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Cultura organizacional

Trabalho Autônomo: saiba o que diz a lei e como funciona esse modelo de trabalho

Entenda os detalhes legais, vantagens e desafios do trabalho autônomo no Brasil.

Criado em

Atualizado em

por Cecilia Alberigi

Leia em 11 minutos

Você sabia que a legislação brasileira reconhece e regulamenta o trabalho autônomo, assegurando direitos e deveres tanto para os trabalhadores quanto para os contratantes? Por isso é tão importante falar sobre as normas estabelecidas para garantir segurança jurídica e evitar conflitos entre as partes.

Profissionais autônomos que desejam atuar de forma regular devem priorizar a formalização de suas atividades, enquanto as empresas devem respeitar a autonomia e os limites legais dessa relação. Qualquer profissional e gestor de RH precisa entender todos os detalhes sobre o tema.

Na prática, existem diferentes tipos de trabalho autônomo que oferecem opções para profissionais de diversas áreas explorarem suas habilidades de forma independente. Confira agora neste guia como escolher o modelo ideal dependendo das suas necessidades, tudo que envolve a formalização e muito mais!

O que é trabalho autônomo?

O trabalho autônomo é uma modalidade de prestação de serviços em que o profissional atua de forma independente, sem vínculo empregatício com uma empresa ou organização. 

Todo autônomo tem liberdade para organizar sua rotina, definir os serviços que oferece e determinar como realiza seu trabalho. Diferentemente de um empregado formal, ele não está subordinado a uma hierarquia ou horário fixo e não segue ordens diretas de um empregador.

Entre as principais características do trabalho autônomo estão:

  1. Flexibilidade: O profissional tem autonomia para estabelecer sua agenda, decidir quais projetos ou clientes atender e como fazer a gestão de jornada de trabalho;
  2. Responsabilidade sobre a própria atividade: Cabe ao autônomo a gestão de todas as etapas do serviço, desde a captação de clientes até a entrega final;
  3. Tributação específica: Os autônomos devem recolher tributos como o INSS, via contribuição como contribuinte individual, e podem emitir recibos ou notas fiscais para formalizar seus serviços.

No Brasil, o trabalho autônomo é reconhecido por lei. Essa modalidade é comum em áreas como serviços gerais, tecnologia, design, consultoria, saúde e educação, sendo uma opção atraente para quem busca mais independência profissional e deseja explorar suas habilidades de forma flexível e personalizada.

O que diz a lei sobre trabalho autônomo no Brasil?

O trabalho autônomo é uma modalidade reconhecida pela legislação brasileira e regulamentada por diferentes dispositivos legais. A seguir, detalhamos os principais pontos legais que amparam e definem as condições do trabalho autônomo no país.

Reconhecimento do trabalho autônomo na reforma trabalhista

A Reforma Trabalhista (Lei nº 13.467/2017), implementada em 2017, trouxe mudanças significativas para o trabalho autônomo no Brasil, estabelecendo diretrizes mais claras sobre a relação entre autônomos e empresas.

  • Definição legal: estabelece que o trabalho autônomo é aquele exercido de forma habitual e com autonomia, sem vínculo empregatício. Isso significa que, mesmo que o autônomo preste serviços regularmente a uma empresa, não há caracterização de subordinação jurídica;
  • Formalização: O trabalhador autônomo pode atuar como pessoa física ou jurídica (por exemplo, como Microempreendedor Individual – MEI), garantindo maior segurança jurídica para ambas as partes.

Direito à autonomia

O trabalho autônomo é caracterizado pela liberdade que o profissional tem para:

  • Determinar sua jornada de trabalho;
  • Escolher como e quando prestar seus serviços;
  • Trabalhar para múltiplos contratantes simultaneamente.

Esses aspectos são fundamentais para diferenciar o trabalho autônomo de um vínculo empregatício, que é marcado pela subordinação e exclusividade.

Obrigações do trabalhador autônomo

Apesar de não ser regido pelas mesmas regras aplicáveis ao emprego formal, o autônomo deve cumprir algumas obrigações legais:

  • Contribuição para a Previdência Social: O trabalhador autônomo deve contribuir ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) como contribuinte individual, garantindo acesso a benefícios como aposentadoria e auxílio-doença;
  • Emissão de notas fiscais: Para formalizar os serviços prestados, é necessário emitir notas fiscais, especialmente ao trabalhar para empresas;
  • Pagamento de tributos: Dependendo da formalização, o trabalhador pode estar sujeito a impostos como Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) ou Simples Nacional (no caso de MEIs).

