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Cultura organizacional

Tudo sobre trabalho híbrido: como funciona e por que implementar na empresa

O trabalho híbrido tem crescido na preferência dos trabalhadores e envolve flexibilizar horários e fortalecer a cultura. Saiba mais no artigo!

Criado em

Atualizado em

por Izabela Linke

Leia em 8 minutos

O trabalho híbrido é aquele que mescla dois tipos de modelo: o trabalho presencial e o remoto. Varia da empresa definir quantas vezes o funcionário pode ficar em casa e na companhia ou coworking, mas é um conceito de trabalho interessante para a empresa e para o funcionário.

Já vamos começar com um dado para você levar em conta: 71% das pessoas que responderam a uma pesquisa sobre flexibilização do trabalho preferem o modelo híbrido (dados da FGV, Page Group e PwC Brasil) e 72% dos respondentes acreditam que as lideranças se adaptaram a uma maior flexibilização no formato.

O trabalho híbrido realmente une o melhor dos mundos: faz com que as pessoas possam aproveitar melhor o tempo, fugindo do trânsito e ficando mais em casa, mas ainda permite que alguns encontros sejam feitos no escritório ou outros lugares para que os colaboradores possam fazer trocas, se conhecer e não ficar apenas no isolamento (o que no longo prazo, pode ser uma dor).

E como uma empresa pode se adaptar ao trabalho híbrido? O que a lei fala sobre esse formato? Existem desvantagens? Continue com a gente, neste artigo respondemos essas e várias outras dúvidas!

O que é trabalho híbrido

O trabalho híbrido é o formato que mescla dois modelos bem conhecidos: o trabalho presencial e o remoto, que se intensificou na pandemia. Varia de cada empresa definir quantas vezes o funcionário pode ficar em casa e quantas ele deve trabalhar presencialmente.

Antes da pandemia, muitas empresas nem sonhavam em liberar seus colaboradores para trabalhar de casa, seja por uma questão de cultura ou tecnologia mesmo. Mas, hoje, a realidade não pode mais ser ignorada.

Afinal, outra pesquisa da Microsoft mostra que 58% dos brasileiros querem trabalhar de forma híbrida. Isso indica que garantir o engajamento e a retenção dos colaboradores também depende de mais flexibilização no trabalho.

Como muitas organizações se desfizeram de seus escritórios, o modelo de trabalho híbrido pode acontecer, por exemplo, em escritórios de coworking espalhados pelo mundo todo.

Trabalho híbrido: vantagens e desvantagens

Toda moeda tem dois lados, você sabe. Com o trabalho híbrido, a situação não é diferente. Listamos a seguir o que uma empresa deve pesar na balança antes da decisão!

As vantagens

Custos reduzidos

Dependendo das regras sobre trabalho híbrido, é possível diminuir o tamanho dos escritórios e devolvê-los, fazendo parcerias com coworking. Isso reduz muito os custos de aluguel, energia, internet, manutenção, entre outros.

Uma dica nesse sentido é fazer um tipo de rodízio entre os times que desejam trabalhar presencial ou liberar apenas alguns dias da semana para o trabalho na sede ou no escritório.

Mais flexibilidade

A flexibilidade que o trabalho híbrido permite é, sem dúvida, uma das maiores vantagens para o colaborador, que não precisa pegar trânsito, tem mais tempo para cuidar da saúde mental e física, dos filhos e trabalhar confortavelmente de onde estiver.

Para quem cuida dos filhos de forma sozinha ou não tem rede de apoio, o trabalho híbrido se transformou até numa possibilidade de voltar ao mercado de trabalho.

Isso impacta diretamente na qualidade de vida dos colaboradores que, mais felizes e satisfeitos, têm mais chances de permanecer na empresa.

Maior satisfação do time

De líderes a analistas, a preferência pelo trabalho híbrido, podendo passar mais tempo em casa, tem crescido. Uma pesquisa da USP com entrevistados sobretudo em cargos mais altos indica que 70% das pessoas gostariam de continuar trabalhando remotamente, também estão satisfeitas com as condições de trabalho em casa oferecidas pela empresa.

Possibilidade variada de contratar talentos

Se o trabalho híbrido não exigir a presença frequente em uma cidade específica, existe a possibilidade de contratar pessoas de outras cidades, estados e até mesmo país. Na prática, isso facilita atrair talentos variados, desde que o employer branding da empresa seja alto e faça a diferença.

As desvantagens

Necessidade de um ambiente físico

Esse ponto vai depender muito das condições do trabalho remoto. Sua empresa quer que os funcionários estejam sempre presentes, semanalmente ao menos ou até mais vezes? Ou a ideia é fazer encontros casuais em coworkings, sem frequência precisa?

Isso deve estar definido, porque, quanto maior a frequência do encontro, mais essa dependência do lugar físico, e os custos com ela, vão pesar na balança.

