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Cultura organizacional

Quiet quitting: entenda mais sobre o fenômeno da demissão silenciosa

O quiet quitting, ou demissão silenciosa, não é algo novo. Porém, aponta problemas estruturais de engajamento e motivação. Vem entender mais!

Criado em

Atualizado em

por Izabela Linke

Leia em 8 minutos

Quiet quitting, ou demissão silenciosa como também tem sido chamado, é um fenômeno que aponta para colaboradores que não fazem nada além do que é obrigação deles. Visto estarem desengajados e sem perspectivas com a empresa, fazem o mínimo — ou esperando ser desligados ou colocando limites nas tarefas que lhes são passadas.

Toda empresa tem funcionários com perfis diferentes. Existem aqueles empolgados e engajados, que fazem e falam sobre suas ações numa tentativa de serem vistos e lembrados. Também há aqueles com perfil mais quieto, ou low profile, que fazem muito, mas preferem agir nos bastidores.

Porém, há aqueles que fazem exatamente aquilo que está na descrição do cargo e nada além. Também não costumam falar muito em reuniões, dificilmente trazem novas ideias e passam quase despercebidos. Esse último perfil ganhou nome: o quiet quitting.

Apesar de o termo quiet quitting começar a aparecer mais nos últimos tempos, esse fenômeno não é de agora e sempre existiu — tendo muito a ver com a falta de motivação dos colaboradores. Neste artigo, falamos mais a respeito e como você e sua companhia podem corrigir o problema.

Boa leitura!

O que é quiet quitting?

Quiet quitting é uma expressão em inglês que, em tradução livre, significa desistência silenciosa. Nos últimos tempos, um sinônimo de quiet quitting tem sido demissão silenciosa, no sentido de apontar para colaboradores desengajados que fazem o mínimo, entregando apenas aquilo que é esperado e mais nada.

Apesar de falarmos em demissão silenciosa, não significa exatamente que essas pessoas serão demitidas. Elas mesmas podem pedir o desligamento caso outro cargo mais interessante apareça, ainda podem esperar ser desligadas para repensar a carreira e oportunidades ou mesmo continuar do jeito que estão, sem vislumbrar progressões de carreira.

Em geral, é simples identificar as pessoas que estão passando pelo quiet quitting:

  • dificilmente trazem ideias ou se engajam em novos projetos;
  • seguem à risca o que lhes foi proposto, mesmo que o modo de execução atual não esteja trazendo resultado;
  • aparecem pouco em reuniões e dificilmente falam sem que algo lhes seja perguntado;
  • nem sempre batem as metas.

Como surgiu o quiet quitting?

Vale ressaltar que o quiet quitting não é algo que começou com a Geração Z ou com os Millennials. O fenômeno de demissão silenciosa existe desde sempre nas empresas.

Isso acontece porque sempre vai existir alguém com menos energia para inovação ou ir além — seja porque a empresa permite esse perfil, porque essa pessoa acaba sendo “acobertada” por funcionários proativos ou por uma lacuna do negócio de olhar caso a caso com anda o desempenho dos colaboradores.

O quiet quitting também está relacionado ao esgotamento dos colaboradores e crescente número de casos de burnout — 86% das pessoas que trabalham no sistema de home office apresentarem sintomas de burnout desde o começo da pandemia.

Assim, a questão da demissão silenciosa vinculada ao burnout se deve por conta de diversos pontos, como:

  • expectativas altas demais, das próprias pessoas, da família ou da empresa, que aumentam o risco de frustrações;
  • excessivo uso de telas que acaba com os limites entre trabalho e descanso (por exemplo, quando mantemos o chat do trabalho conectado no celular mesmo nos momentos de descanso);
  • medo de perder o emprego na atual situação econômica faz com que as pessoas se exponham a jornadas exaustivas e trabalhos freelancer;
  • a mentalidade de “fazer o que você ama e nunca mais precisar trabalhar” romantiza o trabalho e abre espaço para desilusões — afinal de contas, não existe trabalho perfeito, sempre vai existir algo a ser melhorado;
  • o dia a dia de trabalho remoto em que é preciso conciliar entregas com a criação dos filhos, cuidados com a caso e outros acaba piorando a situação de burnout (sobretudo com as mulheres);
  • o clima organizacional de algumas empresas que expõe seus colaboradores a uma competição interna nada saudável.

Como o quiet quitting impacta as relações trabalhistas?

O quiet quitting pode impactar de algumas maneiras as relações trabalhistas. Veja a seguir!

Absenteísmo mais elevado

Pessoas desengajadas e sem muito comprometimento acabam faltando do trabalho sem muita culpa, afinal, uma vez que fazem o mínimo, sabem que um dia ou mais de ausência não vai fazer com que fiquem sobrecarregadas. Isso acaba impactando nos resultados finais da empresa.

Taxa de turnover maior

Mesmo que a pessoa passando pelo quiet quitting não seja desligada ou não peça demissão, ela pode fazer com que outros funcionários o façam, elevando as taxas de turnover.