Relação entre empresas e autônomos

A lei também define como deve ser a relação entre contratantes e autônomos:

  • Contrato de prestação de serviços: É recomendável que empresas e autônomos formalizem a relação por meio de um contrato escrito, que estipule as condições do serviço, prazos, remuneração e outras obrigações;
  • Respeito à autonomia: A empresa não pode exercer controle direto sobre o horário, métodos ou rotina do autônomo, para evitar a caracterização de vínculo empregatício.

Proteção contra a Pejotização

Na legislação trabalhista existe a previsão de várias medidas para coibir a “pejotização”, prática em que empresas contratam trabalhadores como pessoas jurídicas para evitar os custos de um vínculo empregatício, mas mantêm uma relação de subordinação.

A Justiça do Trabalho pode reconhecer o vínculo empregatício se houver indícios de cobrança de uso de ponto eletrônico, exclusividade no trabalho do profissional e habitualidade, ou seja, recorrência da presença ou da jornada de trabalho, mesmo que remota.

Quais os tipos de trabalho autônomo?

O trabalho autônomo pode assumir diversas formas, dependendo da área de atuação, do nível de formalização e da relação com os clientes.

No Brasil, os 5 principais tipos de trabalho autônomo incluem:

1. Freelancer

Os freelancers são profissionais autônomos que oferecem seus serviços de forma pontual ou por projeto. Eles atuam principalmente em áreas criativas e técnicas, como design gráfico, redação, programação, tradução, fotografia e marketing digital.

A relação com os clientes é baseada em contratos temporários ou acordos informais, sem vínculo empregatício.

Exemplo: Um redator freelancer pode ser contratado para criar conteúdo para blogs ou redes sociais de empresas sem estabelecer um contrato contínuo.

Características principais:

  • Realização de trabalhos sob demanda;
  • Atuação em múltiplos projetos para diferentes clientes ao mesmo tempo;
  • Possibilidade de trabalhar de forma remota.

2. Microempreendedor Individual (MEI)

O MEI é uma forma formalizada de trabalho autônomo criada para facilitar a regularização de pequenos empreendedores. Ele permite que o profissional tenha um CNPJ, emita notas fiscais e contribua para a previdência social. A formalização como MEI é ideal para quem deseja expandir suas atividades e garantir mais segurança jurídica.

Exemplo: Um cabeleireiro pode formalizar sua atividade como MEI, atendendo clientes em domicílio e emitindo notas fiscais.

Características principais:

  • Faturamento anual limitado a R$ 81.000;
  • Direito a benefícios como aposentadoria e auxílio-doença;
  • Pagamento de uma taxa fixa mensal que inclui tributos como INSS e ISS ou ICMS.

3. Consultores e prestadores de serviços especializados

Esses profissionais oferecem conhecimento técnico ou estratégico em áreas específicas, como finanças, tecnologia, recursos humanos, saúde e engenharia. Muitos atuam de forma independente, com ou sem registro como MEI.

Exemplo: Um consultor financeiro pode ajudar empresas a organizar suas finanças ou auxiliar indivíduos no planejamento de investimentos.

Características principais:

  • Prestação de serviços por hora, projeto ou contrato de consultoria;
  • Atuação em áreas que exigem especialização e credibilidade;
  • Possibilidade de trabalhar como pessoa física ou jurídica.

4. Autônomos liberais

Os profissionais liberais são aqueles que possuem formação técnica ou acadêmica e exercem suas atividades de forma independente. Esse grupo inclui médicos, advogados, arquitetos, engenheiros e psicólogos, entre outros. Muitos atuam como autônomos, atendendo clientes de maneira individualizada e emitindo recibos ou notas fiscais.

Exemplo: Um psicólogo que oferece sessões de terapia online para pacientes pode ser considerado um autônomo liberal.

Características principais:

  • Registro em conselhos ou órgãos reguladores (quando aplicável);
  • Possibilidade de atuar em consultórios, escritórios ou home office;
  • Atuação como pessoa física ou jurídica, dependendo do modelo de negócio.

5. Trabalhadores informais

Embora não sejam formalizados, muitos brasileiros atuam como autônomos informais, realizando serviços variados sem emitir notas fiscais ou contribuir para a previdência. Essa modalidade é comum em setores como construção, serviços domésticos e vendas.

Exemplo: Um pedreiro que presta serviços por conta própria, sem contrato formal, exemplifica o trabalhador informal.

Características principais:

  • Ausência de formalização ou CNPJ;
  • Maior vulnerabilidade em relação a direitos trabalhistas e previdência;
  • Renda variável, dependendo da demanda.