Contratação de pessoas de uma mesma cidade

Essa questão da contratação se dá nos casos em que o trabalho híbrido é mais físico do que o remoto. Por isso, é interessante refletir sobre a frequência dos encontros presenciais antes mesmo de contratar novas pessoas.

Excesso de isolamento

Trabalhando mais de forma remota, existe a percepção de isolamento dos colaboradores, principalmente quando os deveres dão mais autonomia a todos. Mas essa é uma dor que pode ser resolvida criando ações do time e até mesmo promovendo encontros quando possível.

Menor senso de equipe

Reflexo do isolamento, a sensação de não pertencer ao time, de estar trabalhando com estranhos, pode ser comum nos casos em que as pessoas não se conhecem e pouco se falam.

Cultura de feedback, frequência de 1:1s e reuniões semanais de time são formas de mitigar esse problema.

Fornecimento de estrutura ao colaborador

Não adianta simplesmente mandar o trabalhador ir para casa e resolver todos os problemas de lá. É preciso considerar itens como:

  • auxílio home office;
  • acesso a equipamentos fáceis de levar (por exemplo, notebooks em vez de desktops);
  • softwares na nuvem, para serem acessados de casa sem perder qualidade;
  • preocupação com a ergonomia do colaborador, entre outros.

Sem esses detalhes importantes, o engajamento com o trabalho e o turnover pode virar um problema a ser resolvido mais tarde.

O que a Lei diz sobre trabalho híbrido?

Até o começo de 2022, pouco havia sido definido sobre o sistema de trabalho híbrido. Porém, no começo de agosto, o Senado aprovou a MP 1.108 que traz algumas regulamentações importantes sobre o tema. Entre elas, estão:

  • poder adotar o modelo híbrido, com prevalência do trabalho presencial sobre o remoto ou vice-versa;
  • em relação aos salários, não há nenhuma diferença entre os modelos;
  • possibilidade de reembolso para quem trabalha híbrido, e as empresas ficam autorizadas a colaborar com eventuais gastos de luz, internet e equipamentos;
  • a presença do trabalhador no ambiente de trabalho para tarefas específicas, mesmo que com frequência, não descaracteriza o trabalho remoto;
  • funcionários com deficiência ou com crianças de até quatro anos terão prioridade nas vagas de teletrabalho;
  • teletrabalho poderá ser contratado por jornada ou de acordo com produção ou tarefa;
  • para trabalhos que não precisam de controle de jornada, o colaborador terá flexibilidade para cumprir com suas tarefas na hora que desejar.

Como é o contrato de trabalho híbrido

O contrato pode variar de acordo com o período que se passa na sede ou escritórios e na modalidade de home office. 

No caso do regime híbrido, quando a maior parte dos dias são trabalhados em casa e apenas alguns dias na empresa, as leis trabalhistas não obrigam o controle de jornada. Porém, quando o funcionário atua mais na empresa do que em casa, é indicado fazer o controle de jornada.

Nesse último caso, vale a pena contratar um sistema de ponto que seja integrado e funcione tanto no presencial quanto no home office.

Além disso, na política da empresa, vale a pena especificar quantos dias devem ser trabalhados em cada lugar, ou uma média, para que a comunicação seja transparente.

Como implementar o trabalho híbrido

Se essa ainda não é a sua realidade, é preciso tomar cuidados iniciais que vão impactar no sucesso do trabalho híbrido:

  • rever a cultura do negócio: não dá para controlar o que as pessoas estarão fazendo em casa ou fora da empresa, por essa razão a dica é estabelecer metas de entrega, sejam semanais ou mensais, além de bonificações por resultados;
  • contar com bons softwares digitais: assim, todo mundo consegue se falar e acessa os arquivos e informações de que precisam para concluir o trabalho, sem ter que interromper para idas à sede;
  • aplicar a cultura de trabalho assíncrono: no modelo híbrido, nem todos estarão online ao mesmo tempo. Por isso, entender esses tempos diferentes pode evitar cobranças e estresses;
  • ter mais reuniões e 1:1s: incluindo feedbacks, para que os funcionários não se sintam isolados;
  • oferecer auxílio home office: é importante acrescentar a política de benefíios da empresa um auxilio home office, para ajudar os colaboradores com despesas de internet, energia e até mesmo móveis para que o local de trabalho em casa respeite a ergonomia;
  • dar benefícios mais flexíveis: benefícios flexíveis são interessantes porque o colaborador tem mais autonomia para gastá-los como quiser. Vale até considerar um aumento de vale-alimentação ou refeição, já que os colaboradores não estarão tanto no escritório presencial.

O trabalho híbrido é importante para garantir mais motivação aos colaboradores e pode ser um divisor de água na empresa. Por isso, uma última dica para você:

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Izabela Linke

Conteúdo

Jornalista, redatora e revisora que adora ouvir e contar histórias. Cuidando do marketing de conteúdo da Caju, tem como missão levar informação de valor para a área de gestão de pessoas e contribuir para um mercado cada vez mais inovador e humano.

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