Por exemplo, a pessoa que faz o mínimo pode fazer com que colaboradores engajados tenham mais entregas. Se esses engajados não são reconhecidos, podem buscar uma empresa que os reconheça mais. Assim, com rotatividade elevada, as empresas acabam se prejudicando, sejam com mais custos de contratação ou dificuldade de atrair novos talentos.

Employer branding ruim

Um dos últimos impactos negativos do quiet quitting é a empresa com employer branding negativo, que faz com que a atração de novos não seja tão eficiente como se deseja e precisa.

Como as empresas podem ficar atentas ao Quiet Quitting?

Para evitar que o quiet quitting seja uma realidade em seu negócio, há algumas estratégias inteligentes que você pode seguir. Conheça melhor.

Funcionários desengajados

Colaboradores que não cumprem meta, não tem grandes ambições e não ajudam quando a empresa precisa inovar podem indicar um começo de quiet quitting ou o processo de quiet quitting já instalado. Assim, toda a atenção com esses colaboradores, incluindo reuniões de 1:1 com espaço e ambiente seguro para conversas são tão necessários.

Sobrecarga em funcionários

Sabe a mentalidade de “vestir a camisa da empresa” a qualquer custo? Ou de trabalhar até mesmo nos finais de semana? Responder mensagens quando já não é mais o horário de trabalho? Tome cuidado com todas essas máximas.

Essa sobrecarga pode fazer com que os colaboradores fiquem esgotados e resolvam abraçar a ideia de quiet quitting. Isso se não sofrerem de ansiedade ou síndrome de burnout.

Questões de saúde mental

Excesso de problemas de saúde mental, seja depressão, transtorno de ansiedade ou burnout, podem indicar problemas internos e um aumento de quiet quitting.

A pessoa que está com alguma doença mental acaba não dando conta de excesso de trabalho e vai se “escondendo” nas tarefas de rotina. Por isso, é importante a cultura de ter um olhar humanizado para o colaborador.

Dificuldades em bater meta

Metas muito altas e que sejam quase impossíveis de atingir podem desengajar os colabores e aumentar os casos de quiet quitting na empresa.

A dica é ter metas possíveis e baseadas em dados reais. Além disso, a bonificação por resultados é uma forma interessante de garantir que as pessoas estejam se dedicando mais — pois sabem que serão beneficiadas

Quais são as ações que evitam a demissão silenciosa?

Tem muita prática que sua empresa pode adotar ou intensificar para que o quiet quitting não seja a regra, e, sim, a exceção em uma organização. Confira algumas propostas!

Mantenha expectativas alinhadas

Mostre para cada colaborador o que é esperado dele. Claro que existem as entregas básicas do dia a dia, mas também é esperado que eles tragam ideias, colaborem em grandes projetos… Tudo isso precisa estar especificado na job description, até porque, o combinado nunca sai caro, certo?

Garanta que os colaboradores são ouvidos

Tenha práticas de feedback com frequência, assim como reuniões de 1:1 e pesquisas sobre liderança e clima organizacional. Essa rotina de ouvir o colaborador aponta para as necessidades de melhoria.

Tenha lideranças que dão exemplo

Não adianta exigir que o funcionário vá além da job description se o líder não dá exemplo que se espera. Toda liderança precisa agir com exemplos de ação, não basta ir na onda de “faça o que falo, não faça o que faço”, ok?

Ofereça benefícios interessantes

Sabemos que apenas o salário não é mais suficiente. Benefícios flexíveis, dia de folga, pacotes de cuidados com a saúde física e mental… Tudo isso conta e faz com que os funcionários queiram fazer valer seus cargos.

Entenda que as pessoas têm limites próprios

Não é todo funcionário que é mais rápido e faz entregas ótimas em tempo curto. Alguns levam mais tempo para entregar com a mesma qualidade. Por essa razão, identifique o perfil comportamental de cada colaborador e entenda que cada pessoa é diferente. Isso pode ajudar muito na questão de saúde mental também.

Identifique o que precisa ser mudado na empresa

Se em reuniões de 1:1 e feedback foi comentado que a política de promoção não é transparente, se alguns colaboradores têm mais funções que outros na mesma hierarquia e demais problemas, isso precisa ser corrigido. 

Mesmo que não seja do dia para a noite, é preciso buscar melhorias. Dessa forma, os funcionários sentem que suas insatisfações são levadas em conta.

Como mostramos, o quiet quitting não é um fenômeno de agora e pode ser identificado e corrigido com várias boas práticas. Qual delas você vai começar a adotar, hein?

A Caju Benefícios pode ajudar

Com nosso cartão multibenefícios, você pode agregar qualidade de vida aos colaboradores e diminuir o quiet quitting. Em único cartão, é possível oferecer vale-cultura, alimentação, saúde, refeição e muito mais. Fale com a gente e implemente sem custo!

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Izabela Linke

Conteúdo

Jornalista, redatora e revisora que adora ouvir e contar histórias. Cuidando do marketing de conteúdo da Caju, tem como missão levar informação de valor para a área de gestão de pessoas e contribuir para um mercado cada vez mais inovador e humano.

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