Vantagens e desvantagens do trabalho autônomo

O trabalho autônomo oferece diversas possibilidades e vantagens, mas também traz desafios e desvantagens que devem ser considerados. A seguir, listamos os principais aspectos positivos e negativos dessa modalidade.

Vantagens do trabalho autônomo

Falando de vantagens, o trabalho autônomo oferece liberdade, flexibilidade e potencial de ganhos.

Flexibilidade de horários: trabalhador autônomo pode determinar seus próprios horários de trabalho, ajustando sua rotina conforme suas necessidades pessoais ou demandas específicas. Isso é especialmente útil para quem valoriza a qualidade de vida no trabalho, ou seja, o equilíbrio entre vida profissional e pessoal, permitindo maior controle sobre a agenda.

Autonomia e liberdade de decisão: Ser autônomo significa ter liberdade para escolher quais projetos aceitar, quais clientes atender e como realizar o trabalho. O profissional não está subordinado a uma hierarquia ou regras corporativas rígidas, o que proporciona maior satisfação e motivação.

Potencial de crescimento financeiro: O rendimento de um trabalhador autônomo não é limitado por um salário fixo. Com mais clientes e projetos, é possível aumentar consideravelmente a renda. Essa característica permite que o profissional ajuste seus ganhos conforme sua produtividade e dedicação.

Desenvolvimento de múltiplas habilidades: No trabalho autônomo, o profissional assume diferentes papéis, como gestão financeira, marketing e relacionamento com clientes. Essa experiência multifacetada contribui para o desenvolvimento de habilidades diversas, aumentando a empregabilidade e a capacidade de inovação.

Diversidade de Projetos: Autônomos têm a oportunidade de trabalhar em diferentes projetos e áreas, tornando o trabalho mais dinâmico e desafiador. Essa diversidade estimula a criatividade e o aprendizado contínuo.

Desvantagens e desafios do trabalho autônomo

Por outro lado, esse modelo de trabalho também exige planejamento, disciplina e resiliência para lidar com desafios como instabilidade financeira e ausência de benefícios corporativos.

Profissionais interessados nessa modalidade devem avaliar cuidadosamente seus objetivos e perfil antes de optar por essa forma de atuação.

Instabilidade financeira: A renda de um autônomo pode ser variável, dependendo da quantidade de clientes ou projetos fechados em determinado período. Essa imprevisibilidade financeira pode dificultar o planejamento de longo prazo e a gestão de despesas fixas.

Ausência de benefícios trabalhistas: Diferentemente de um trabalhador com carteira assinada, o autônomo não tem acesso a benefícios como férias remuneradas, 13º salário ou plano de saúde. É necessário planejar e arcar com esses custos por conta própria, incluindo a contribuição para a previdência social.

Sobrecarga de responsabilidades: Além de executar o trabalho técnico, o autônomo precisa gerenciar questões administrativas, como emissão de notas fiscais, contabilidade e prospecção de clientes. Isso pode resultar em jornadas de trabalho mais longas e sobrecarga emocional.

Falta de estabilidade e garantias: O trabalho autônomo não oferece garantias contratuais de continuidade ou estabilidade, já que a relação com os clientes é, em geral, de curto prazo. Esse fator pode gerar insegurança, especialmente em períodos de baixa demanda.

Isolamento profissional: Muitos autônomos trabalham sozinhos, sem interação com colegas ou equipes. Esse isolamento pode impactar a saúde mental e limitar oportunidades de networking e troca de conhecimentos.

Agora você entendeu qual o cenário do trabalho autônomo no Brasil!

Percebeu como o trabalho autônomo no Brasil é uma modalidade que oferece liberdade e flexibilidade? Com o crescimento de oportunidades e mudanças no mercado, como a digitalização e o aumento do trabalho remoto, o cenário para autônomos é cada vez mais promissor.

No entanto, para que esses profissionais se destaquem, é essencial investir em conhecimento, planejamento e estratégias que otimizem sua atuação. As empresas, por sua vez, também devem estar atentas à importância de apoiar esses profissionais, criando políticas inclusivas como o uso de cartões multibenefícios e treinamentos.

Nossa dica agora é para aproveitar as oportunidades desse modelo e seguir sua jornada de aprendizado conferindo também o guia completo “Tudo sobre trabalho híbrido: como funciona e por que implementar na empresa”!

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Cecilia Alberigi

Sou jornalista, publicitária e viajante nas horas vagas. Na Caju, minha missão é transformar textos complexos em conteúdos claros, acessíveis e que façam sentido para quem me lê. Acredito que a flexibilidade é fundamental em todos os aspectos da vida, por isso valorizo a liberdade de adaptação, tanto no trabalho quanto no cotidiano.

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