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Tire as dúvidas sobre a síndrome do burnon, suas causas, as diferenças com o burnout e como o RH pode atuar.
A síndrome do burnon (também descrita como Burn On) é um conceito relativamente novo que vem ganhando atenção no campo da saúde ocupacional e do RH, assim como aconteceu com o burnout que foi reconhecido como doença ocupacional pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 2022.
Com a evolução das demandas de trabalho e o impacto das tecnologias na vida profissional, esse novo termo começou a descrever um estado crônico de “estar sempre ligado”, em que os colaboradores se sentem constantemente pressionados a produzir mais, sem sinais evidentes da exaustão completa que caracterizam o burnout.
Agora vamos explorar melhor o conceito de burnon, suas diferenças em relação ao burnout, suas causas e como o RH pode desempenhar um papel crucial na gestão e prevenção dessa síndrome no ambiente de trabalho.
O burnon é uma condição caracterizada por um estado contínuo de estresse leve a moderado, que não chega ao colapso total, mas que mantém o indivíduo em um estado de alerta e desgaste constantes. Em resumo, essa síndrome coloca o indivíduo em condição de exaustão crônica.
Ao contrário do burnout, que é uma condição de esgotamento total, o burnon permite que a pessoa continue funcionando, mas em um nível reduzido de eficácia e satisfação. Os indivíduos com burnon muitas vezes mantêm sua produtividade, mas à custa de sua saúde mental e bem-estar a longo prazo.
Esse estado de estresse contínuo pode ser enganoso, pois os sintomas são frequentemente mais sutis do que no burnout. As pessoas afetadas podem sentir principalmente:
Tudo isso pode levar a uma redução gradual do desempenho, aumento de erros e uma diminuição geral na qualidade do trabalho e da vida pessoal.
Embora os termos burnon e burnout sejam bem parecidos, eles representam diferentes estágios de estresse ocupacional.
A principal diferença é que o burnout resulta em um desligamento completo do trabalho devido ao esgotamento, enquanto o burnon permite que a pessoa continue funcionando, mas de forma menos eficaz e com menor satisfação.
Na prática, o burnon pode ser visto como um precursor do burnout, uma fase inicial que, se não for identificado e tratado corretamente, pode evoluir para o esgotamento completo.
Por se tratar de um estado recente nos profissionais do século 21, há ainda estudos que buscam descrever as causas do burnon. Até então podemos destacar como causas frentes desse estado os seguintes pontos:
O burnon é frequentemente causado por um ambiente de trabalho que exige constantemente alto desempenho sem pausas adequadas para recuperação. As empresas que incentivam a “Hustle Culture“, onde estar sempre ocupado é visto como um sinal de sucesso, tendem a criar condições perfeitas para o desenvolvimento do burnon.
Essa pressão constante para produzir e estar sempre disponível, especialmente com o uso de tecnologias móveis que permitem o trabalho fora do horário normal, pode levar ao burnon.
Os colaboradores podem sentir que precisam estar continuamente online, respondendo a e-mails e mensagens, mesmo fora do expediente. Tudo isso impede a desconexão necessária para o descanso mental e cria um ciclo de trabalho sem fim que perpetua o estresse e impede a recuperação.
Outro fator que contribui para o burnon é a falta de reconhecimento e suporte por parte da gestão. Quando os colaboradores sentem que seus esforços não são valorizados ou recompensados, isso pode levar a uma diminuição na motivação e no engajamento, contribuindo para o estado de burnon.
A ausência de avaliações positivas e de oportunidades para desenvolvimento profissional e pessoal pode fazer com que os funcionários sintam que seu trabalho é insignificante, aumentando o estresse e o descontentamento.
Além disso, a falta de suporte adequado em termos de recursos e pessoal pode sobrecarregar os colaboradores, levando cada um a assumir mais tarefas do que podem manejar razoavelmente.
Em resumo: qualquer nível de sobrecarga constante, sem suporte ou reconhecimento, pode facilmente evoluir para burnon, especialmente em ambientes onde a competição é incentivada em detrimento da colaboração.
Várias iniciativas podem representar formas de tratamento para que cada pessoa possa lidar com a síndrome de burnon. Confira quais são as principais:
O primeiro passo no tratamento do burnon é a identificação e a conscientização. Ao contrário do burnout, o burnon pode ser mais difícil de identificar devido à sua natureza insidiosa e crônica.
No entanto, a autoavaliação regular e o feedback dos colegas e supervisores podem ajudar na identificação precoce dos sintomas. Uma vez reconhecido, é importante que os colaboradores sintam-se encorajados a buscar apoio sem medo de estigmatização.
