e quer ter certeza antes de dar o próximo passo, aproveite para conferir também nosso conteúdo sobre os tipos de remuneração na empresa e seus aspectos legais e tributários.

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Izabela Linke

Conteúdo

Jornalista, redatora e revisora que adora ouvir e contar histórias. Cuidando do marketing de conteúdo da Caju, tem como missão levar informação de valor para a área de gestão de pessoas e contribuir para um mercado cada vez mais inovador e humano.

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