O tratamento do burnon frequentemente envolve intervenções terapêuticas e mudanças no estilo de vida. Terapias como a cognitivo-comportamental podem ajudar cada profissional a desenvolver estratégias para lidar com o estresse e melhorar a resiliência emocional.
Além disso, incentivar um equilíbrio saudável entre vida profissional e pessoal é crucial para permitir que os colaboradores se recuperem do estresse crônico. Isso pode incluir a indicação de horários para pausas regulares, tanto no ambiente presencial como remoto, incentivar o uso de férias e estabelecer limites claros entre trabalho e tempo pessoal.
Atividades como meditação, exercícios físicos regulares e práticas de mindfulness também podem ser eficazes no tratamento do burnon. Essas práticas podem ser feitas individualmente ou também em momento que reúnem um grupo de colaboradores.
Todas elas ajudam a reduzir o estresse e a melhorar o bem-estar geral, fornecendo aos indivíduos as ferramentas necessárias para gerenciar a pressão contínua de forma mais eficaz.
Com a clareza de que o burnon é extremamente prejudicial para o desempenho individual e também das equipes internas, a área Recursos Humanos deve ser a primeira a se preocupar com casos que possam surgir na empresa.
Essa preocupação ocorre por conta de 2 principais motivos:
O RH deve se preocupar com a síndrome do burnon porque ela afeta diretamente a produtividade e o clima organizacional. Funcionários que sofrem de burnon tendem a ser menos produtivos, cometem mais erros e têm um engajamento menor com suas tarefas.
Isso pode levar a uma diminuição na qualidade do trabalho e, eventualmente, impactar negativamente os resultados da empresa. Além disso, o burnon pode contribuir para um ambiente de trabalho tóxico, onde o estresse e a insatisfação são prevalentes, levando a um aumento no turnover de funcionários.
Quando o RH não reconhece e nem aborda o burnon, a empresa corre o risco de enfrentar custos significativos relacionados à alta rotatividade e absenteísmo. Isso sem contar o impacto negativo sobre a moral dos funcionários e a cultura organizacional, que podem resultar em um ambiente de trabalho menos colaborativo e mais competitivo.
Em um mercado de trabalho cada vez mais competitivo, a capacidade de atrair e reter talentos é crucial para o sucesso de uma organização. O burnon pode prejudicar a reputação da empresa como um bom lugar para trabalhar, dificultando a atração de talentos qualificados.
Funcionários que experimentam burnon são mais propensos a procurar oportunidades em outros lugares, onde se sintam mais valorizados e menos sobrecarregados.
Para manter uma força de trabalho saudável e engajada, o RH deve se comprometer a criar políticas e práticas que promovam o bem-estar mental e físico dos colaboradores. Isso pode incluir a implementação de:
Não tinha como ser diferente: a área de Recursos Humanos possui um papel central quando o assunto é agir para evitar casos da síndrome de burnon. Então antes de conhecer as dicas práticas, entenda a seguir as formas que a área pode atuar quando o assunto é reduzir o nível de estresse e pressão dos colaboradores.
O RH desempenha um papel essencial na criação de um ambiente de trabalho saudável que ajuda a prevenir e mitigar o burnon. Isso pode ser alcançado através do desenvolvimento de políticas que incentivem o equilíbrio saudável entre as demandas profissionais e as pessoais.
Toda equipe de RH é vista internamente como responsável por desenvolver também programas de bem-estar que incentivam práticas saudáveis, como atividades físicas e alimentação equilibrada.
É crucial que o RH promova uma cultura de trabalho aberta e inclusiva, onde os colaboradores se sintam seguros para expressar suas preocupações e necessidades sem medo de retaliação. Isso pode incluir treinamentos regulares para gerentes e líderes sobre como reconhecer os sinais de burnon e como apoiar suas equipes de maneira eficaz.
O RH também pode oferecer recursos de suporte que ajudem os colaboradores a gerenciar o estresse de maneira eficaz. Isso pode incluir acesso a programas de assistência que fornecem suporte psicológico e conselhos sobre questões pessoais e profissionais.
Além disso, workshops sobre gerenciamento de estresse e resiliência podem equipar os colaboradores com as habilidades necessárias para lidar com as pressões do dia a dia.
Fornecer oportunidades de desenvolvimento profissional e pessoal também é uma maneira eficaz de reduzir o estresse. Quando os colaboradores sentem que têm a oportunidade de crescer e se desenvolver em suas carreiras, eles são mais propensos a se sentir engajados e satisfeitos com seu trabalho.
Agora é o momento de conhecer as 5 dicas práticas que você pode colocar em ação agora mesmo com o objetivo principal de evitar casos de burnon no seu grupo de colaboradores!
Implementar políticas que incentivem o equilíbrio entre vida profissional e pessoal é crucial para combater o burnon. Ofereça horários de trabalho flexíveis e a opção de trabalho remoto, quando possível, para permitir que os colaboradores adaptem suas rotinas de acordo com suas necessidades pessoais.
Incentivar o uso do direito de férias, assim como as pausas regulares durante o expediente, também é essencial para garantir que os colaboradores tenham tempo suficiente para recarregar as energias e manter o bem-estar.
Além disso, promova uma cultura que valorize o tempo pessoal e desencoraje a prática de horas extras excessivas. Isso pode incluir a definição de limites claros em torno do horário de trabalho, como evitar o envio de e-mails fora do expediente ou durante os finais de semana, para que todos sintam que podem se desconectar e aproveitar o tempo livre.
Um ambiente de trabalho inclusivo e acolhedor é fundamental para prevenir o burnon. Incentive a comunicação aberta e honesta, onde os colaboradores se sintam confortáveis para compartilhar suas preocupações e desafios sem medo de julgamento. Isso pode ser alcançado através de momentos de diálogo entre gerentes e equipes.
Além disso, promova a diversidade e a inclusão, reconhecendo e celebrando as diferenças entre os colaboradores. Um ambiente de trabalho onde todos se sentem respeitados e valorizados contribui para um senso de pertencimento e motivação, reduzindo o risco de burnon.
Disponibilizar recursos de suporte à saúde mental é uma maneira eficaz de ajudar os colaboradores a gerenciar o burnon. Isso pode incluir o acesso a programas de assistência psicológica que oferecem aconselhamento e suporte. Garantir a segurança psicológica de todos é um item indispensável para toda empresa.
Workshops sobre gerenciamento de estresse e mindfulness também podem equipar os colaboradores com habilidades práticas para lidar com o estresse diário.
Parcerias com academias ou a organização de grupos de corrida ou yoga podem incentivar hábitos saudáveis e promover a interação social entre os colaboradores.
O reconhecimento profissional é essencial para manter os colaboradores motivados e engajados. Estabeleça um sistema de reconhecimento e recompensas que valorize os esforços e conquistas dos colaboradores. Isso pode incluir prêmios, bônus ou até mesmo simples agradecimentos durante reuniões de equipe.
Além disso, ofereça oportunidades de desenvolvimento e crescimento, permitindo que todos expandam suas habilidades e avancem em suas carreiras. Quando os colaboradores sentem que são valorizados e têm a oportunidade de progredir, é menos provável que experimentem o burnon.
Os líderes e gerentes desempenham um papel crucial na identificação e gestão do burnon dentro das equipes. Ofereça treinamentos para ajudar no desenvolvimento de lideranças que precisam reconhecer os sinais de burnon para implementar estratégias eficazes ao abordar os times.
Esse trabalho de treinamento inclui a promoção de uma comunicação aberta, o fornecimento de feedbacks construtivos e o apoio às necessidades pessoais dos colaboradores.
Os gerentes devem ser encorajados a criar um ambiente de confiança, onde os colaboradores sintam que podem abordar suas preocupações e desafios sem medo de retaliação. Um líder que demonstra empatia e apoio pode ter um impacto significativo na prevenção do burnon dentro da equipe.
A síndrome do burnon representa um desafio crescente no ambiente de trabalho moderno, exigindo atenção e ação proativa por parte do RH. Com o aumento das demandas de trabalho e a pressão constante por produtividade, o burnon pode se tornar uma ameaça silenciosa ao bem-estar dos colaboradores e à saúde organizacional.
Ao entender as diferenças entre burnon e burnout, identificar suas causas e implementar estratégias eficazes de prevenção e tratamento, o RH pode desempenhar um papel vital na promoção de um ambiente de trabalho saudável e equilibrado.
Por isso, não tenha dúvidas: investir em práticas que apoiem a saúde mental e o equilíbrio entre vida profissional e pessoal é fundamental para garantir que os colaboradores se sintam valorizados, motivados e capazes de dar o melhor de si.
Para saber mais sobre essas ações, leia também sobre estratégia de remuneração e benefícios em 6 passos.
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Jornalista, redatora e revisora que adora ouvir e contar histórias. Cuidando do marketing de conteúdo da Caju, tem como missão levar informação de valor para a área de gestão de pessoas e contribuir para um mercado cada vez mais inovador e humano.
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